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Tratamento de Efluente da indústria de tomate utilizando cloreto férrico

Por:   •  7/5/2018  •  Artigo  •  2.953 Palavras (12 Páginas)  •  873 Visualizações

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TRATAMENTO DE EFLUENTE DA INDÚSTRIA DE TOMATE UTILIZANDO CLORETO FÉRRICO

Rezende, Leonardo Ferreira¹; Souza, Éricka de Fátima Noronha¹; Santos, Eva Joscelina¹; Fonseca, Mateus de Andrade¹; Barbacena, Lucas Ferreira¹; Cunha, Renata Nepomuceno².

¹ - Graduandos em Engenharia Química pelo Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM).

² - Professora Doutora em Engenharia Química do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM).

Palavras-chave: Tratamento de efluente. Tomate. Cloreto férrico.

INTRODUÇÃO

No Brasil, o cultivo do tomate tem um valor comercial elevado, tendo uma produção anual de 3,7 milhões de toneladas por ano, sendo a maior parte desse produto destinada ao consumo in natura e o restante utilizado na agroindústria (FILGUEIRA, 2008). Nos últimos trinta anos, houve um notável aumento em investimentos na área da produção industrial de tomate no país, com a adoção de novas variedades e híbridos do fruto, com técnicas modernas e cultivo, além de um grande incremento na cadeia produtiva. Tais mudanças só foram possíveis devido à integração entre a indústria e o setor agrícola, devido à implantação de novas tecnologias de produção.

        O sistema agroindustrial do tomate pode ser caracterizado em dois segmentos funcionais, a indústria de transformação primária e a indústria de transformação secundária. Ambas se integram e se completam, formando a chamada industrialização propriamente dita (EMBRAPA, 2003). O segmento primário consiste na obtenção de produtos intermediários provenientes de locais distintos, não havendo uma padronização. O fruto deste processo é posteriormente processado para a fabricação. Um dos maiores entraves existentes no processo industrial se deve à qualidade da matéria-prima, a má localização de algumas plantas industriais e a baixa produtividade agrícola nos períodos de seca.

        Os efluentes gerados na indústria de produtos derivados do tomate provêm da água utilizada no transporte do fruto, na lavagem do mesmo, na sua produção de molhos e também na limpeza de equipamentos e do piso na planta industrial (GORJON et al., 2010).  

Nos dias atuais, a indústria nacional está submetida a dois instrumentos de pressão. De um lado fica as imposições do comércio internacional pela melhoria da competividade industrial e, do outro, as questões ambientais e as recentes condições legais de gestão de recursos hídricos, particularmente aquelas associadas às cobranças pelo uso de água (HESPANHOL et al., 2007).

        A Norma Brasileira (NBR ISSO 14.001) de 2004 especifica requisitos para que um sistema de gestão ambiental capacite uma organização a desenvolver e implantar algumas políticas e alguns objetivos que levem em consideração requisitos legais e informações sobre aspectos ambientais significativos (MORETTI et al.,2008). Sendo assim, as indústrias visam buscar alternativas para os resíduos agroindustriais, realizando pesquisas para melhoramento da produtividade e também pesquisas na área da qualidade do produto sem um gasto exagerado de recursos hídricos.

O trabalho tem como objetivo testar diferentes quantidades de um mesmo coagulante, para obtenção de um grau elevado de limpeza no efluente tratado. Por meio deste, tendo um resultado que possa aperfeiçoar o processo realizado, diminuir os gastos com coagulantes na planta industrial e reduzir os impactos ambientais.

REVISÃO TEÓRICA

A produção mundial de tomates, em 2002, forneceu mais de 27 milhões de toneladas para o processamento industrial. O Brasil ficou entre os maiores produtores da fruta, produzindo cerca de 1,28 milhões de toneladas. Tal número se deve às grandes áreas de plantação do tomate, que chegam a ser em um total aproximado de 18,25 mil hectares plantados, tendo uma produtividade média de cerca de 70 toneladas por hectare. Atualmente, a maior parte do processo industrial do tomate está localizada na região Centro-Oeste, devido ao seu clima seco, ao solo profundo e a topografia do lugar, que favorece a utilização de grandes maquinários e de grandes sistemas de irrigação (EMBRAPA, 2003).

        Na produção industrial, o tomate chega primeiramente de diversos lugares e de locais onde a produção pode diferir, não tendo assim um padrão de tamanho ou cor do fruto (EMPRABA 2003). Depois de uma primeira lavagem, ocorre o processo de seleção, onde os tomates com melhor cor, tamanho e formato vão ser escolhidos e o restante descartado. Depois de selecionados, eles passam por uma nova lavagem, sendo a água utilizada descartada.  Depois da segunda lavagem, os tomates são triturados e passam por um processo chamado tratamento térmico, onde ele é submetido a temperaturas altas. Em seguida ocorre o despolpamento e a refinação, de onde sai o suco que é de fato utilizado na produção dos produtos consumíveis. O suco então é evaporado, para aumentar a sua concentração e depois passa por um processo de pasteurização. O produto final da pasteurização é colocado dentro de tambores 55 galões e mandados para um resfriamento rotativo, para só então depois ser colocado nas latas de extrato de tomate convencionais.

De acordo com a Norma Brasileira (NBR 9800/1987) todo efluente líquido industrial pode ser caracterizado como um líquido que compreende resíduos de processamentos industriais, águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico. O efluente gerado no processamento exposto neste artigo deriva das águas de lavagem do tomate, que se caracteriza pela presença de elevada carga orgânica. Incluem-se a esse efluente os provenientes do tratamento térmico e evaporação. Em geral, esse efluente é descartado diretamente na estação de tratamento de efluentes, podendo ser tratado de diversas maneiras, variando de indústria para indústria.

As características físico-químicas de efluentes em geral, variam de acordo com a indústria que se está pesquisando. Há muitas variáveis envolvidas, como o tipo de indústria, o período de operação das máquinas, a matéria-prima utilizada ou até mesmo se está se reutilizando água em algum dos processos. Com isso, o efluente pode ser solúvel ou ter materiais em suspensão, pode ser orgânico ou inorgânico, apresentar forte coloração e odor, entre várias outras características.

Dentre os parâmetros mais comuns para se caracterizar um efluente líquido está a temperatura, coloração, turbidez, medição de sólidos suspensos, pH, teor de matéria orgânica ou de metais, nível de bactérias, protozoários e nível de contaminação patogênica (CIMM – Centro de Informação Metal Mecânica, 2013).

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