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Alimentação e Ecomorfologia Trófica de Genidens genidens (Cuvier, 1829) na Baía de Sepetiba, RJ, Brasil

Por:   •  5/2/2020  •  Projeto de pesquisa  •  1.574 Palavras (7 Páginas)  •  149 Visualizações

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PLANO DE ATIVIDADES DO BOLSISTA

TÍTULO: Alimentação e ecomorfologia trófica de Genidens genidens (Cuvier, 1829) na Baía de Sepetiba, RJ, Brasil

1. JUSTIFICATIVA/IMPORTÂNCIA

A associação dos peixes ao seu alimento é determinada por uma série de características evolutivas de cada espécie, entre elas, a morfologia que pode ser considerada uma das mais importantes (RIDLEY, 2006). A ecomorfologia é o estudo das relações entre a morfologia e os aspectos ecológicos dos indivíduos, e suas variações no uso dos recursos alimentares e espaciais (PERES-NETO, 1999; SAMPAIO & GOULART, 2011). Os bagres marinhos pertencem a família Ariidae, possui ampla distribuição, ocorrendo em regiões litorâneas, estuarinas e em rios de regiões tropicais e temperadas, sendo geralmente mais abundantes em águas costeiras pouco profundas, em fundo lodoso ou arenoso (ARAÚJO 1988; ANDREATA et al. 1989). São considerados como recursos de grande importância econômica na pesca artesanal, principalmente na região sul (REIS, 1986).

O Genidens genidens, conhecido popularmente como bagre, é uma espécie amplamente distribuída no litoral brasileiro em áreas costeiras e regiões estuarinas da Bahia ao Rio Grande do Sul (MENEZES & FIGUEIREDO, 1978). São espécies que geralmente se alimentam no fundo e possuem uma dieta onívora, apesar da maioria apresentar tendências para a alimentação carnívora (RABITO & ABILHOA, 1999), os principais itens da alimentação e principalmente microscrustáceos e poliquetas (ARAÚJO, 1984; PEDRA et al., 2006; LOPES DE DEUS et al., 2009). O bagre G. genidens é uma espécie considerada abundante na baía de Sepetiba (ARAÚJO et al., 1998; ARAÚJO et al., 1999), área que vem sendo desenvolvido o estudo. Assim, a hipótese a ser testada é se a dieta e os padrões ecomorfológicos apresentarão relações positivas entre as classes de tamanho (ontogenia), pois à medida que espécie passa da fase juvenil para adulto podem ocorrer alterações na alimentação. Nesta direção, este trabalho se torna de importância, pois irá constituir mais uma fonte para estudo de estrutura ecológica com outros espécies que coexistem na área e entendimento para o funcionamento da cadeia trófica local.

2. OBJETIVOS (Relacionado ao projeto principal)

Objetivo Geral:

O objetivo deste estudo será avaliar a relação das características morfológicas com os hábitos alimentares da espécie da família Ariidae: Genidens genidens afim de verificar se há relação positiva com as características externas morfológicas com os recursos explorados de acordo com sua ontogenia.

Objetivos Específicos:

• Identificar os principais itens alimentares que compõem a dieta da espécie G. genidens

• Quantificar a importância relativa (%IIR) ou contribuição de cada tipo de item da dieta;

• Determinar eventuais relações entre a morfologia e recurso ambientais explorados;

• Tomar todas as medidas morfológicas para se obter os índices ecomorfométricos que irão representar os atributos ecomorfológicos;

3. METODOS

Área de Estudo:

A Baía de Sepetiba (22°54'-23°04'S; 43°34'-44°10'W) é localizada no sul do Estado do Rio de Janeiro, com uma área de 520 km², e grande variedade de habitats, como manguezais, bancos de areia e lama, e pequenas áreas estuarinas. A profundidade em geral é 5 m, e suas águas são ricas em nutrientes oriundos da drenagem continental (LEAL NETO et al., 2006).

Programa de amostragens e processamento de amostras:

Este estudo faz parte de um projeto de longo prazo desenvolvido pelo Laboratório de Ecologia de Peixes na Baía de Sepetiba. Estão sendo realizadas coletas trimestrais de arrasto de fundo que teve inicio na primavera de 2014 e encerrando no inverno de 2015. A Baía de Sepetiba foi dividida em três zonas (interna, central e externa) de acordo com o gradiente de profundidade e salinidade (AZEVEDO, 2002). Em cada zona estão sendo realizados três arrastos com duração de cerca de 20 minutos e extensão de aproximadamente 1,5 km. E utilizado barco tipo arrasteiro de 12 m de comprimento, provido de rede de arrasto com portas, com malha de 25 mm de distância entre nós consecutivos nas asas e de 12 mm na região do ensacador.

Os peixes são capturados e em cada amostra são acondicionados em bombonas de 30 litros, fixados em formol a 10%, e posteriormente conduzidos ao Laboratório de Ecologia de Peixes da UFRuralRJ. Em laboratório, os exemplares, serão separadas e confirmadas o status taxonômico da espécie seguindo as chaves de identificação e diagnoses propostas por MENEZES & FIGUEIREDO (1980) e conservados em álcool a 70%.

Para a análise do conteúdo estomacal, os peixes serão medidos (mm), pesados (g) e dissecados para a retirada do estômago, seccionando-se o trato digestivo entre as regiões cárdica e pilórica. O conteúdo estomacal será analisado sob microscópio estereoscópio e/ou óptico, sendo cada item separado, contado e pesado em balança de precisão de 0,001 g. Os itens alimentares serão identificados ao nível taxonômico mais inferior possível, com base em RUPERT & BARNES (1996) e BRUSCA & BRUSCA (2003).

Para a análise morfométrica e para áreas, os peixes serão medidos em milímetros, tais medidas são relacionadas com o tronco, olhos, nadadeiras, cabeça e boca dos peixes e selecionadas segundo PAGOTTO et al. (2011). Posteriormente as medidas serão utilizadas em índices morfológicos que visam determinar padrões no comportamento, natação e ecologia trófica.

Análise de dados:

Para descrição dos itens alimentares será utilizado o Índice de Importância Relativa (IIR) PINKAS et al. (1971), que descreve a contribuição relativa dos conteúdos estomacais da dieta e é calculado através da equação: %IIR= (%N + %P) x %FO (CORTÉS, 1997).

Os padrões de similaridade entre as dietas serão determinados através da análise de agrupamento, que também servirá para avaliação de possíveis segregações trófica entre as espécies nas diferentes áreas. A Análise de Similaridade (ANOSIM) será utilizada para quantificar o nível de sobreposição alimentar e os itens alimentares de maior contribuição. Estas análises serão

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