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PARASITOLOGIA HUMANA

Por:   •  16/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.076 Palavras (17 Páginas)  •  345 Visualizações

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Larva migrans

“Bicho Geográfico”

Larva Migrans Cutânea (LMC)

Também denominada dermatite serpiginosa e dermatite pruriginosa, ocorre com maior frequência em regiões tropicais e subtropicais.

Os agentes etiológicos são larvas infectantes de Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninum, parasitas do intestino delgado de cães e gatos (hospedeiros definitivos).

A LMC também pode ser causada por larva de Uncinaria stenocephala, A. tubaeforme, Gnathostoma spinigerum também parasitos de cães e gatos, Bunostomun phlebotomum, parasito de bovinos, capas de Strongyloides stercoralis adaptadas a cães e gatos, Strongyloides myopotami e Strongyloides procyones, parasitos respectivamente de roedores e canídeos silvestres. Larvas de moscas do gênero Gasterophilus e Hipoderma, assim como formigas da espécie Solenopis germinata, também podem provocar esta síndrome.

As larvas desses parasitos quando infectam um hospedeiro anormal, inclusive os humanos, podem não ser capazes e evoluir nesse hospedeiro, podendo então realizar migrações através do tecido subcutâneo ou visceral e produzir as síndromes conhecidas como larva migrans cutânea, larva migrans viscerak e larva migrans ocular, ou seja, as manifestações patológicas da larva migrans são causadas por formas jovens de espécies capazes de sobreviver, durante algum tempo, no hospedeiro anormal, mas não apresentam seu ciclo evolutivo, algumas morrem e são destruídas pelos mecanismos de defesa do hospedeiro.

 Ciclo Biológico no Hospedeiro Definitivo

Ancylostosma caninum e A. brazilense são os agentes etiológicos mais frequentes da parasitose.

  1. As fêmeas destes parasitos eliminam milharem de ovos pelas fezes de cães e gatos infectados.
  2. Os ovos atingem o meio exterior, ocorre o desenvolvimento de larvas de primeiro estágio (L1) dentro do ovo, que eclodem e se alimenta do solo de matéria orgânica e micro-organismos.
  3. Em um período de sete dias as L1 realizam mudas, atingindo o terceiro estádio que é o da larva infectante (L3).  A larva infectante não se alimenta e pode sobreviver no solo por várias semanas.
  4. Os cães e gatos podem se infectam pelas vias oral, cutânea e transplacentária.
  5. Os cães e gatos infectados a larva infectante (L3) sofrem duas mudas nesses hospedeiros, chegam ao intestino delgado e atingem maturidade sexual em aproximadamente quatros semanas.

Infecção em Humanos

A L3 quando penetram ativamente na pele de humanos e migram através do tecido subcutâneo durante semanas e meses e então morrem. A medida que as L3 progridem, deixam atrás de si um rastro sinuoso conhecido popularmente como  “bicho geográfico” ou “bicho de praias”.

A L3 (larva infectante) podem também ser ingerida e atingirem o intestino podendo migrar através das vísceras, provocando a síndrome de larva migrans visceral (LMV).

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Larvas atingem a circulação sanguínea e são transportadas aos pulmões, onde atravessam os capilares e alcançam a árvore brônquica, realizando mudas, e podendo ser encontradas nos escarros ou serem deglutidas completando o ciclo.

São poucos os casos registrados de vermes adultos de A. caninum parasitando o intestino delgado de humanos, isso pode estar relacionado à dificuldade de diagnostico, este exame é feito de cápsula bucal do parasito e não pelos ovos presentes nas fezes.

Sintomas

As partes mais atingidas são aquelas que entram em maior contato com o solo: os pés. Nádegas, mãos antebraços e raramente a boca, lábios e palato.  E também podem ocorrer lesões em varias partes do corpo.

O momento da penetração pode passar despercebido ou ser acompanhado de eritema e prurido em pacientes sensíveis. No local da penetração da L3, parece uma lesão eritemato-papulosa que evolui, assumindo um aspecto vesicular.

Em sua migração, as larvas produzem um rastro saliente e pririgonoso, que por vezes, pode estar acompanhado de infecções secundárias decorrentes do ato de se coçar, que leva a escoriações na pele.

Nas lesões mais antigas, há formação de crostas, que desaparecem lentamente, deixando uma linha sinuosa escura, que posteriormente também desaparece.

Em alguns casos, há comprometimento pulmonar apresentando sintomas alérgicos (síndrome de Loefler). Nos casos de reinfecção, o quadro de hipersensibilidade agrava-se devido à reação do hospedeiro a ação antigênica das larvas, sendo frequente o paciente apresentar eosinofilia (é a elevação da contagem dos eosinófilos acima dos níveis observados nos indivíduos sadios, de mesma idade, que não tem história de alergia. As eosinofilias mais comuns são das doenças alérgicas e algumas parasitoses).

Diagnóstico

É baseado no exame clínico, sintomas e aspecto dermatológico da lesão, caracterizando por erupção linear e tortuosa na pele.

Tratamento

Nos casos benignos o tratamento pode ser dispensado, a infecção pode resolver espontaneamente ao fim dos dias. Se a infecção se estender entre semanas ou meses é recomendado à escolha do tiabendazol aplicando a pomada de quatro vezes ao dia. Geralmente o prurido diminui em 24 a 72 horas e a cura clínica e entra 7 a 14 dias.

Em casos de infecção por diversas partes do corpo é recomendado o tiabentazol por via oral na dose de 25mg/kg, duas vezes ao dia, durante dois dias, não excedendo 3g por dia.

No tratamento da Larva migrans cutânea o uso oral de 400mg de albendazol e ivermectia na dose de 200mg/kg, tem apresentado sucesso no tratamento. Em Infecções secundárias o tratamento e com a utilização de anti-histamínicos e esteroides tópicos. Quando o paciente é intolerante à medicação, o indicado é cloretila ou a neve carbônica, que matam a larva pelo frio.

Larva Migrans Visceral e Larva Migrans Ocular

Larva migrans visceral (LMV) - larvas de 3º estágio (L3) principalmente do gênero Toxocara. É a síndrome determinada por migrações prolongadas de larvas de nematódeos de parasitos comuns aos animais. E quando atingem o organismo humano morrem depois de longa permanência nas vísceras, sem poder chegar ao estágio adulto. Essas larvas podem migrar para o globo ocular, tem a síndrome denominada larva migrans ocular (LMO).

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