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Pesquisa Sobre Leishmaniose Visceral

Por:   •  18/2/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.861 Palavras (8 Páginas)  •  175 Visualizações

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Leishmaniose Visceral

INTRODUÇÃO

As Leishmanioses são disfunções provocadas por protozoários digenéticos do gênero Leishmania. É uma zoonose que atinge animais domésticos, animais selvagens e o homem, enquanto que os animais consistem em verdadeiros reservatórios e o homem é apontado como um hospedeiro acidental (FOGANHOLI & ZAPPA, 2011). É uma doença crônica, grave, de alta letalidade se não tratada, e apresenta aspectos clínicos e epidemiológicos diversos e característicos, para cada região que ocorre. Os fatores de risco para o desenvolvimento da doença incluem a desnutrição, o uso de drogas imunossupressoras e a co-infecção do HIV (NEVES, 2010).

A Leishmaniose Visceral (LV), conhecida popularmente como calazar, pode ser causada pelas espécies L. donovani, L. infantum, e no Brasil, a L. chagasi (GONTINJO & MELO, 2004). Estes parasitas apresentam-se sob duas formas: promastigota e amastigota. A forma promastigota, exibe corpo celular fusiforme e alongado possuindo flagelo na região anterior e são microorganismos encontrados no tubo digestivo do inseto vetor. A forma denominada amastigota são intracelulares obrigatórias com corpo esférico e pequeno, não apresentando movimento devido possuírem o flagelo interno a bolsa flagelar, sendo esses encontrados nos vacúolos das células do sistema fagocitário mononuclear dos hospedeiros vertebrados (HAGE et al., 2008).

O modo de transmissão do protozoário ocorre através da espécie de flebotomíneos, a Lutzomyia longipalpis, são conhecidos vulgarmente como “mosquito- palha”, “birigui” ou “tatuquiras”. A infecção ocorre quando as fêmeas, hematófagas, se alimentam do sangue de hospedeiros vertebrados infectados, e ingerem com o sangue macrófagos e monócitos parasitados. No interior do intestino médio (estômago), rapidamente ocorre a ruptura das células liberando as formas amastígostas que, após a divisão binária, se transformam em promastígotas arredondadas e de flagelo curto. A transmissão do parasito ocorre através da picada das fêmeas infectadas que se alimentam em vertebrados suscetíveis. Durante a alimentação, a saliva da L. longipalpis é inoculada com as formas do parasito (NEVES, 2010).  

        

ASPECTOS RELEVÂNTES

Quando a Suscetibilidade, os aspectos relacionados com a imunidade do homem a infecção por L. chagasi, não se encontram claramente definidos, mas com experimentos alguns mecanismos foram propostos para a evasão e sobrevivência do parasito em seus hospedeiros vertebrados. Na Leishmaniose sabe-se que a multiplicação do parasito dentro dos macrófagos depende do mecanismo imune regulatórios, como a capacidade da célula de prevenir a apoptose, estimular o complexo maior de histocompatibilidade classe II, modular a expressão de citoquinas do próprio macrófago e sua ação sobre os linfócitos T. Para a ocorrência da doença (LV) em determinada região é necessário à presença do vetor e de um hospedeiro igualmente suscetíveis. Dependendo da resposta imune do hospedeiro e a espécie do parasita, existe a grande possibilidade do homem, principalmente crianças com baixa nutrição, serem fonte de infecção. Anteriormente ao aparecimento da AIDS no Mediterrâneo, a LV era uma doença que tradicionalmente afetava crianças. Entretanto, a doença passou a acometer principalmente adultos entre 31 e 50 anos de idade, ocorrendo na forma de co-infecção em 70% dos casos. Antes restrita apenas as zonas rurais do nordeste brasileiro, a Leishmaniose Visceral progrediu para áreas periurbanas e periferias de centros urbanos, sendo isso consequência de fatores como mudanças climáticas, processo de expansão urbana e aumento de populações caninas nesses locais e adaptação do vetor em ambientes modificados por ações antrópicas.

