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Os Antiácidos

Por:   •  15/11/2017  •  Bibliografia  •  1.385 Palavras (6 Páginas)  •  332 Visualizações

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Antiácidos

O suco gástrico é composto por ácido e enzimas responsáveis pela trituração do alimento antes que chegue ao intestino. A parede do estômago é naturalmente protegida por uma camada de muco, constantemente secretado pela parede do estômago, contra a ação do ácido clorídrico (HCl). Os problemas surgem quando a parede do estômago é danificado, ou muito ácido é produzido e "corrói" a camada mucosa protetora. O excesso de ácido conduz a um desconforto, comumente referido a indigestão, podendo ser resultante da ansiedade, ingesta de grande quantidade de alimento, tipos específicos de alimentos, café, álcool ou o hábito de fumar. Alguns medicamentos, como a Aspirina (cujo princípio ativo é o ácido acetilsalicílico) e também outros anti-inflamatórios não-esteroidais (ibuprofeno, diclofenaco, etc.) podem irritar a parede do estômago e até causar úlcera.

Antiácidos são tipos de medicamento que podem ajudar a controlar os níveis de acidez estomacal, aliviando sintomas como azia, doença do refluxo gastroesofágico e indigestão. Eles são compostos químicos simples, ditos bases fracas e alguns atuam como tampão químico (evitando variação brusca do pH do meio). Os antiácidos estão disponíveis em comprimidos mastigáveis ou em forma líquida. São várias as marcas comerciais existentes, mas contêm ingredientes comuns, que incluem: hidróxido de alumínio, carbonato de magnésio, trissilicato de magnésio. Por vezes são adicionados ingredientes extra que ajudam a tratar outros problemas, como a simeticona para aliviar a flatulência e os alginatos, que previnem o refluxo de ácido para o esófago. Os antiácidos são uma classe de medicamentos que não se adequam a todas as pessoas. Por exemplo, existem antiácidos que não são recomendados a crianças com menos de 12 anos e pessoas com problemas de saúde (como doenças renais). Se estiver a fazer tratamento para outra doença, tenha cuidado com a toma de antiácidos pois pode haver interação entre medicamentos.

Antiácidos podem interferir: a) na absorção de outros medicamentos, devido a sua ligação com outras substâncias (reduzindo assim a absorção); b) aumentando o pH intragástrico, interferindo assim na dissolução ou solubilidade de diversas substâncias medicamentosas; c) na absorção de nutrientes provenientes da alimentação.

São compostos que neutralizam o ácido clorídrico, elevando o pH gástrico. São bases fracas que reagem como ácido clorídrico gástrico para formar o sal correspondente ao cátion e a água. Quando utilizados em concentrações suficientes, durante longos períodos, promovem a cicatrização das úlceras duodenais, sendo menos eficazes nas úlceras gástricas. Os compostos antiácidos também inibem a colonização Helicobacter pyloti. Os antiácidos são também utilizados com frequência no tratamento da dispepsia funcional, embora alguns estudos demostrem a ineficácia dessa conduta terapêutica.

O hidróxido de alumínio e o hidróxido de magnésio são os constituintes mais comuns das preparações antiácidas. O bicarbonato de sódio e o carbonato de sódio também são usados. Os antiácidos reagem com o ácido clorídrico, promovendo sua neutralização.

A utilidade dos antiácidos é influenciada pela velocidade de reação com o ácido clorídrico e pelos efeitos fisiológicos do cátion. Os hidróxidos de magnésio e de alumínio reagem imediata e progressivamente com o ácido clorídrico. Assim,  apresentam capacidade neutralizante imediata que é mantida por um longo período. Já o bicarbonato de sódio e o carbonato de cálcio reagem de maneira muito rápida com o ácido clorídrico, apresentando efeito neutralizante de curta duração, além de levarem a formação de gás carbônico, que ocasiona certa distensão abdominal e eructação, com refluxo gastroesofágico. Além disso, o bicarbonato de sódio é muito hidrossolúvel, o que favorece a sua rápida interação com o conteúdo ácido do estômago. O bicarbonato de sódio, através do Ca+2, também pode ativar os processos fisiológicos dependentes de cálcio, favorecendo a secreção da gastrina e, por meio desta, a liberação de ácido clorídrico. Os compostos de magnésio e de alumínio não são completamente absorvidos. Assim, todo o excesso de ambos é excretado nas fezes.

O hidróxido de magnésio é um pó insolúvel em água que ao reagir com o suco gástrico promove a formação de um sal inócuo, o cloreto de magnésio. O íon magnésio é pouco absorvido pelo intestino, não causando a alcalose sistêmica.

O hidróxido de magnésio está disponível em solução contendo 1200 mg/15 ml (Leite de Magnésia de Phillips®, Leite de Magnésia Magneziol®). Como antiácido no tratamento da hiperacidez e do fluxo gastroesofágico, é utilizado em doses de 5 a 15 ml de acordo com a necessidade. Na constipação e na evacuação intestinal antes de procedimentos cirúrgicos, a dose recomendada oscila de 15 a 60 ml. O início da ação antiácida é rápido, e a ação laxante é obtida em 2 a 8 horas. Além do hidróxido de magnésio também é utilizado o sulfato de magnésio disponível no mercado farmacêutico em saches com 15 g (Sal Amargo®).

O uso prolongado ou intenso de hidróxido de magnésio pode gerar dependência laxativa, desidratação, fraqueza muscular, letargia e sintomas de aumento de magnésio no sangue( queda da pressão arterial, depressão respiratória e alteração no eletrocardiograma).

A suspensão aquosa de hidróxido de magnésio é popularmente utilizada como desodorante pela capacidade da base em neutralizar os ácidos orgânicos presentes no suor.

O trissilicato de magnésio é um pó insolúvel em água que reage lentamente com o suco gástrico, formando cloreto de magnésio e sílica coloidal . Apresenta efeito antiácido prolongado. É utilizado em doses posológicas de 100 a 500 mg, com dose diária de 2000 mg. No Brasil, o seu uso é bastante restrito.

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