TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

AS CIDADES IDEAIS DO RENASCIMENTO, SEUS PRINCÍPIOS DE TRAÇADO E DO ORDENAMENTO DOS ESPAÇOS MAIS RELEVANTES

Pesquisas Acadêmicas: AS CIDADES IDEAIS DO RENASCIMENTO, SEUS PRINCÍPIOS DE TRAÇADO E DO ORDENAMENTO DOS ESPAÇOS MAIS RELEVANTES. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/10/2014  •  2.324 Palavras (10 Páginas)  •  571 Visualizações

Página 1 de 10

Introdução:

No Início da Idade Moderna, as cidades ocidentais renasceram graças ao lento, mas progressivo desenvolvimento do comércio, tornando-se importantes centros políticos e econômicos, que levaram à perda do poder dos senhores feudais e à decadência do feudalismo.

A superação das estruturas econômicas e sociais do feudalismo favoreceu a expansão das cidades a partir do século XVI. Nesse período, a agricultura deixou de ser o motor do desenvolvimento urbano, de forma que a

indústria e os serviços se converteram nas principais atividades econômicas da cidade. O dinamismo urbano oferecia novas oportunidades para a população rural, que emigrava do campo para a cidade.

Além disso, teve início a Renascença, período marcado pelo antropocentrismo e pelo grande avanço intelectual e artístico de toda a sociedade ocidental, cujas bases eram filosóficas (Humanismo). Entre os séculos XIV e XV, os movimentos comunais e a ascensão da burguesia reivindicaram o retorno do Poder Municipal, passando os mercadores a financiarem a implantação de monarquias nacionais, o que fez surgir os primeiros países europeus.

Fatores de influencia:

Durante a Era das Navegações, o comércio deslocou-se do Mediterrâneo para o Atlântico e o Mercantilismo desenvolveu-se apoiado pela expansão do Capital comercial e usurário, este incentivado pela Reforma religiosa. Assim por volta do final do século XV, a dinâmica da civilização européia muda radicalmente. Antes de 1500, contatos ultramarinos tinham uma importância reduzida, mas com o desenvolvimento da navegação marítima e, posteriormente com o estabelecimento de comércio entre o continente europeu e as novas colônias, o mercantilismo passa a ocupar lugar de destaque no desenvolvimento econômico europeu. A descoberta dos metais preciosos na América robusteceu ainda mais o colonialismo dos países europeus. Em fins do século XV, a população urbana das cidades européias, com mais de 30.000 habitantes, correspondia a somente 2,5% da população total. Esta baixa proporção é um reflexo da preponderante natureza rural da sociedade pré-industrial.

A partir do século XVI tem início o período das grandes descobertas marítimas, a princípio reservadas às duas nações ibéricas: Portugal e Espanha. No século seguinte, juntam-se a elas: Holanda, Inglaterra e França, dando continuidade à expansão mundial da civilização européia.

Historicamente, o período do renascimento tem origem em 1453, ocasião em que os turcos conquistam Constantinopla, pondo um fim no Império Romano do Oriente e abrindo caminho para uma grande mudança cultural e econômica da sociedade européia. Com a queda de Constantinopla, as principais rotas comerciais do Mar Mediterrâneo se deslocaram para o Oceano Atlântico.

Desta forma no século XVI, um novo padrão de vida emergiu do novo modo de produção econômica – o Capitalismo mercantilista –, assim como uma nova estrutura política, expressa principalmente pelo despotismo centralizado ou pela oligarquia, em geral personificada em um Estado nacional (Mumford, 2001).

Aos poucos, as cidades passaram a assumir suas funções produtivas, em especial com o aparecimento das primeiras fábricas urbanas, ou seja, pequenas oficinas voltadas tanto ao varejo como ao atacado.

Paralelamente, a cavalaria foi substituída pela artilharia, o que tornou definitivamente as muralhas obsoletas, e os moradores das cidades desceram das colinas para as planícies (Benévolo, 2001).

As cidades renascentistas:

Em relação à civilização européia, durante o período do renascimento, GOITIA (1992) afirma que a principal “a atividade urbanística durante o século XV e XVI consiste, em grande parte, em alterações no interior das velhas cidades que, geralmente, modificam muito pouco a estrutura geral”. Ainda segundo o autor, a “abertura de algumas ruas novas, com edifícios solenes e uniformes, e sobretudo a criação de novas praças,regulares ou quase regulares, para enquadramento de um monumento destacado, uma estátua para honrar um rei ou um príncipe, ou para representações ou festejos públicos, são os empreendimentos urbanos mais apoiados, que o período barroco irá continuar ainda em maior escala”.

Nessa direção BENEVOLO (1993), explica que as cidades e as benfeitorias territoriais criadas durante a Idade Média, na Europa, “bastam para as necessidades da sociedade renascentista e são modificadas só em parte; no resto do mundo, ao contrário, os conquistadores e os mercadores europeus encontram um enorme espaço vazio onde podem realizar novos grandes programas de colonização e urbanização”.

Para GOITIA apud STEWART41 (1992), “o renascimento é, acima de tudo, um movimento intelectual. No campo do urbanismo, as suas primeiras contribuições são insignificantes se as compararmos com a arquitetura do mesmo período e com as realizações cenográficas42, com os grandes panos de fundo do final do barroco”.

O pensamento utópico vigente à época elabora cidades geométricas ideais, com predominância dos traçados regulares e apresentando simetria e proporção rígida na execução das vias e praças. Para BENEVOLO (1993), “as novas cidades seguem um modelo uniforme: um tabuleiro de ruas retilíneas, que definem uma série de quarteirões iguais, quase sempre quadrados; no centro da cidade, suprimindo ou reduzindo alguns quarteirões, consegue-se uma praça, sobre a qual se debruçam os edifícios mais importantes: a igreja, o paço municipal, as casas dos mercadores e dos colonos mais ricos”.

O modelo em tabuleiro, idealizado pelos espanhóis no século XVI para traçar as novas cidades da América Central e Meridional, é aplicado pelos franceses e pelos ingleses no século XVII e no século XVIII, para a colonização da América Setentrional.

Para GOITIA (1992), o grande número de “idéias urbanísticas do Renascimento, que não passaram de teoria, utopia ou exercício intelectual nos países da Europa onde se originaram, encontraram o seu campo de realização concreta na América, na obra ingente da colonização espanhola”. Ainda segundo o autor, um exemplo marcante do uso desse modelo é o ocorrido no Estado Unidos após sua independência. O então presidente Jefferson estabelece em 1785, que os novos territórios localizados a Oeste da costa Atlântica deveriam ser colonizados utilizando um retículo orientado segundo os meridianos e paralelos (cada malha contem 16 milhas quadradas, e pode ser dividida em 2, 4, 8, 16, 32 ou 64 partes menores). Tal

...

Baixar como (para membros premium)  txt (16 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com