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Controle da calcemia

Por:   •  4/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.220 Palavras (9 Páginas)  •  1.564 Visualizações

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INTRODUÇÃO 1; 2; 3; 4

Os nutrientes são substâncias químicas presentes nos alimentos, que as células do corpo utilizam para o seu crescimento, manutenção e reparo. Os seis tipos principais de nutrientes são os carboidratos, os lipídeos, as proteínas, a água, os minerais e as vitaminas.

O íon Ca2+ é importante co-fator em muitas reações enzimáticas; ele é um segundo mensageiro chave em diversas vias sinalizadoras; desempenha papel importante na transdução neural, na coagulação sanguínea e na contração muscular; e é componente fundamental para a matriz extracelular, a cartilagem, os dentes e os ossos. Muitos estudos têm demonstrado que o consumo de cálcio previne doenças como a osteoporose, hipertensão arterial, obesidade e câncer de cólon.

A necessidade de cálcio varia conforme a faixa etária, sendo maior em períodos de rápido crescimento como a adolescência (1.300 mg/dia). Nesses períodos, ocorre crescimento ósseo e aumento do depósito mineral, até que o pico de massa óssea seja alcançado por volta da terceira década de vida. Na idade adulta, a necessidade diária de cálcio é em torno de 1.000 mg. Nos períodos em que a absorção intestinal de nutriente encontra-se diminuída ou a taxa de reabsorção óssea aumentada, como na pós-menopausa, a necessidade de cálcio novamente se eleva (1.200 a 1.300 mg/dia).

A principal fonte alimentar de cálcio para a maioria das pessoas é o leite e seus derivados. As verduras verde-escuras como brócolis e couve são fontes alternativas de cálcio, porém a quantidade e biodisponibilidade do cálcio nesses alimentos é menor quando comparadas ao leite e seus derivados.

Noventa e nove por cento do cálcio total de um indivíduo está depositado no esqueleto, e o restante encontra-se em forma solúvel nos compartimentos intra e extracelulares. É um íon predominantemente extracelular, e suas concentrações intracelulares chegam a ser até 100.000 vezes menor que fora das células. Pequenas variações de suas concentrações no citoplasma celular são responsáveis por modificações intensas nas funções celulares.

Controle homeostático do cálcio no sangue 1; 7

A regulação homeostática (capacidade dos sistemas biológicos manterem-se num estado de equilíbrio dinâmico) assegura a manutenção da integridade física e fisiológica do indivíduo. Caso isso não ocorra, o organismo busca obter o controle homeostático de diversas formas.

           A regulação homeostática do cálcio no sangue é controlada por determinados hormônios. Dentre esses hormônios podemos citar a calcitonina (CT), hormônio produzido pelas células parafoliculares da glândula tireoide, na qual atua diminuindo o nível de cálcio do sangue pela inibição da ação dos osteoclastos (célula que compõe a matriz óssea e que está envolvida na reabsorção e remodelagem do tecido ósseo).

           O paratormônio (PTH), produzido pelas células principais da glândula paratireoide, é o principal regulador dos níveis de íons cálcio (Ca²+), magnésio (Mg²+) e fosfato (HPO4²-). Hormônio responsável pelo aumento do número e da atividade dos osteoclastos, que destroem a matriz extracelular óssea e liberam o Ca²+ e o HPO4²- no sangue, aumentando as suas concentrações. A diminuição da concentração de cálcio estimula a síntese de PTH, que resulta em reabsorção tubular renal de cálcio, aumento de sua reabsorção dos ossos e aumento indireto (através do aumento da produção renal de 1,25 dihidroxivitamina D - calcitriol) da taxa intestinal de absorção.

Uma das funções do paratormônio é promover a formação do hormônio calcitriol, a forma ativa da vitamina D. Junto com o hormônio paratireóideo, o calcitriol regula o transporte do íon cálcio do osso ao líquido extracelular, efetuando a homeostase do cálcio nesse líquido.

Os papéis homeostáticos da calcitonina, do hormônio paratireóideo e do calcitriol no controle da calcemia pode ser sintetizado da seguinte maneira:

  1. Um nível alto de cálcio no sangue estimula as células parafoliculares da glândula tireoide a liberarem mais calcitonina;
  2. A calcitonina inibe os osteoclastos, reduzindo assim o nível de cálcio sérico;
  3. Um baixo nível de cálcio no sangue estimula as células principais da glândula paratireoide a liberarem mais paratormônio;
  4. O Paratormônio promove a liberação de cálcio da matriz extracelular óssea para o sangue e desacelera a perda de cálcio através da urina, aumentando assim o nível de cálcio no sangue;
  5. O paratormônio também estimula os rins a liberarem calcitriol (vitamina D na forma ativa)
  6. O calcitriol estimula a absorção aumentada de cálcio dos alimentos, o que aumenta o nível de cálcio no sangue.

CONTROLE DA LIBERAÇÃO DO PARATORMÔNIO E DA CALCITONINA5

Controle do Paratormônio:

A concentração de cálcio circulante na forma ionizada é o principal fator que controla a secreção de PTH. As variações de cálcio plasmático são transmitidas para o citoplasma da célula, refletindo-se na secreção e na síntese de PTH.

A diminuição da concentração intracelular de cálcio nas células da paratireoide estimula a secreção de PTH, assim como um aumento na concentração plasmática de cálcio inibe a síntese e secreção do PTH.

O mecanismo no qual o cálcio exerce seus efeitos nas células principais ainda não está totalmente esclarecido, contudo, estudos apontam que receptores acoplados a proteína G da membrana plasmática medeia o mecanismo por ativar a fosfolipase C e provavelmente inibindo a Adenil-ciclase nos tecidos alvos. Quando o receptor entra em contato com íons Ca2+ ou Mg2+ é desencadeado um aumento no cálcio instracelular proveniente de compartimentos citoplasmáticos, com inibição da secreção do PTH.

A participação do cAMP no controle de PTH também é sugerida, mas não esclarecida. O que se sabe é que fatores que elevam o cAMP intracelular, eleva também a secreção de PTH, mesmo na ausência de cálcio extracelular.

Acredita-se também que o magnésio regula a secreção de PTH, uma vez que demonstra possuir um comportamento bifásico. Tanto concentrações elevadas como extremamente baixas inibem a secreção de PTH. Acredita-se que a baixa concentração de magnésio interferem nas reações enzimáticas intracelulares de geração de energia, prejudicando a função das células da paratireoide, também com redução da secreção de PTH como resultado final.

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