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Biodisponibilidade de vitaminas lipossolúveis

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Por:   •  21/11/2014  •  Artigo  •  4.202 Palavras (17 Páginas)  •  540 Visualizações

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Biodisponibilidade de vitaminas lipossolúveis

O termo biodisponibilidade aplicado a vitaminas em alimentos pode ser definido como a proporção da quantidade de vitamina ingerida que sofre absorção intestinal e é então utilizada pelo corpo1. A utilização e o transporte da vitamina absorvida nos tecidos inclui absorção celular e conversão para uma forma que realiza alguma função bioquímica. A palavra "disponível" é chave, pois a vitamina também pode ser metabolizada dentro da célula e ficar indisponível para excreção subseqüente, ou simplesmente pode ser armazenada para uso futuro2.

Ressalta-se ainda que, quando uma certa quantidade de vitamina é absorvida e entra na circulação, alguns tecidos podem não a utilizar por já terem atingido o estágio de saturação. Nesse caso, uma certa proporção da vitamina circulante seria excretada e, aparentemente, estaria indisponível se a excreção urinária ou o acúmulo no tecido fosse o critério utilizado para avaliar biodisponibilidade2. Assim, a definição de biodisponibilidade de um nutriente leva em consideração o caráter operacional dentro do contexto do método usado para sua determinação3. Em virtude disso, as várias terminologias utilizadas nesta área de pesquisa, bem como particularidades da fisiologia de cada vitamina, precisam ser revistas.

A biodisponibilidade de um nutriente não deve ser confundida com o conteúdo de vitamina presente no alimento. Por exemplo, um alimento processado pode ter perdas de parte do conteúdo de vitaminas termolábeis de acordo com suas características de estabilidade: contudo, a biodisponibilidade da quantidade restante pode ou não ser alterada. Assim, a estabilidade do nutriente e a biodisponibilidade são claramente distintas2.

Outros termos encontrados na literatura que podem causar confusão são biopotência, bioconversão e bioeficácia. O termo biopotência está diretamente relacionado à magnitude da influência de uma vitamina nos processos biológicos ou, simplesmente, à atividade biológica da vitamina, testada por meio de bioensaios2. A bioconversão é a quantidade de um nutriente já absorvido que é convertida em sua forma ativa no corpo; é o caso da transformação dos carotenóides provitamínicos A em retinol4. Já a bioeficácia, resultado tanto da biodisponibilidade quanto da bioconversão, se refere à eficiência com que um nutriente ingerido no alimento é absorvido e convertido na sua forma ativa3,4.

Muitos fatores influenciam a absorção das vitaminas de um alimento particular ou de uma refeição, dentre eles estão os relacionados à própria fisiologia do indivíduo, assim como fatores relacionados ao alimento. A má absorção pode acontecer na presença de desordens gastrointestinais ou outras doenças específicas. O estado nutricional prévio do indivíduo também pode influenciar a biodisponibilidade de uma vitamina em particular, podendo aquele estar relacionado a uma regulação adaptativa no metabolismo dessa vitamina2.

Os fatores relacionados ao alimento, a forma química e o estado físico no qual as vitaminas se encontram na matriz do alimento afetam diretamente sua absorção. Essas propriedades podem ser influenciadas pelos efeitos do processamento ou preparação do alimento com possíveis conseqüências na absorção de seus nutrientes. Todavia, de modo geral, as vitaminas que se encontram ligadas à matriz do alimento apresentam uma eficiência de digestão e absorção mais baixa1. Também alguns componentes da própria refeição podem retardar ou aumentar a absorção da vitamina; sendo assim, a composição da dieta é um fator importante. Do mesmo modo, outras substâncias ingeridas, como álcool e drogas, podem interferir nos mecanismos fisiológicos de absorção. Portanto, como a biodisponibilidade pode ser influenciada por um grande número de parâmetros, a quantidade de vitamina realmente disponível pode variar consideravelmente2.

MÉTODOS UTILIZADOS PARA ESTIMAR A BIODISPONIBILIDADE

Para a determinação da biodisponibilidade absoluta ou verdadeira, é necessária a quantificação, que pode ser obtida por meio de um ensaio microbiológico ou físico-químico, do total de vitamina presente no alimento ou dieta. A biodisponibilidade é calculada como sendo a razão entre a concentração da vitamina disponível endogenamente, determinada por ensaios biológicos, sobre a concentração total da vitamina no alimento. Extrair completamente toda a vitamina, inclusive as formas ligadas à matriz do alimento, é, na prática, um procedimento extremamente difícil, tornando-se um fator limitante na determinação da biodisponibilidade de nutrientes em alimentos5. Dessa forma, prefere-se trabalhar com o conceito de biodisponibilidade relativa, que é definido como a razão entre a fração absorvida de um mesmo nutriente presente em dois tratamentos, um teste e um padrão6.

Várias técnicas têm sido empregadas na determinação da biodisponibilidade de nutrientes, sendo as mais empregadas nos ensaios de biodisponibilidade de vitaminas lipossolúveis os estudos de balanço, a relação dose-efeito e o uso de isótopos.

Nos estudos de balanço, é oferecida, aos voluntários, uma quantidade conhecida do nutriente teste na dieta e pela diferença entre a quantidade ingerida do nutriente e a excretada nas fezes, verifica-se a absorção aparente. Tal método tem várias limitações, sendo a mais proeminente a falta de informações concernentes à utilização do nutriente no corpo, além de não corrigir as possíveis perdas endógenas2. Uma variação desse método usa a técnica do balanço de massa com a qual é possível examinar a retenção pelo corpo como um todo de materiais não metabolizados ou metabolizados e excretados pelas fezes em uma forma padrão conhecida. Entretanto, devido ao metabolismo extensivo de algumas vitaminas, a técnica apresenta uma aplicabilidade limitada.

Um grande enfoque tem sido dado aos estudos sobre biodisponibilidade que correla-cionam a dose de um dado nutriente com seu efeito em determinada resposta fisiológica. O critério de resposta empregado deve ser refletido diretamente na utilização do nutriente, ou seja, pela medida direta de sua concentração no plasma ou tecidos ou, ainda, por qualquer medida de sua funcionalidade no organismo, como, por exemplo, atividade enzimática2. Todavia, essa técnica apresenta alguns inconvenientes, como, por exemplo, a necessidade de utilização de uma grande quantidade do nutriente para obter uma resposta reprodutível no plasma sangüíneo3. Para algumas vitaminas, essa técnica apresenta outras falhas devidas ao metabolismo extensivo dos compostos ingeridos e à presença de muitos vitâmeros, ou seja, compostos diferentes

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