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Resenha: "Teoria Da Restauração"

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Por:   •  10/3/2015  •  2.721 Palavras (11 Páginas)  •  4.830 Visualizações

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Resenha:

“Teoria da restauração”

Esta resenha está baseada no livro “Teoria do Restauro”, de Cesare Brandi; edição Orion. Aqui estão explanados os oitos capítulos contidos no livro.

No primeiro capitulo encontramos o conceito de restauração, onde o autor traz um entendimento geral do que é restauração; sendo uma intervenção qualquer de um produto da atividade humana voltada a trazer novamente a sua eficiência. Assim temos dois tipos de restauração, os produtos industriais e às obras de arte. Deixa claro o autor que a primeira não deve ser confundida como sinônimo da segunda, pois a primeira foi definida como reparação ou restituição de um estado anterior, a segunda tomará um caráter diferente. Pois se tratando de produtos industriais, o intento da restauração seria recuperar a funcionalidade do produto, entendendo assim a natureza de restauro ligada de forma exclusiva a realização desse fim. Já se tratando de obras de artes, mesmo com objetivos funcionais como a arquitetura, citada no texto e chamada de objeto da arte aplicada, a sua funcionalidade não será de grande importância, se entrar na definição do restauro no que se refere a “obra de arte como obra de arte”.

Mas o que é uma obra de arte? Para Cesare Brandi, a resposta está no não questionamento da essência do objeto e do seu processo criativo que o produziu, mas quando começa a fazer parte do mundo e, no particular mundo de cada individuo. Um produto da espiritualidade humana.

Sendo esclarecido o que é uma obra de arte, sugere o autor que a intervenção de restauro dependa que ocorra o reconhecimento ou não “da obra de arte como obra de arte”. Pois a sua legitimidade deve ser observada quando executado a restauração como restauro, de uma obra de arte que recebe está qualificação. Assim a obra está condicionada a restauração e não o contrario.

Sobre o restauro da obra e seus procedimentos, afirma o autor que, se esta necessitar de algum sacrifício e que poderia ser feito segundo aquilo que exige a instância estética.

...E será essa instância a primeira em qualquer caso, porque a singularidade da obra de arte em relação aos outros produtos humanos não depende da sua consistência material e tampouco as sua dúplice historicidade, mas da sua artisticidade, donde se ela perder-se, não restará nada além de um resíduo. (Pagina 32)

A instância também histórica não poderá ser subestimada, mesmo possuindo uma duplicidade como afirmou o autor na citação acima. De acordo com Cesare Brandi, a primeira dúplice historicidade consiste no ato de sua formulação, criação, referindo-se a um artista, um tempo, um lugar; a segunda historicidade está baseada no presente de uma consciência e, portanto, refere ao tempo e ao lugar em que está naquele momento. Há também um período intermediário entre a criação da obra e o chamado presente histórico, que se movimenta de forma continua para frente, criando outros presentes históricos e que se torna passado, conservando os traços da obra. Já em relação ao lugar onde a obra foi criada ou destinada, como também o seu possuidor, afirma o escritor que esta poderá possuir traços na essência da obra. Sendo assim destacam-se a importância das duas historicidades.

Observando estas duas instâncias, conclui o autor o primeiro capítulo enunciando o segundo princípio do restauro , sendo que, o primeiro é a singularidade da obra de arte em relação a outros produtos humanos e sua artisticidade, e o segundo é a importância da veracidade artística da passagem do tempo.

... a restauração não deve visar o restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que isso seja possível sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem cancelar nenhum traço da passagem da obra de arte no tempo.( Pagina 33)

No segundo capítulo o autor traz como tema “A matéria da obra de arte”. A teoria da matéria da obra de arte está no objeto de intervenção, que exige do restaurador um conhecimento do que seja a matéria em relação à obra de arte. Assim representa a matéria o tempo e o lugar da intervenção e de restauro, pois ela se manifesta como “aquilo que serve a revelação da imagem”.

Considerada uma epifania da imagem pelo escritor, a matéria passa a ser definida como estrutura e aspecto; assim as duas acepções do conceito atuam de forma inseparáveis, onde normalmente uma não poderá contrariar a outra, mas em caso de conflito entre a estética com a histórica, prevalecerá o aspecto sobre a estrutura.

Como exemplo destas afirmações, o autor traz uma pintura sobre a madeira – figura 1. Genova, Palácio Spinola. Antonello da Messina: Ecce Homo –, onde a madeira danificada pelo tempo já não oferece um suporte a pintura; a pintura será então a matéria como aspecto, já a madeira será a matéria como estrutura. Portanto, jugar a distinção entre o aspecto e a estrutura é algo mais delicado do que se possa imaginar a primeira vista, pois a pintura esta sobre a madeira dando lhe característica especifica, e se retiramos a madeira a imagem perderia estas características. Outro exemplo citado no livro é um edifício que foi parcialmente destruído por um terremoto – figura 2 e 3. Alba Fucense, São Pedro: interior, após o restauro. O intuito foi à reconstrução ou a recomposição das partes destruídas; neste exemplo, o aspecto não poderá ser só a superfície externa dos blocos, mas deverá permanecer como blocos não só na superfície. Sugere então que a estrutura interna poderá ser modificada para sobreviver a futuros terremotos, sendo que, o aspecto da matéria não seja alterado.

Aponta o escritor alguns erros ocorridos pelo não entendimento do que seja a matéria da obra de arte na sua polaridade de aspecto e de estrutura. O primeiro é chamado pelo escritor de “ilusão de iminência”; onde há uma associação de material idêntico na composição do restauro, porém a matéria não é totalmente idêntica por causa de sua historicidade, ainda que quimicamente sejam iguais, mas constitui um falso histórico e estético. O outro erro deriva também na falta de questionamento sobre o que representa a matéria na obra de arte, pois é um erro acreditar que a falta de distinção entre estrutura e o aspecto e da assimilação da matéria como vinculo da forma, possa ser ligado à própria forma, pois a matéria não assume na obra de arte a função de estrutura. Já o ultimo erro apontado no livro, está limitação da obra como algo material, pois tanto a atmosfera e a luz que se encontra no ambiente compõem a matéria. Assim a remoção de uma obra de arte de seu lugar de origem deve ser feita somente para a conservação

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