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Gota No Idoso

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Por:   •  7/10/2013  •  1.453 Palavras (6 Páginas)  •  775 Visualizações

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GOTA NO IDOSO

CONCEITO

A gota é uma doença inflamatória secundária à deposição de cristais de ácido úrico intra-articulares. A apresentação clínica no idoso difere da população geral, o que pode tornar seu diagnóstico por vezes difícil. O tratamento da gota no idoso não difere do tratamento em outras faixas etárias, no entanto, é necessária a atenção especial para efeitos adversos provocados pelas drogas utilizada.

INCIDÊNCIA

Dois por cento da população mundial sofre de gota; Entre os doentes, há uma mulher para cada oito homens.

A gota é a causa mais comum de inflamação da articulação em homens acima de 40 anos de idade. Na mulher é uma doença rara. Sua incidência aumenta após a menopausa.

EPIDEMIOLOGIA

Recentemente, tem sido definida como a artropatiainflamatória mais frequente na população idosa. Nos Estados Unidos, há estimativas de prevalência de 2,9% (4,4 para homens e 1,8% para mulheres; a razão entre homens e mulheres, portanto, é de 2,4).

Encontraram maior prevalência de gota entre a faixa etária de 75 a 84 anos e notaram que, em mulheres, a prevalência continua a elevar-se até os 85 anos, com valores próximos a 3%. Esses resultados epidemiológicos podem ser explicados pela alta prevalência de fatores de risco modificáveis e não modificáveis, como maior longevidade, uso de diuréticos e comorbidades associadas com hiperuricemia.

ETIOLOGIA

O termo "gota" vem do latim "gutta" denominada por Hipócrates devido às gotas de líquido que surgia na articulação do hálux, na maioria dos pacientes. Alguns autores citam que os gregos relacionavam o nome ao conceito humoral, segundo o qual haveria, nesta enfermidade, um gotejar de humores de uma a outra parte do corpo. A Gota era conhecida também como “a doença dos reis", devido à sua associação com consumo de alimentos finos, e, de álcool etílico.

FISIOPATOLOGIA

A decomposição dos nucleotídios purínicos, principalmente os que contém a adenina e a guanina dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), são metabolizados e levam a formação da xantina e hipoxantina que, através da enzima xantina-oxidase, aos produtos finais o ácido úrico e o urato monossódico (após a ligação do ácido úrico com o sódio), sendo que este urato sérico em excesso (devido a produção excessiva e/ou a menor excreção renal do ácido úrico) provoca a precipitação de cristais de urato. Assim, devido a deposição desses cristais nas articulações abaixo citadas, pode ocorrer a fagocitose pelos leucócitos (principalmente pelos neutrófilos), e células de revestimento sinovial, com a liberação de derivados do ácido araquidônico, e, em principalmente de leucotrienos e um fator glicoproteico, formação de pano reumatóide, e, consequente reações inflamatórias, podendo chegar a degeneração e destruição da cartilagem e óssea.

QUADRO CLÍNICO

Acredita-se que 30 anos antes do início da doença, ocorre a hiperuricemia assintomática (que ainda não pode ser chamada de gota devido não apresentar artrite inflamatória), e, não sendo tratada, evolui para artrite gotosa aguda - período intercrítico assintomático e - gota tofáceacrônica ou artrite crônica.

Na artrite gotosa aguda, a dor aparece como um ataque artrítico fulminante de gravidade incapacitante, geralmente à noite e repentinamente com predominância nos membros inferiores apresentando também eritema, calor e acentuada sensibilidade dolorosa (os cristais 3 de urato de sódio são delgados e pontiagudos), na maioria autolimitante, desaparecendo em menos de duas semanas. Provavelmente, as crises iniciais da artrite gotosa são autolimitadas porque o calor associado à inflamação aumenta a dissolução dos cristais de urato.

Cerca de 75 a 90 % dos ataques são monoarticulares, enquanto a metade dos casos atinge a articulação metatarsofalangeana do hálux, e, a se seguir em ordem de freqüência, como locais de envolvimento inicial, estão o dorso do pé, tornozelo, calcanhar, joelho, punho, dedos das mãos e cotovelo. Geralmente a duração da crise aguda dura horas a poucos dias.

Acredita-se que a incidência mais freqüente no hálux ocorra devido aos seguintes fatores: a) Por unidade de área, a primeira articulação metatarsofalangeana é exposta à maior pressão do que as demais articulações, durante a deambulação; b) A diminuição da temperatura intraarticular dos membros inferiores; e, c) Traumatismos também influem na formação dos cristais de monourato de sódio.

A articulação acometida torna-se dolorosa e com rubor, calor e edema, podendo ocorrer febre baixa. Inclusive a gota aguda também pode afetar estruturas não articulares como o tendão de Aquiles, bursa olecraniana (quando ocorre a bursite, a bursa mais afetada é a do olécrano), e, a bursa patelar, enquanto as crises subseqüentes podem ser poliarticulares com duração superior a dez dias que, geralmente, é o período maior de tempo que duram as primeiras crises gotosas. Cerca de 60 % dos pacientes apresentam recorrência da crise dentro de um ano, e, pode ocorrer simultaneamente Artrite Reumatóide (embora raramente), Osteoartrose, Artrite Séptica (a inflamação predispõe à infecção), e, outras artrites.

Em relação à primeira crise da doença Gota, nos homens, na maioria dos casos, o quadro clínico é monoarticular, enquanto na mulher (na faixa etária de 50 a 70 anos), na maioria dos casos, apresenta de forma poliarticular.

Após a artrite gotosa aguda, ocorre o período intercrítico, e, a maioria destes pacientes, manifestam cerca de onze anos após, em média, a Gota tofácea, embora possa ocorrer variação de 3 a 42 anos, enquanto alguns pacientes podem nunca sofrer outra crise.

Denomina-se de tofácea devido a presença de tofos que correspondem aos depósitos destes cristais de monoidrato de urato monossódico nas articulações e ao seu redor, dos membros que podem levar a incapacidade física grave, ocorrendo degeneração das cartilagens e destruição do osso subcondral, entre outras alterações. Nos corpos vertebrais, os depósitos de urato podem envolver os discos intervertebrais.

A gota tofácea ocorre na fase crônica como conseqüência da incapacidade progressiva de eliminar o urato tão rapidamente quanto ele é produzido, sendo um local freqüente de depósitos tofáceos na cartilagem do ouvido externo, especialmente a hélice

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