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ANAMNESE FARMACÊUTICA E RECONCILIAÇÃO MEDICAMENTOSA

Por:   •  16/10/2018  •  Artigo  •  3.787 Palavras (16 Páginas)  •  233 Visualizações

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ANAMNESE FARMACÊUTICA E RECONCILICÃO MEDICAMENTOSA

 INTRODUÇÃO

A segurança do paciente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um principio fundamental do cuidado. Integra ações que visam evitar, prevenir e melhorar os resultados adversos ou injurias dos processos de cuidado em saúde, os quais são decorrentes de erros, desvios e acidentes (LOMBARDI et al., 2016).

Os erros de medicação fazem parte de uma complicada e triste realidade no trabalho dos profissionais de saúde, trazendo sérias consequências para a saúde dos pacientes e para a organização hospitalar. Os erros mais frequentes envolvendo medicamentos incluem horário de administração errado, omissão de dose, dose errada e aplicação do medicamento sem autorização do paciente. Um sistema de medicação bem estruturado deverá promover condições que diminuam e previnam estes erros, através de normas, ações, protocolos e o comprometimento de todos os profissionais envolvidos (MIASSO et al., 2006).

A alta incidência de eventos adversos em hospitais vem preocupando estudiosos, profissionais e gestores em saúde, pois mundialmente a discussão da qualidade do cuidado em serviços de saúde volta-se cada vez mais para a questão da ocorrência eventos adversos. Estudos da Harvard Practice Medical Study apontam que 10% dos pacientes internados sofrem algum tipo de evento e esta questão vem sendo discutida mundialmente (MENDES, 2006).

A reconciliação medicamentosa é uma prática hospitalar necessária para reduzir eventos adversos a medicamentos. No entanto, um dos desafios da implementação é a baixa adesão do hospital, por parte dos profissionais de saúde envolvidos, desenvolvimento de outras tarefas e também pelo tempo que deve ser dedicado à reconciliação. A fim de garantir a segurança do paciente, a um baixo custo, a reconciliação medicamentosa é essencial. Apesar da crescente demanda por profissionais de saúde, o envolvimento de mais do que um tipo de profissional (particularmente farmacêuticos e médicos) pode melhorar a qualidade global do processo, e todos os envolvidos devem acreditar nos benefícios da reconciliação medicamentosa (MEGUERDITCHIAN et al., 2013).

O farmacêutico seria melhor capacitado para coletar informações sobre os medicamentos utilizados pelo paciente, participando da equipe multidisciplinar de cuidados, e contribuindo para a segurança do paciente (PIPPINS, 2008).

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é revisar através de artigos científicos consultados nas bases de dados eletrônicos a importância da reconciliação medicamentosa no âmbito hospitalar.


O USO RACIONAL DO MEDICAMENTO 

O uso racional do medicamento deve ser uma prática promovida pelos farmacêuticos e outros profissionais de saúde, visando promover o uso racional dos medicamentos e a manutenção da efetividade e segurança do tratamento (SANTOS et al., 2009).

O uso de medicamentos representa uma importante estratégia terapêutica e tem sido fundamental para a prevenção, controle e cura de doenças, contribuindo não somente para o aumento da expectativa de vida como para a qualidade de vida (BARROS,2008).

O farmacêutico deve, para além do processo de dispensação, avaliar e validar a conformidade das prescrições medicamentosas, colaborando com o médico na otimização da utilização de medicamentos. Deve ainda participar na criação de formulários farmacoterapêuticos e normas de orientação terapêutica, através da seleção de medicamentos (VERRUE et. al., 2009).

Além disso, o farmacêutico deve partilhar conhecimentos farmacoterapêuticos com os outros profissionais de saúde e com o doente e implementar atividades de promoção de saúde, como campanhas direcionadas para a saúde pública ou programas de gestão da doença e da terapêutica orientada para o doente individual (VERRUE et. al., 2009).

A utilização de medicamentos é um processo complexo com múltiplos determinantes e envolve diferentes atores. As diretrizes farmacoterápicas adequadas para a condição clínica do indivíduo são elementos essenciais para a determinação do emprego dos medicamentos. Entretanto, é importante ressaltar que a prescrição e o uso de medicamentos são influenciados por fatores de natureza cultural, social, econômica e política (PERINI, 2009).

Muitos dos prejuízos sociais e econômicos no âmbito da saúde são resultantes da morbimortalidade relacionada ao medicamento (SANTOS et al., 2009).

Segundo a OMS, o uso irracional do medicamento é uma problemática mundial, declarando que 50% das prescrições, dispensas e vendas de medicamentos são realizadas indevidamente pelos profissionais de saúde e que 50% dos doentes têm uma má adesão à terapêutica. Além disso, constatam-se que mais de 50% dos países em todo o mundo não desenvolvem políticas de promoção para o uso adequado do medicamento (OMS, 2010).

As principais causas que conduzem o profissional de saúde ao uso inadequado dos medicamentos são a informação insuficiente, a inexistência de políticas nacionais de orientação clínica, a falta de ética, a fadiga, resultante do excesso de trabalho, os lucros nas vendas e a cedência ilimitada de medicamentos. (GEORGE; SILVA, 2011).

O quadro 1 apresenta a classificação das principais ações que incrementam o uso irracional dos medicamentos.

Quadro 1- Classificação das principais ações que incrementam o uso irracional dos medicamentos

Excesso de medicamentos usados por doente

O uso de medicamentos antimicrobianos não indicados para a patologia em causa

A administração por via parenteral de medicamentos em doentes capacitados para a administração oral

A prescrição de medicamentos não concordante às Normas de Orientação Clínica

A automedicação realizada pelo doente

A má adesão à terapêutica

Fonte: OMS, 2010.

A utilização adequada de medicamentos reduz o uso de outros medicamentos, as hospitalizações, o número de consultas e os custos de administração, evitando, assim, despesas na saúde (OMS, 2010).

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