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Humanização Da Assistencia De Enfermagem

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Por:   •  27/8/2013  •  9.593 Palavras (39 Páginas)  •  947 Visualizações

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HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Santo André

2013

HUMANIZAÇÃO

A temática da humanização da assistência de enfermagem fixou espaço em encontros, congressos e pesquisas no cenário da saúde, ao envolver a compreensão da atenção integral aos indivíduos e à família, desenvolvida em instituições hospitalares, unidades de saúde e na própria comunidade. Neste contexto, humanizar o cuidado refere-se à idéia de compreensão e percepção do ser humano como um ser integral, único e que possui necessidades biopsicossociais e espirituais.

O cuidado na enfermagem se ocupa da dimensão humana, organizacional e técnica da assistência. Para ser possível assistir de forma humanizada se faz necessário que os significados da humanização sejam compreendidos de maneira profunda nas instituições de ensino. Formar profissional generalista, alicerçado na filosofia da humanização, requer uma visão crítica e holística do cuidado em detrimento de, simplesmente, formar para o cuidado curativo com enfoque tecnicista. O trabalho da enfermagem se dá no âmbito das relações. O êxito deste trabalho depende tanto da qualidade técnica com que ele é realizado quanto da qualidade das interações entre os sujeitos que o fazem.

A humanização na saúde pode ser entendida como processo, filosofia ou modo de prestar assistência. Dentre as várias conceituações existentes, a humanização se traduz em uma forma de cuidar, compreender, abordar, perceber e respeitar o doente em momentos de vulnerabilidade. Mesmo que, explicitamente, não se encontrem nos currículos dos cursos da saúde, disciplinas ou atividades específicas relativas ao processo de humanizar, intui-se que, ao menos a profissão que possui seu objeto de ação no cuidado tenha condições de construir, compreender e facilitar atitudes humanizadoras que reconheçam o outro como um ser complexo e único. É possível que as disciplinas que abordam a ética ou tem sua fundamentação no cuidado humano, comportem essa discussão e aprofundem os conhecimentos nos processos interacionais entre os seres humanos.

Frente à valorização do cuidado humanizado, o Ministério da Saúde desenvolveu programas que devem servir como base para adoção desta cultura de atendimento em saúde, tais como o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) e o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). Estes programas suscitaram discussões pertinentes ao tema “humanização” e alavancaram a compreensão das relações na esfera da saúde, particularmente, para a enfermagem. Os programas verticalmente instituídos pelo Ministério da Saúde, as habilidades e competências contidas nos currículos dos cursos de graduação em Enfermagem, dentre outras atividades próprias do período destinado à graduação (tais como os estágios extracurriculares), são responsáveis por alicerçar as bases de um cuidado que possa ser denominado como humanizado. O significado da humanização, das ações em saúde, está ligado ao ideal da profissão de enfermagem e ao conflito vivenciado desde os anos 70. Tal conflito refere-se ao modelo biomédico, que se caracteriza pela idéia de tratar a doença compartimentando o ser humano.

Esta compartimentalização trouxe, em muitos aspectos, uma assistência de caráter impessoal, em que os profissionais rompem o cotidiano do doente, despersonalizando-o (não o chamando pelo nome, retirando suas vestimentas, afastando-o da família, entre outros). A humanização passou a existir como uma forma de resgate dos valores dos tempos passados, que reafirmam as convicções da assistência de enfermagem, onde a família reaparece como fator de grande importância para a efetivação do cuidado. Se fazem presentes ainda, nestas discussões, o crescente uso da tecnologia, como estrutura complementar para a construção do cuidado integral e humanizado.

ENFERMAGEM E A ARTE DE CUIDAR

Estudando-se o surgimento dos hospitais, têm-se vários fatos a serem analisados. Historicamente, antes do período da emergência da medicina científica, o hospital era basicamente um local que se destinava ao abrigo de pobres e doentes que não tinham condições de tratamento domiciliar, procurando as instituições para receber o devido cuidado ou o último sacramento e morrer. Mas a finalidade variava de instituição a instituição e de época para época. O atendimento era frequentemente prestado por religiosas e leigas, que buscavam sua própria salvação (MARTIN, 2003)

Segundo Martin (2003), os hospitais, até o século XVIII, esteve sob péssimas condições, devido à predominância de doenças infecto-contagiosa e pela falta de contingente qualificado para cuidar dos doentes. Os ricos eram tratados em suas próprias casas, enquanto que os de classe social mais humilde, além de não terem esta alternativa, tornavam-se objeto de experiência que resultaria em maior conhecimento sobre as doenças em benefício da classe abastada.

É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale é convidada pelo Ministro da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia. Florence é personagem marcante na elevação do significado da atividade de Enfermagem. Durante cerca de cinco décadas, Nightingale lutou pelo reconhecimento desta profissão, resultando em um trabalho de elevado prestígio para a atividade de Enfermagem (MARTIN, 2003). Diz ainda que, por volta do século XIX, devido o avanço tecnológico e social a instituição hospitalar elaborou estratégias que visava o bem estar do cidadão, criou-se novos pensamentos e preocupações acerca do binômio, saúde-doença, ou seja, implemento de um ambiente de atenção em saúde com enfoque às resoluções de agravos e cura.

Reportando-nos a Martin (2003), ao passar do tempo, a visão do hospital mudou, contudo, o avanço da Medicina favoreceu a reorganização. Nessa nova concepção de pensar, o médico especialmente, se torna um profissional liberal e a enfermagem gradativamente se profissionaliza, instituindo distinções entre enfermeiras auxiliares e técnicas e as de curso universitário. Assim, como as mulheres foram adquirindo espaço no cuidado, os homens também foram inserindo-se na enfermagem, formando outra mentalidade e imagem das duas profissões.

Os enfermeiros profissionalizaram-se na melhor e mais ampla acepção do termo. Hoje buscam aperfeiçoamento permanente

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