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Percepção das Mulheres Sobre seu Próprio Corpo

Por:   •  10/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  644 Palavras (3 Páginas)  •  284 Visualizações

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Período Menstrual

        A menstruação é um processo que faz parte do ciclo reprodutivo do sexo feminino, tal mecanismo ocorre mensalmente e é caracterizado pela descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação.  A partir do trabalho de autoria de Ondina Fachel Leal é possível notar a percepção e o significado da menstruação para as mulheres, as quais constroem suas opiniões pautadas tanto no discurso médico quanto em conhecimentos tradicionais a elas repassados.

        Em uma região urbana no Rio Grande do Sul – local estudado pela autora- o conceito de menstruação é entendido como a época do mês na qual a mulher encontra-se aberta, visto que há sangue saindo de seu interior, e por isto é também comparado e julgado ser o período de maior fertilidade desta mulher, de modo que estar “aberta” implicaria em uma maior facilidade para a fecundação, como é relatado por uma pessoa entrevistada por LEAL, F. O. (1980-1991, p.131)

“Tem a ereção, sai o esperma que vai se juntar com o óvulo no útero

e ai começa a fecundação. Mas só no período fértil que é assim: cada mês a mulher está fértil por 24 horas num dia certo, mas depende da mulher. Os livros dizem que o período fértil da mulher é sete dias antes e sete dias depois da menstruação, mas eu não acredito. Minha mulher ficou grávida menstruada”

Logo, é possível observar a interligação direta, feita por estes moradores, entre o sangue que sai da vagina da mulher durante o ciclo menstrual e o sêmen proveniente do sistema reprodutor masculino. O sangue menstrual nesta sociedade, desta época, tanto é considerado como algo fértil como também como um fluido sujo, de modo que para alguns o sangue que flui para o exterior do corpo feminino nem faz parte da sua circulação norma, como se fosse um sangue de outra mulher ou um fluxo a parte, o que causa nojo e repudia

Conclusão

        O texto tem como objetivo demonstrar e explicar o papel dado à uma mulher perante a sociedade nos anos 90, nas suas diversas fases de vida. A partir deste, é possível notar a perpetuação do machismo, o qual passa a não ser percebido como um problema e sim como algo cultural, que é realizado com atitudes comuns passadas de geração em geração.

Em tais sociedades, a cultura de inferioridade feminina em relação ao sexo masculino faz-se tão presente de tal modo que as próprias mulheres, diante da grande pressão social colocada sobre elas, acabam por crer e propagar a mesma concepção, como pode ser notado no trabalho “[...] incorporam e atualizam a imagem negativa que o espelho social reflete” (MOTTA-MAUES, 1981, p.124)

Ao decorrer do texto é possível perceber que a sociedade itapuaense cria um lugar à parte para as mulheres, sendo este restrito tanto na questão social, com as mais diversas proibições de como a mulher deve agir perante a conjuntura da sociedade, quanto na questão física, como salientado por Motta-Maués (1981) em dois momentos: “Menstruação: a “visita” que “aprisiona” ” e “[...] através do lugar que se prepara para a mulher parir – no chão (embaixo, portanto) num canto do quarto [...]”. E mesmo quando a mulher realiza algo louvável para aquela sociedade, como na gravidez – o dom de dar a vida a outra pessoa -, esta passa a ser vista como perigosa e ameaçadora da ordem.

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