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Acidentes de Membros Superiores em Uma Empresa Frigorífica de Minas Gerais

Por:   •  18/5/2015  •  Monografia  •  9.946 Palavras (40 Páginas)  •  254 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O acidente de trabalho nasceu com a necessidade que tem o homem de prover as condições favoráveis para a sua existência. Todavia, esses acidentes só chamaram a atenção dos governantes quando, em virtude do seu elevado número, adquiriram as dimensões de um problema social.

Os agravos à saúde do trabalhador vêm acompanhando historicamente o desenvolvimento econômico e a divergência dos processos produtivos. A extensão social do processo de trabalho e sua ligação com as doenças e acidentes ocupacionais têm surgido como sujeitas a essa dinâmica, na qual, em períodos de crescimento espera se que exista o aumento do nível de ocupação e queda na taxa de desemprego e, em momentos de redução de atividade, o efeito inverso é aguardado, exercendo influência na propensão dos acidentes de trabalho e na variedade de trabalhadores expostos (WUNSCH FILHO, 1999).

Para Lacaz (1996), a década de 1980 representa um marco histórico para a saúde do trabalhador, pois este passa a ser aceito como sujeito possuidor de saber e não simples consumidor de serviços de saúde. O campo saúde do trabalhador, segundo o autor, tem como objetivo a participação dos trabalhadores no processo de avaliação e controle dos acidentes de trabalho e não se limita à concepção de riscos profissionais e agentes causadores (físicos, biológicos, químicos, mecânicos e ergonômicos), mas reconhece outras determinações para os sofrimentos físico e mental, relacionando-as com o processo produtivo.

Essa exposição relaciona-se com cada processo produtivo em que as tecnologias praticadas podem gerar novos riscos e chocar diferentemente no perfil dos acidentes de trabalho.

Os acidentes de trabalho relacionam-se àqueles que ocorrem no exercício do trabalho a serviço da empresa causando lesão corporal ou perturbação funcional que motivando a perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho e até mesmo a morte (BRASIL, 2006A).

De modo esquemático, pode-se dizer que o perfil de morbimortalidade dos trabalhadores no Brasil, na atualidade, caracteriza-se pela coexistência de agravos que têm relação com condições de trabalho específicas, como os acidentes de trabalho típicos e as doenças profissionais; doenças que têm sua frequência, surgimento ou gravidade modificada pelo trabalho, denominadas doenças relacionados ao trabalho e; doenças comuns ao conjunto da população, que não guardam relação de causa com o trabalho, mas condicionam a saúde dos trabalhadores (BRASIL, 2004).

Neste assunto, a saúde ocupacional constitui-se na promoção e prevenção da saúde dos trabalhadores, com limitação preventiva, de rastreamento e diagnóstico precoce dos danos à saúde consequentes do trabalho (RIO, 1996).

De acordo com o parecer da Organização Internacional do Trabalho – OIT (2010) registra-se diariamente 6,300 mil mortes relacionadas a acidentes ou doenças do trabalho. Configurando mais de 2,3 milhões de óbitos ao ano. Sendo a maioria ocorrida nos locais onde são exercidas longas jornadas de trabalho. Muitas exposições aos riscos causadores dos agravos e mortes dos profissionais continuam ocultas e atravessam apercebidos, especialmente na economia informal.

No Brasil, estes índices são assustadores, considerando no ano de 2008, 747,7 mil acidentes de trabalho, entre os trabalhadores assegurados da Previdência Social, o que não inclui os trabalhadores autônomos. Entre esses registros contabilizou-se 20 mil doenças ligadas ao trabalho, e parte destes acidentes e/ou doenças possuíam como resultado o afastamento das atividades de 580 mil trabalhadores devido à temporária incapacidade, 298 mil até 15 dias e 281 mil com tempo de afastamento acima de 15 dias, além dos oito mil trabalhadores que sofreram incapacidade permanente e os óbitos corresponderam a dois mil (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2009).

A Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente. A empresa deverá comunicar ao INSS o acidente de trabalho, ocorrido com seu empregado, havendo ou não afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o teto máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo nº 109 do Decreto nº 2.172/97.

Segundo Pignati (2007) o desenvolvimento do ramo de carnes e o aumento da competência de abate das indústrias frigoríficas aumentou a capacidade de contratação de trabalhadores de diferentes níveis de qualificação principalmente pelo número de instalações e ampliações de unidades frigoríficas em diversos municípios. Esse aumento de empregabilidade para o setor incide diretamente nas estatísticas de notificação dos acidentes de trabalho.

Os pricincipais responsáveis pelo aumento dos números de acidentes de trabalho no Brasil foram os setores da indústria de alimentação e bebidas, com destaque para os frigorificos, em que a atividade é composta por esfoço repetitivo, elevadas metas de produção e exposição a baixas temperaturas, sendo responsável por lesões na maioria das vezes, de membros superiores (VEZZALI, 2007).

Dentre os fatores causadores dos acidentes de trabalho diante das atividades laborativas em ambientes inadequados, incluem a iluminação, ruídos, poeira, espaço fisico impróprio e a manipulação de objetos cortantes (CAMPOAMOR, 2006).

Os membros superiores são considerados a região do corpo mais afetada nos acidentes de trabalho e suas consequências são muito grandes, tanto para o governo, o empregador, quanto para o trabalhador, que tem redução no ganho financeiro durante a sua recuperação, podendo ter sequelas permanentes em casos mais graves (MINISTÉRIO DA PREVIDENCIA SOCIAL, 2009).

Deste modo, a enfermagem do trabalho ganha destaque neste contexto, constituindo um importante papel no cuidado à saúde ocupacional, atuando na educação de profissionais e trabalhadores, prevenção e promoção da saúde do trabalhador, a fim de garantir um ambiente de trabalho seguro.

Diante do exposto, surge o seguinte questionamento: Qual o índice de acidentes de trabalho em membros superiores em uma indústria frigorifica? Quais as condutas de prevenção de acidentes são utilizadas pelos trabalhadores? Como o enfermeiro do trabalho pode contribuir para evitar tais eventos?

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