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Risos

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Por:   •  30/9/2014  •  Tese  •  919 Palavras (4 Páginas)  •  251 Visualizações

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TRABALHISMO

A autora inicia o livro analisando o primeiro movimento do processo de constituição da classe trabalhadora como ator político no Brasil. A abolição da escravatura, a proclamação da República, a virada do século, são marcos históricos explícitos que expressam ou precedem os temas da ebulição partidária, do militarismo e do nacionalismo, da crise econômica e política dos anos 20, da criação do mercado livre e de uma decorrente discussão sobre o "lugar" do trabalho e do trabalhador na sociedade brasileira.

A construção da identidade do trabalhador brasileiro significava, em primeiro lugar, rever a marca de atraso e desvalorização que a escravidão imputara ao próprio trabalho e redefini-lo positivamente como fator de grandeza e felicidade para o homem e de riqueza e progresso para a sociedade. Significava, também, unir e se fazer reconhecer como iguais elementos díspares de um conjunto heterogêneo e disperso, a partir daí tornado coeso e visível socialmente. Para tanto, a formação do partido operário era fundamental, pois permitiria a defesa dos interesses operários num contexto em que a incipiente organização dos trabalhadores estimulava a opção por um canal de lutas explicitamente político, embora ordeiro e antigrevista.

Para a análise desse processo Angela recorre a documentos oficiais de várias origens, arquivos particulares e entrevistas. Tomando, em primeiro lugar, a revista Cultura Política, importante publicação do Departamento de Imprensa e Propaganda, o famoso DIP, Angela detecta, através da crítica difusa ao liberalismo desordenado e desarticulador da Primeira República, os limites da doutrina veiculada. Com base no papel restaurador atribuído à Revolução de 30 e consolidado – após os desvios de 1934 - pelo Estado Novo, caberia respeitar a especificidade do nacional e promover a união entre elites e massa. A questão social é central, base da justiça e da igualdade que o Estado, através da intervenção neutra, deve garantir, assegurando o trabalho e, a partir dele, a participação no projeto comum. Em seguida, acompanha o percurso de Marcondes Filho a "costurar" a aliança do regime diretamente com os trabalhadores, em que recursos de difusão pelo rádio são usados, semanal e depois diariamente, para se dirigir a um público quase sempre analfabeto.

A autora recupera, igualmente, a sistematização do calendário festivo do regime, em que o Dia do Trabalho, a data do aniversário de Getúlio Vargas e a comemoração da implantação do Estado Novo se destacam, cumprindo, cada um, papel ritual específico. Assim, no início do ano (abril e maio), um conjunto de manifestações expressavam homenagens recíprocas entre o Presidente e os trabalhadores que culminavam com a comemoração, a 10 de novembro, do fato político que os "reunia". Todas essas iniciativas, obviamente, reforçavam o caráter da figura de Vargas, sempre apresentado como sujeito das ações do regime que liderava com sua excepcional clarividência, inteligência e, principalmente, com sua capacidade de entender o seu povo

Os sindicatos entram como peça importante dessa união entre povo e Estado. Inibidas a idéia e a prática de representação nos moldes partidários liberais, o povo era um corpo político definido e hierarquizado pelo trabalho, organizado e expressivo através dos sindicatos. Nesse contexto, primeiramente o Ministério do Trabalho desenvolve várias políticas: iniciativas de nacionalização da mão-de-obra pela restrição à imigração, de controle e orientação da migração interna, além de medidas na área da previdência, da medicina social, da alimentação, da habitação, da educação, da cultura e da recreação são simultaneamente ativadas.

Promover a sindicalização,

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