Quanto à manifestação clínica e subclínica, costumam-se distinguir, segundo a sintomatologia e a evolução, as seguintes formas de leishmaniose visceral, cujos limites são naturalmente convencionais, pois o quadro clínico pode evoluir de uma forma para a outra. As formas assintomáticas, latentes e frustras, observadas geralmente em adultos jovens e nas crianças maiores, eutróficas, com evolução silenciosa ou com sintomas tão discretos que a doença fica sem diagnóstico. Podendo evoluir para a cura ou para um quadro sintomático. As formas agudas, de evolução rápida e fatal em prazos curtos (20 a 40 dias), sobretudo em lactentes e crianças de um ou dois anos, ou nas maiores quando subnutridas. A febre é alta e contínua, com pronunciada anemia, palidez, emagrecimento, adinamia e aumento relativamente pequeno do baço, que vai se tornando maior e mais rijo, com o tempo. A morte pode ser causada por infecção associada (septicemia), hemorragia grave ou caquexia. Ela pode ser devida a instalação tardia de tratamento ou ausência de resposta aos antimoniais e outros medicamentos. A forma subaguda ocorre frequentemente entre crianças, com evolução mais lenta (5 a 12 meses), e terminando, nos pacientes não tratados, pela morte em caquexia. As formas crônicas, são as mais comuns e possui evolução lenta, que pode durar anos, com fases de remissão e recaídas alternando-se por períodos de semanas ou meses. É encontrado nas crianças maiores e nos adultos. Representa a forma que melhor responde a tratamentos. A forma Leishmaniose dérmica pós-calazar é uma manifestação cutânea da leishmaniose que ocorre em pacientes que não receberam tratamento ou até mesmo alguns dos que foram tratados. Estas lesões na pele e no rosto e em outras partes do corpo são mais frequentes em pacientes do Sudão e da Índia, onde aparece de seis meses a cinco anos depois da cura clínica do calazar. As lesões têm aparências variadas e são caracterizada pelo aparecimento de áreas com hipopigmentação, pápulas ou máculas e, às vezes, nódulos, principalmente na face, tronco e membros.

        Quanto à rotina do diagnóstico da leishmaniose visceral baseiam-se nos sinais e sintomas clínicos, em parâmetros epidemiológicos, e na grande produção de anticorpos. Entretanto, a confirmação do diagnóstico ainda é realizada pelo encontro do parasito em amostras biológicas de tecidos do paciente. O diagnóstico clínico, baseia-se em sintomas apresentados pelo paciente associados a história de resistência em áreas endêmicas, sintomas como febre regular ou remitente, pulso rápido, palidez e astenia e outros sintomas e astenia e outros sintomas . Entretanto, é preciso especial atenção para outras doenças que apresentam sintomatologia semelhante, como malária, taxoplasmose, brucelose, tuberculose e esquistossomose, principalmente em áreas onde ocorre a superposição na distribuição das doenças. No diagnóstico parasitológico é baseado na observação direta do parasito, como na Punção das vísceras, onde pode ser encontrado do material aspirado do baço (98% dos casos dão resultados positivos), da medula óssea (54% a 86% de positivos) ou de linfonodos aumentados de volume (64% dos casos). Com o material aspirado, preparar o esfregaço, estendido com lâmina de microscopia. A semeadura em meios de cultura pode melhorar as chances de se evidenciar o parasitismo, em casos de infecção leve. A pesquisa de leishmânias no sangue, encontradas eventualmente no interior dos leucócitos, devendo ser realizada no creme leucocitário, obtido por centrífuga. Os métodos imunológicos e sorológicos, tem indicação nas fases incipientes da doença,em que os altos níveis de anticorpos produzidos pelo paciente permitem a aplicação de uma variedade de técnicas para o diagnóstico mais rápido e preciso. O método ELISA por exemplo, além de simples e econômico, requer apenas 50ml de sangue e os antígenos utilizados são solúveis e o teste mostra sensibilidade muito alta na detecção de casos de calazar. A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) utiliza como antígeno formas promastígotas fixadas na lâmina. Trata-se de um método de simples execução e apresenta uma sensibilidade alta na detecção de casos de LV, porém fornecem reações cruzadas com outros tripanossomatídeos. Entretanto, no calazar os títulos de anticorpos são muito mais altos durante a doença. É o teste mais usado, inclusive na avaliação da resposta terapêutica.

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