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As Perspectivas sobre os rumos da enfermagem

Por:   •  30/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.477 Palavras (6 Páginas)  •  822 Visualizações

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RESUMO: PERSPECTIVAS SOBRE OS RUMOS DA ENFERMAGEM

A enfermagem ressurgiu pelas mãos de Florence Nightingale com uma nova linguagem de humanidade, tecnicidade, modernidade. Isso serviu para resgatar a dignidade da enfermagem como verdadeira profissão e tirar a enfermagem da decadência que se encontrava no início do século passado.

No Brasil a enfermagem era desempenhada por pessoas sem nenhum preparo técnico e sem recursos de medicamentos, anestésicos e equipamentos. As pessoas eram assistidas em suas residências e os hospitais eram destinados a cuidar de pessoas sem famílias e daqueles levados a morrer. Os hospitais, nesta época, eram assistidos por pessoas com vocações religiosas, que prestavam os cuidados como um gesto de caridade. Por este motivo, a enfermagem nos moldes de Florence, no brasil, começou na área de saúde pública, com as enfermeiras–visitadoras. Esta mudança ocorreu no Brasil, devido às epidemias de febre amarela, lepra, tuberculose e outras doenças que assolaram a população mundial com a percepção da necessidade de se ter uma educação sanitária. Nessa época, Carlos Chagas, solicitou a cooperação da Fundação Rockefeller, que enviou ao Brasil um grupo de enfermeiras educadoras norte-americanas para a organização de um serviço de enfermagem de saúde pública. Em 1923 criou a primeira escola de enfermagem do Brasil que foi única durante 10 anos, inicialmente intitulada escola de enfermeiras do departamento Nacional de Saúde Pública e atualmente Escola de Enfermagem Ana Néri, da UFRJ. O surgimento da escola de enfermagem exigiu a reorganização de alguns hospitais para que servissem de campo de estágio para estudantes de enfermagem. O ensino de enfermagem nos moldes norte-americanos era passado pelas próprias enfermeiras. O surgimento dos profissionais de enfermagem no Brasil deu-se devido à uma necessidade no campo de saúde pública e educação sanitária e não para a melhoria do padrão do serviço hospitalar como em outros países.Com a evolução das ciências e da tecnologia a assistência à saúde começou a ser prestada pelas instituições hospitalares, o que deixou a população rural e carente que não possuía recursos sem assistência. Com um sistema falho de saúde no Brasil onde a ineficiência dos serviços de saúde era total, tanto na assistência como na prevenção de doenças, foram necessários muitos planos até a criação do SUS, nos moldes da Constituição, “a saúde é um direito de todos e um dever do Estado com acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Em nível internacional todos os países também buscavam solucionar os problemas de forma mais sustentável e igualitária. Isto levou a OMS e a UNICEF a realizar a Conferência Internacional sobre Cuidados primários de Saúde em Alma-Ata para enfatizar que a saúde é um direito fundamental.

No mundo atual, cada vez mais, a enfermagem conta com enfermeiros que se especializam em pequenas áreas anátomo-físico-patológicas, o mesmo acontecendo com a docência e pesquisa, embora ainda existam profissionais preocupados com a visão geral, holística.

Pode-se perceber as diferentes formas de atuação dos profissionais ao redor do mundo e as diferenças em sua formação. Na Europa, Ásia e África, os enfermeiros da prática institucional, em geral, não possuem formação superior. A enfermagem ainda é vista como uma atividade mais técnica e manual, sem grande intelectualismo, onde em alguns países não é necessário ser enfermeiro para se ensinar enfermagem, basta ter conhecimento na matéria que irá lecionar. Assim como também não se exige que seja pesquisador, pois em alguns países da Europa existem institutos de pesquisas independentes, as pesquisas não são feitas dentro das universidades como no modelo norte-americano adotado também pelo Brasil.

A enfermagem exercida de diferentes formas pelo mundo. No sudeste asiático, a enfermagem mescla a influência ocidental com a tradição cultural e religiosidade budista e islâmica do povo, adaptando as inovações com os costumes locais. Na região do pacífico Ocidental, com exceção da nova Zelândia e Austrália, que mantém identidade com o mundo ocidental, devido a suas culturas milenares são carregadas de misticismos religiosos, destacando o Japão onde a mulher possuía um lugar de submissão e era subalterna, não podendo realizar várias funções. Da mesma forma nos países do oriente Médio, as mulheres ainda hoje tem algumas restrições culturais que influenciam no trabalho. Nos países africanos de língua inglesa, houve uma influência britânica, na educação e prática da enfermagem, porém com a deficiência de médicos, os enfermeiros assumiram muitas funções, como obstetrícia, e tiveram que adaptar os cuidados aos recursos disponíveis. Os países africanos de língua portuguesa e francesa continuam em luta para atingir um desenvolvimento sustentável. Na África do sul, existem grandes hospitais urbanos, mas ainda observa-se uma divisão racial entre os trabalhadores e pessoas assistidas nos hospitais, alguns somente brancos e outros negros, como consequência, ainda do apartheid. Ainda assim, é o país com maiores recursos e melhor qualificado, com programas de mestrado e doutorado em enfermagem, possuindo um conselho profissional de âmbito nacional que julga publicamente as denúncias contra os enfermeiros, o que pode ser danoso ao enfermeiro inocentado, pois este é exposto e dificilmente conseguirá retomar sua profissão.

Com a mudança no cenário político e social dos países, como desemprego, aumento da urbanização, busca por melhores condições de vida, etc e o surgimento de inúmeras doenças, vê-se a necessidade um maior investimento na prevenção de doenças e conscientização da população. Com o surgimento de várias tecnologias, melhoria no nível de educação e de qualidade de vida, aumentou também a exigência dos serviços de saúde prestados pelos governos. Porém com a necessidade de corte de custos pelos governos, devido a crises financeiras, no leste europeu, nos países asiáticos e no Brasil, fez com que estes países tenham uma grande desigualdade no nível de vida e saúde e um crescente índice de desemprego. Em junho de 1996, os ministros de saúde dos países europeus, firmaram a Declaração de Ljubliana, visando a redução das desigualdades no acesso aos serviços de saúde, melhoria da qualidade da saúde e uso efetivo dos recursos financeiros, e principalmente os cuidados primários. Essa reforma priorizando os cuidados primários de saúde está ocorrendo em todas as partes do mundo, inclusive no Brasil, pois permite o melhor acesso de toda população aos serviços e educação continuada do pessoal de enfermagem.

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