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MOTIVOS QUE LEVAM A NÃO ADESÃO AO ESQUEMA TERAPÊUTICO DA SÍFILIS EM GESTANTE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Por:   •  30/6/2019  •  Artigo  •  6.782 Palavras (28 Páginas)  •  309 Visualizações

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MOTIVOS QUE LEVAM A NÃO ADESÃO AO ESQUEMA TERAPÊUTICO DA SÍFILIS EM GESTANTE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Moreira, Camila Jesus1, Daher, Donizete Vago2, 1Enfermeira, Especialista em obstetrícia.  Mestranda em Enfermagem pela Escola de Enfermagem aurora de Afonso Costa da Universidade Federal de fluminense (UFF). E-mail: camilamoreiraid.uff.br

2Doutora em Enfermagem. Professora Associada da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal de fluminense (UFF).

RESUMO:

Objetivo:O estudo objetivou verificar os motivos que levam a não adesão ao esquema terapêutico de sífilis em gestantes; levantar a produção cientifica sobre a não adesão ao esquema terapêutico da sífilis.Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura conduzida pela seguinte questão norteadora: Quais os motivos que levam a não adesão das gestantes ao esquema terapêutico da Sífilis? Os dados foram coletados em outubro de 2018 através de busca nas bases de dados eletrônicas de Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, de Literatura Internacional em Ciências da Saúde e Base de Dados de Enfermagem, utilizando os seguintes descritores: Sífilis, Gestante, Tratamento, Enfermagem. Foram selecionados 14 para análise. cujos dados foram organizados e puderem ser analisados dando corpus para a analise do estudo.  Resultados: Os principais resultados de análise dos estudos selecionados permitiu observar, a ausência ou falhas durante o pré-natal; falta de conhecimento das gestantes com VDRL positivo sobre a doença; adesão limitada ou não adesão dos parceiros; estrutura ineficiente dos serviços de saúde; e falta de conhecimento dos profissionais de saúde que assistem tais gestantes; também foi possível observar, o importante papel do enfermeiro no que se refere à realização de atividades voltadas para educação em saúde, bem como a captação dos parceiros sexuais para a adesão ao tratamento. Conclusão: Conclui-se que é necessária uma atenção voltada para tais problemas e solução dos mesmos visando à adesão no tratamento e consequentemente à diminuição nos casos de sífilis gestacional refletindo também na sífilis congênita. Espera-se também que tal estudo venha contribuir para a atuação diferencial do profissional enfermeiro, frente a problemática da sífilis com um todo mas, principalmente a sífilis gestacional para que se repense em medidas efetivas que levem uma maior adesão ao esquema de tratamento da sífilis gestacional, tanto por parte da gestante, como por parte de seus parceiros.

Palavras chaves: Sífilis.Gestante.Enfermagem

INTRODUÇÃO

No período de 2005 a junho de 2016, foi notificado um total de 169.146 casos de sífilis em gestantes no Brasil registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), dos quais 42,9% foram casos residentes na região Sudeste; 21,7% no Nordeste; 13,7% no Sul; 11,9% no Norte e 9,8% no Centro- Oeste (MS, 2016).

Na tentativa de reduzir o número de casos de sífilis gestacional com conseguinte sífilis congênita, o Ministério da Saúde (MS) passa a adotar algumas estratégias para seu combate, destacando-se o teste da mamãe, a triagem para sífilis e a disponibilização de tratamento gratuito. O diagnóstico, idealmente abaixo das 16 semanas, juntamente com o tratamento adequado, são pontos indispensáveis para a redução da prevalência de sífilis (AMARAL; MILANEZ, 2008). Quanto o tratamento, ele é orientado pelo estágio clínico da doença, porém é o mesmo durante o período gestacional e não gestacional, sendo recomendado o uso da Penicilina G benzatina, 2,4milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo), no caso de Sífilis primária, secundária, latente recente ou quando se trata da sífilis latente tardia ou latente com duração ignorada e sífilis terciária é orientado, o uso da Penicilina G benzatina, 2,4 milhões UI, IM (1,2 milhão UI, IM em cada glúteo) semanal, por três semanas. Dose total, 7,2 milõesUI. (LINS, 2014; BRASIL, 2015)

A Penicilina benzatina foi reconhecida pela 69 ° Assembleia Mundial de Saúde como um medicamento essencial para controle da transmissão vertical da sífilis, ela por sua vez, atua na gestante, no feto e previne a transmissão fetal. Esta droga é capaz de atravessar a barreira placentária e manter uma concentração sérica maior que o da reprodução do Treponema pallidum ( BRASIL, 2016 ; LINS, 2014). No ano de 2007 foi lançado oficialmente o Plano Nacional de Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis, que repactuou a meta de erradicação congênita no Brasil para o ano de 2011 (Brasil, 2007 a), porém, tal proposta novamente não foi alcançada, demonstrando assim, a necessidade de prioridade política para a sua abordagem.

Ao pensar em controle da Sífilis na gestação e congênita deve-se pensar também em uma rede de serviços e em uma forma de gestão compatível com as Diretrizes do Sistema Único de Saúde. A sífilis, ainda é um grande desafio para a saúde pública no Brasil; No caso da sífilis gestacional, o desenvolvimento de ações integrais e o acompanhamento pré-natal com qualidade, são reconhecidos como estratégias-chave para o controle da doença. (RODRIGUES; et al, 2004)

A atuação do enfermeiro nas ações de promoção da saúde deve garantir a integralidade do cuidado na atenção básica, tornando-se um diferencial na prestação de serviço a sua clientela. Para isso e extremamente necessário o conhecimento prévio sobre detecção, diagnóstico e tratamento da sífilis para o embasamento das ações e estratégias em educação em saúde que abordem e incentivem as formas de prevenção e o diagnóstico precoce da doença, captando as gestantes e iniciando precocemente o pré-natal e proporcionar uma assistência de qualidade e organizada (BRASIL, 2007).

Somando se ao exposto no combate de redução a morbimortalidade e diminuição das altas taxas de incidência da Sífilis é de suma importância realização do tratamento adequado aos portadores da doença (OMS, 2003). Porém um dos problemas que os profissionais de saúde encontram, com frequência, na atenção aos doentes é a dificuldade destes em seguir ao tratamento de forma regular e sistemática. Isto é, embora seja uma doença com tratamento eficaz, é necessária a adesão ao tratamento, não sendo um comportamento fácil de adquirir. Sendo assim, questionam-se, quais os motivos que levam a não adesão ao tratamento da sífilis na gestação.

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