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OS BIOINDICADORES NA BIOLOGIA

Por:   •  7/12/2021  •  Dissertação  •  1.226 Palavras (5 Páginas)  •  89 Visualizações

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Macroinvertebrados bentônicos como Ferramenta para Avaliar a Saúde de Riachos

Nas últimas décadas, os ecossistemas aquáticos têm sido alterados em diferentes escalas como consequência negativa de atividades antrópicas ex. mineração, construção de represas, eutrofização artificial, canalização, retilinização, etc). Alterações em cabeceiras de rios alteram trechos a jusante devido ao transporte de massas d’água e sedimentos de origem alóctone ou erodidos das margens.

Segundo Allan (1995) devemos ampliar o conceito de diversidade de espécies à abundância relativa de cada espécie dentro da comunidade e não somente ao número (variabilidade) de espécies. O termo biodiversidade representa a diversidade biológica, podendo ser definida como a variabilidade entre os organismos vivos e dos complexos ecológicos dos quais fazem parte (Groombridge e Jenkins, 1996).

Os objetivos deste trabalho foram avaliar a diversidade de habitats lóticos em quatro parques no município de Belo Horizonte em diferentes níveis de preservação de suas características naturais; avaliar a biodiversidade de macroinvertebrados bentônicos e utilizá-los como uma ferramenta para a avaliação da qualidade/saúde de ecossistemas. É importante que os parâmetros a serem avaliados sejam de fácil entendimento para profissionais ligados a questões do meio ambiente, em diferentes níveis de treinamento acadêmico (Hannaford et al., 1997).

O Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado possui área de 300.000 m2, com declividade inferior a 10% e altitude de 850 m. A parte central é ocupada pela lagoa que é abastecida por duas nascentes. O Parque Municipal Ursulina de Andrade Mello, possui área de 242.000 m2 , com altitude de 830 a 950 m. Duas nascentes formam pequenos riachos com fundo de pedras e folhas caídas da vegetação terrestre adjacente. Cerca de 80% da vegetação é típica de floresta tropical sub-caducifolia, formando um dos maiores remanescentes vegetacionais do município de Belo Horizonte. O Parque Aggeo Pio Sobrinho tem uma área de 270.000 m2, altitude de 970 m, com três nascentes, córregos com mata de galeria bem preservada e vegetação tipo campo sujo e campo limpo, além de mata atlântica secundária.

Mensalmente, cinco amostras de sedimento para o estudo dos macroinvertebrados bentônicos foram coletadas em trechos de rápidos e remansos nos substratos formados por folhiço, pedras, detritos, lama e cascalho, ao longo dos períodos de seca (junho a agosto) e chuvas (setembro a novembro) de 1999 no Parque Municipal das Mangabeiras. Foi utilizado um coletor tipo Surber com rede de 250 mm e área de 100 cm2, e as amostras foram fixadas com formol 10%. No laboratório, foram lavadas sobre peneiras com abertura de 2.000, 1.000, 500 e 250 mm. Depois de triados e identificados, segundo Pérez (1988) e Merritt & Cummins (1988), os organismos foram depositados na coleção de Macroinvertebrados Bentônicos do ICB, Universidade Federal de Minas Gerais segundo metodologia proposta por Callisto et al. (1998a).

Os riachos dos parques Mangabeiras e Aggeo Pio Sobrinho são melhor preservados, com mata ciliar bem desenvolvida, elevada diversidade de habitats aquáticos, favorecendo a colonização por inúmeros macroinvertebrados bentônicos, sem a ocorrência de canalizações ou retilinização do leito dos córregos. O protocolo proposto foi utilizado em quatro parques municipais em Belo Horizonte e os resultados fornecem uma boa indicação do nível de preservação das características naturais dos ecossistemas lóticos.

O Parque Municipal das Mangabeiras foi escolhido por apresentar uma elevada diversidade de habitats (segundo maior) e por oferecer maiores facilidades para as coletas e melhores condições de preservação de suas características naturais. A retirada da vegetação ripária nativa comprometeu a estabilidade das margens, favorecendo a erosão e transporte de partículas para o leito dos córregos.

Dudgeon (1996) sugere que a eliminação da vegetação ripária acarreta a destruição de locais de acasalamento e ovoposição, reduzindo a fecundidade e sucesso reprodutivo das espécies aquáticas e semiaquáticas (como muitos insetos, anfíbios e peixes). Andrade Mello, os corpos d’água foram seriamente alterados, apresentando lâmina d’água “lisa” e com poucos habitats disponíveis (fundo homogêneo).

Com isso, em vários trechos observam-se depósitos de lama (principalmente silte e argila), consequência do intenso assoreamento daqueles ecossistemas.

A diversidade genérica dos Chironomidae representa uma importante ferramenta em programas de biomonitoramento em bacias sob forte pressão de atividades antrópicas (Marques etal., 1999).

 Os representantes da ordem Diptera distribuem-se em habitats muito variados, sendo encontrados em rios e lagos com diferentes profundidades. Pertencem ao grupo trófico dos raspadores (alimentam-se de biofilme sobre pedras com algas e bactérias), coletores e coletores filtradores (alimentam-se de matéria orgânica particulada fina menor que 1,00 mm). Existem representantes em águas limpas como a família Simuliidae ou contaminadas como Tipulidae e alguns gêneros de Chironomidae.

Segundo

Harris e Silveira (1999), o estudo de um bioindicador deve ser baseado em fundamentos ecológicos (utilizando a abordagem ecossistêmica e holística), eficiente e de baixo custo (considerando-se as limitações financeiras para o desenvolvimento de pesquisas científicas) e rápido (as amostras dever ser processadas rapidamente). A escolha de um dado grupo taxonômico deve também ser baseada em informações sobre alterações ambientais que possam alterar o seu valor ecológico como bioindicador (Callisto et al., 1998b).

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