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PÓS-TRATAMENTO DE REATOR ANAERÓBIO UTILIZANDO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EMERGENTES DO GÊNERO EICCHORNIA

Por:   •  6/7/2020  •  Relatório de pesquisa  •  1.885 Palavras (8 Páginas)  •  192 Visualizações

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PÓS-TRATAMENTO DE REATOR ANAERÓBIO UTILIZANDO MACRÓFITAS AQUÁTICAS EMERGENTES DO GÊNERO EICCHORNIA

RESUMO

O presente trabalho visou avaliar o desempenho de westlands construídos na remoção de matéria orgânica como pós tratamento de reator anaeróbio, utilizando-se de macrófitas aquáticas do gênero Eicchornia. O sistema de esgotamento sanitário utilizado neste projeto é composto de reator anaeróbio de lodo fluidizado seguido de lagoa anaeróbia. O efluente do reator segue para a lagoa onde foi implantado um sistema de westland construído com macrófitas emergentes das espécies Eicchornia crassipes e E. azure com a função de pós tratamento da carga orgânica e controle das algas presentes no sistema. Os limites de lançamento da referida estação não estavam sendo atingidos, gerando sanções administrativas e multas para o sistema. Com a implantação das macrófitas emergentes o sistema alcançou limites de lançamento, bem como, conseguiu controlar a proliferação desenfreada das algas verdes presentes na lagoa. O sistema foi operado em condições reais de carga e vazão e os resultados obtidos, em 13 semanas de operação, foram satisfatórios com aumento na remoção de carga em 57% ao sistema inicial. O manejo das macrófitas foi realizado diariamente com a remoção de 5% dos espécimes mais exuberantes e a destinação do resíduo foi a incorporação no solo da própria ETE como adubação verde. Conclui-se neste projeto que a inserção de westlands construídos em lagoas anaeróbias pode contribuir com a remoção de carga orgânica e controle de algas verdes, estabilizando o sistema de tratamento de esgoto sanitário.  

Palavras-Chave: Lagoa anaeróbia, Eicchornia, esgoto, purificação.

INTRODUÇÃO

O saneamento básico está intimamente ligado à qualidade de vida e saúde de uma população, pois diminui riscos de doenças, poluição de rios e lagos e danos ambientais. Em regiões de clima quente, a digestão anaeróbia de esgotos sanitários apresenta-se como solução econômica e confiável para o tratamento visto a fácil operação, baixa geração de lodo e custo com energia elétrica, porém o processo anaeróbio fornece efluente com constituintes residuais, como gases dissolvidos, matéria orgânica pouco digerida, sólidos suspensos, nutrientes e organismos patogênicos (TAVARES DE SOUSA, 2000).

Esses efluentes são lançados em corpos d’água muitas vezes já degradados pela atividade antrópica do entorno, prejudicando a capacidade de autodepuração do corpo hídrico. No ambiente aquático, as águas dos lagos, represas e rios são habitadas por vários microrganismos decompositores que se alimentam de matéria orgânica. Quando as águas recebem o despejo de esgotos, passam a receber os microrganismos que fazem parte do intestino humano (Coliformes termotolerantes) e também os microrganismos patogênicos presentes nas fezes de pessoas doentes além de uma quantidade excessiva de sais minerais, favorecendo o processo de eutrofização das águas, e uma consequente morte dos seres presentes nesse ecossistema, ou seja, uma ameaça à saúde dos seres vivos, inclusive o homem (VIEIRA, 2015).

Segundo Esteves (1988) a eutrofização é definida como o aumento de concentração de nutrientes, especialmente o Fósforo (P) e o Nitrogênio (N), presentes nos ecossistemas aquáticos, devido ao despejo de dejetos (domésticos, industriais ou atividades agrícolas) ocasionando o crescimento descontrolado de plantas aquáticas e de algas. Os sistemas de tratamento que se utilizam de lagoas de tratamento também são acometidos por estes problemas e muitas vezes esse escape de algas para o corpo receptor torna-se um agravante.

O controle de nutrientes, bem como, do crescimento algal é uma função primordial nos sistemas que se utilizam de lagoas para o tratamento dos esgotos, logo, o presente projeto é uma tentativa de contribuição na melhoria do meio ambiente através da utilização de plantas macrófitas para a remoção, por meio de suas raízes, de resíduos poluentes presentes nos efluentes das lagoas de tratamento. As plantas macrófitas emersas crescem em coleções hídricas e podem ser utilizadas na despoluição de lagos e rios porque requerem altas concentrações de nutrientes para o seu desenvolvimento, sendo que, através de suas raízes contribuem na remoção de macronutrientes provenientes de despejo industrial e doméstico (POMPEO, 2017).

Por definição, uma lagoa facultativa mantém um fluxo hidráulico onde o esgoto afluente entra continuamente em uma extremidade da lagoa e sai na extremidade oposta. Ao longo deste percurso, que leva vários dias, uma série de eventos contribui para a purificação dos esgotos. Parte da matéria orgânica em suspensão tende a sedimentar, vindo a constituir o lodo de fundo. Este lodo sofre processo de decomposição por microrganismos anaeróbios. A matéria orgânica dissolvida, conjuntamente com a matéria orgânica em suspensão de pequenas dimensões não sedimenta, permanecendo dispersa na massa líquida, onde sua decomposição se dá por bactérias facultativas (VON SPERLING, 1996).

Este é o principal motivo pelo qual em tratamento de esgotos por lagoas ocorre o descontrole na proliferação de algas fazendo com que esta tenha a coloração verde e que em alguns momentos estas algas atinjam o corpo receptor.

Logo, o presente projeto teve como objetivo geral promover a melhora na qualidade do efluente final de uma estação de tratamento de esgoto composta de reator anaeróbio, seguido de lagoa facultativa.

As consequências dessa melhoria visam reduzir os valores de DBO e DQO do efluente final, promover o controle de crescimento e proliferação das algas, melhorar a aparência da lagoa facultativa, além de garantir o equilíbrio biológico entre as espécies de algas e microrganismos presentes no meio.

Por fim, nesse estudo, buscou-se subsídios para propostas de gestão e alternativas para operação de lagoas anaeróbias de esgoto, além de manejo de ambientes lênticos, submetidos a pulsos eutrofizantes.

METODOLOGIA

Para implantação do experimento foi utilizada uma lagoa facultativa com área de 400m² (10m de largura x 40m de comprimento) com uma profundidade de lâmina de água de 1,70m, e com um volume de 680m³, que recebe uma vazão média diária de 350m³.

Para a conformação do experimento com as macrófitas emergentes foi utilizada uma área de 120m², que corresponde a aproximadamente 30% da lagoa na sua porção anterior, confinando os espécimes em uma ilha. As delimitações foram realizadas com tubo PVC 50mm, conforme figura 01 e, a princípio, foram introduzidas duas espécies do gênero Eicchornia, a E. crassipes e a E. azurea.

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