Processo de Trabalho de Enfermagem

O Processo de trabalho de enfermagem: a cisão entre planejamento e execução do cuidado.

A Institucionalização da enfermagem, como profissão, ocorre em meados do século XIX, caracterizando desde o início, a divisão do trabalho, com diversos agentes da enfermagem. Este processo vem acompanhado de dois aspectos marcantes na área: a disciplina e a hierarquia.

No Brasil, essa divisão dá origem a várias modalidades de trabalho auxiliar (técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem, atendentes e outros). O enfermeiro fica encarregado de ensinar, supervisionar e administrar, e os auxiliares ficam encarregados da assistência.

No decorrer da institucionalização da enfermagem, ocorre a conformação de um saber técnico específico na área. Este saber técnico guarda uma relação recíproca com as ações de enfermagem e um conjunto, no exercício cotidiano do trabalho.

Conhecer profundamente a área da enfermagem, implica em compreender a prática de seus múltiplos agentes, com as articulações existentes entre elas.

Um dos aspectos mais importantes para a compreensão das práticas de enfermagem é analisar a sua força de trabalho. Dados recentes do Conselho Federal de Enfermagem, revela um quadro em que 81.845 (12,3%)  dos trabalhadores de enfermagem, são enfermeiros, 387.097 (58,3%)  são auxiliares e 111.902 (16,8%) são atendentes, totalizando 663.073 trabalhadores da área.

O Ministério da Saúde, desenvolveu em 2001, um estudo mostrando um quadro em que se destaca um contingente de trabalhadores sem qualificação profissional, atendendo na área de enfermagem, estimando 225.000 agentes. Ainda é importante demonstrar que desde meados dos anos 80, estudos mostram um aumento significativo de auxiliares e enfermeiros, registrando uma queda na contratação de atendentes.

Desenvolveu-se uma pesquisa, sobre o processo de trabalho de enfermagem, destacando o trabalho do enfermeiro e do auxiliar de enfermagem, por representarem o maior contingente de trabalhadores na área.

Os objetivos da pesquisa foi caracterizar o processo de trabalho do enfermeiro e do auxiliar de enfermagem; analisar as condições existentes no trabalho de enfermagem.

Com base nos estudos do processo de trabalho em saúde, pressupõe-se  que os agentes constituem um dos elementos desse processo da divisão do trabalho. O objeto de trabalho é o aspecto específico sobre o qual incide as atividades do trabalho.

Os instrumentos de trabalhos são constituídos historicamente pelo sujeito. No trabalho de enfermagem e em saúde, encontramos tanto instrumentos materiais, como instrumentos intelectuais, como os conhecimentos técnicos, que informam e fundamentam a ação realizada.

O trabalho assistencial de enfermagem, requer alguma forma de autonomia técnica, a utilização do conceito de autonomia técnica desse trabalho, procede á medida que nas intervenções de enfermagem, nada é definitivo antes da execução.

Para o trabalho de enfermagem; o processo de execução é extremamente importante, pois trata-se de uma prática, em que a intervenção técnica está sempre permeada pela interação.

Com base no referencial teórico, que pressupõe a relação recíproca, entre trabalho como intervenção técnica e interação, como busca do entendimento mútuo e da construção de consensos através da comunicação livre de coação, propondo uma análise do trabalho do enfermeiro e do auxiliar de enfermagem, no processo de trabalho, seus objetos, instrumentos e atividade3s, a comunicação e interação.

Uma pesquisa de qualidade, foi desenvolvida em um hospital escola, com 308 leitos, localizado na cidade de São Paulo, que tem a atenção voltada para as quatro especialidades básicas; clinica médica, cirúrgica, obstétrica e pediátrica, tem seus objetivos voltados para a assistência, docência e pesquisa.

O Departamento de enfermagem, buscando consolidar uma proposta que define como essencial á assistência de enfermagem, manutenção e recuperação da saúde, utilizando novos recursos técnico-científico, implantou uma forma de operação de assistência no processo de enfermagem.

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