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Políticas Públicas Para o Tratamento do Câncer de Colo de Útero e Mama

Por:   •  22/1/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.137 Palavras (5 Páginas)  •  368 Visualizações

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Políticas Públicas para o tratamento do câncer de colo de útero e mama e o distanciamento da efetividade na Atenção Básica na perspectiva de enfermeiros

BORGES, Larissa Pereira de Barros[1]; CORRÊA, Caroline de Araujo[2]; SOUZA, Célia de Jesus Silva[3]; FURTADO, Ellem Sena[4]; DOS SANTOS, Jaqueline Eduarda Carvalho[5]; DOS SANTOS, Poliana Rodrigues[6]; GALDINO, Simone Daria Assunção Vasconcelos [7]

Faculdade Cosmopolita, Belém, Pará

Introdução: Tem-se o câncer de colo de útero como o terceiro tumor mais comum na população feminina brasileira, atrás apenas do câncer de mama e do intestino (colón e reto). De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Estado do Pará foi responsável por 20,52 novos casos a cada 100 mil mulheres em 2016. Porém, as estatísticas mostram-se mais preocupantes, na análise dividida em territórios geográficos, aparecendo a Região Norte, com a maior taxa de mortalidade e de incidência da doença no Brasil. Neste contexto, o câncer de colo de útero e mama ocupa um lugar de relevância quanto a estas taxas de morbidade e mortalidade entre a população feminina. Assim, o desenvolvimento de ações públicas, de combate e prevenção dessa patologia são necessárias e mostram-se como atividades fundamentais, numa perspectiva de preocupação com o futuro e com as pessoas. Na análise da patologia em si, a infecção prévia pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) é apontada pelo Inca como principal fator para desencadear o câncer de colo uterino, associada a idade precoce na primeira relação sexual, múltiplos parceiros sexuais e parceiros com múltiplas parceiras sexuais anteriores. Quanto às Políticas Públicas para o tratamento do câncer de colo de útero e mama, o exame citológico cérvico vaginal é um eficiente método de detecção precoce e prevenção, além do rastreamento oportunístico para detecção do câncer de mama, ambos simples e econômico. Além disso, destaca-se que o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher constitui um conjunto de princípios e diretrizes para orientar a população feminina acima dos 10 anos de idade, incluindo ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação. Objetivo: O objetivo dessa pesquisa foi identificar a atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de colo de útero e mama, a partir das políticas públicas de saúde na Atenção Básica da cidade de Belém/Pará, no período de março a junho de 2018. Método: Estudo de abordagem qualitativa descritiva, realizado com 18 profissionais de enfermagem, distribuídos ente 14 Unidades Básicas de Saúde com Atendimento Ambulatorial do Município de Belém, Pará, a partir da realização de entrevistas semiestruturadas, gravadas, com posterior transcrição integral e análise de conteúdo conforme Bardin (2009), sem interferência nas respostas e com agrupação das mesmas em sete variáveis, de acordo com as respostas dadas pelos entrevistados. Resultados: Entre os 18 enfermeiros selecionados, 13 foram entrevistados, uma se recusou a participar da pesquisa, três estavam em curso fora da unidade e uma de licença maternidade, sendo assim, totalizaram treze enfermeiros que trabalhavam com saúde da mulher. Deste quantitativo, todos eram do sexo feminino, com médias de sete anos de formação acadêmica e cinco anos trabalhando na unidade. Por serem funcionárias de unidades de atenção básica, trabalhavam predominantemente no período diurno (manhã e tarde) com carga horária de 08 horas/dia, cinco dias da semana. 12 Enfermeiras apresentavam titulação mínima especialista, exceto uma única enfermeira que possuía somente graduação. Quando questionadas sobre as estratégias utilizadas para atrair a população feminina para realização do exame Papanicolau e mama para minimizar a incidência de câncer uterino e mama, cinco não mencionaram a realização de atividades educativas; seis mencionaram que realizam essas atividades como estratégias para sensibilizar esse público, de forma não rotineira, e duas falaram que quem pratica essas atividades são os estudantes de enfermagem que estão no campo em estágio. Sobre o encaminhamento realizado após detecção de alterações na mama e resultados positivos do Papanicolau, todos apontaram como estratégia a solicitação e ou a coleta de material para realização desses exames. Investigadas quanto a adesão das mulheres ao exame, todos informaram que a procura é bastante alta, pois, em casos de baixa demanda há busca e prospecção de pacientes pelos agentes comunitários de saúde das unidades. Questionadas sobre a estrutura física, das treze unidades em estudo, três unidades relataram ter espaço físico para atividades educativas e para coleta do exame. Sendo que dessas, uma unidade está habilitada com salas para realização desse procedimento, mas não dispunha de profissional. Alguns profissionais afirmaram não ter dificuldades quanto ao espaço físico, o qual é de grande importância para uma assistência com qualidade. Em todas as unidades foi visualizada, além de verbalizada a falta de condições técnicas, seja de capacitação, seja de materiais, o que torna desumanizante pela má qualidade no atendimento, caracterizando uma subutilização da proposta inicial das Políticas de Saúde da Mulher, em que se observa: fila para marcação de consultas e deficiência dos recursos humanos. Ao serem indagas quanto à contrarreferência, foi identificada a inexistência dessa etapa do tratamento. Sobre as outras dificuldades encontradas pelos profissionais, três entrevistados apontaram a falta de materiais para efetivar o exame preventivo. Outro fator mencionado foi a questão do município fazer a supervisão da realização correta do exame, tanto sobre os profissionais que devem buscar treinamento para uma coleta adequada, tanto sobre a seriedade do laboratório de análise. Por fim, ao serem questionadas pelo rastreamento oportunístico, este ainda não é realizado como foi idealizado. Conclusão: Ao fim deste estudo, em análise e reflexão sobre a atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de colo de útero e mama, a partir das políticas públicas de saúde da Atenção Básica na cidade de Belém/Pará têm-se quatro principais considerações: (1) A rotina do profissional de Enfermagem não está organizada o suficiente para atender todas as necessidades da saúde da mulher; (2) A má condição das estruturas físicas, na maioria das unidades, somado a carência de informação técnica e científica dos enfermeiros acabam impossibilitando a efetividade do Serviço. (3) Para melhoria e garantia da efetividade da ação de enfermagem, percebe-se a urgente e prioritária necessidade de elaboração e implantação de um Protocolo Assistencial de Enfermagem para o Atendimento de Pacientes e Familiares, com foco no perfil sociodemográfico, clínico e terapêutico das pacientes com câncer. E, consequentemente, conclui-se que (4) a alta incidência do câncer de colo de útero na região Norte e, mais precisamente, na cidade de Belém (Pará) pode ser reduzida, principalmente, com ações de prevenção.

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