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DESENVOLVIMENTO FARMACOTÉCNICO DE CREME DENTAL Á BASE DE PRÓPOLIS PARA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA

Por:   •  7/7/2017  •  Artigo  •  2.740 Palavras (11 Páginas)  •  740 Visualizações

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DESENVOLVIMENTO FARMACOTÉCNICO DE CREME DENTAL Á BASE DE PRÓPOLIS PARA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA

Kerolayne Stephanie Péricles Santos[1] e Jucely Menegucci dos Santos[2]

Resumo A cárie dentária é uma condição açúcar/dependente que pode ser definida como o processo de desmineralização da matriz dentária no esmalte e/ou dentina induzida por meio ácido, apresentando múltiplos fatores que podem modular essa via. A própolis se apresenta como uma, resina responsável pelo selamento das colmeias de abelhas (Apis mellifera), sendo proveniente da coleta delas em diversos tipos de vegetais. Trabalhos científicos, mostram o seu potencial para diversos usos e aplicações farmacológicas e confirmam, a sua eficácia, principalmente como antioxidante, anti-inflamatório e antimicrobiano. Na odontologia está sendo muito utilizado para tratamento e prevenção de cáries. Assim, o objetivo deste trabalho é desenvolver um gel dental (formulação base conhecida), contendo própolis a 15% em sua composição; rever na literatura as propriedades, usos e aplicações do mesmo e realizar o controle do processo do produto acabado; Obteve-se um gel de boa estabilidade, estável em pH  4.5 coloração amarelada com hidroxietilcelulose, a qual apresentou se maior estabilidade na formulação quando comparada com a carboximetilcelulose. Em vista dos argumentos  apresentados conclui-se que a própolis é um ótimo agente empregado para o tratamento da cárie dentária e de endodontias.

Palavras chave: Cárie dentária; Própolis; Propriedades farmacotécnicas; Gel dental.

1 INTRODUÇÃO

A abelha, por sua versatilidade, é conhecida como modelo de vida social. Fornece ao homem alimentos de qualidades importantes, além de contribuir para o processo de polinização das plantas. Um dos seus produtos, a própolis , nestas ultimas décadas, deixou de ser descartada pelos apicultores e passou a integrar o contexto dos outros produtos apícolas comerciais (GHISALBERTI, 1979).

A própolis é uma substância resinosa, de aroma característico, cor variando entre amarelada, esverdeada clara ao pardo escuro e consistência também variada, dependendo de sua origem botânica. É coletada pelas abelhas Apis melífera, em diferentes pontos das plantas, tais como broto, botões florais e exsudados resinosos, que são transportados até a colmeia, onde são adicionados e modificados em sua composição, por meio de secreções próprias, como a cera e secreções salivares essenciais ou ainda, seria resultante do processo de digestão do pólen pelas abelhas (GHISALBERTI, 1979).

 Na colmeia a própolis possui a função de vedar as frestas no seu interior, evitando corrente de ar ou frio; embalsamar cadáveres dos inimigos que entram no interior da colmeia, evitando decomposição; envernizar o interior (atuando como agente desinfetante)/ e os favos de crias, antes da rainha colocar os ovos, para obter assepsia dos ninhos, protegendo-os contra bactérias e vírus (PARK et al., 2002).

A própolis foi identificada e em suas propriedades caracterizadas sobre a atividade da própolis, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 2003) e da Universidade Rochester (Estados Unidos). A pesquisa foi realizada no Brasil nas regiões do Sul, Sudeste, Nordeste e Centro Oeste, que foram classificadas em 12 grupos diferentes. Depois de testar a atividade antimicrobiana de cada grupo, constatou que os grupos encontrados  respectivamente no Sul, Nordeste e Sudeste apresentaram maior atividade contra a Streptococcus mutans, bactéria encontrada na saliva humana, que é a causadora da formação de placa bacteriana e em seguida a cárie (PARK et al., 2002)

Os principais componentes da própolis possui propriedades biológicas, sendo estas atribuídas ao grupo dos compostos fenólicos, dentre eles os flavonoides, ácidos fenólicos e seus ésteres, Park et al.,(1998) observou a atividade antimicrobiana da própolis contra S. mutans e Actinomyces sp, assim como na inibição da glicosil transferase, enzima responsável pela formação da placa.

  1.                                                   (B)                                           (C)

[pic 1]   [pic 2][pic 3]

Figura 01: Extratos brutos resinosos de própolis brasileira verde (A), marrom (B) e vermelha (C). (Fonte: adaptada de http://www.apiarioboaesperanca.com.br/propolis)

Ikeno et al.,(1991) demonstrou a ação antimicrobiana do extrato de própolis sobre as cepas de  S.mutans, S.sobrinus e S.cricetus. sendo observada a inibição da formação de glucanos insolúveis a partir da sacarose, na presença de própolis a inibição da glicosil transferase de 40% para S.sobrinus e S.cricetus e de 60% para S. mutans.

A cárie é um processo de dissolução do dente causado quando o pH da boca se torna ácido. A acidez pode ser ocasionada pela Streptococcus mutans, que produz a enzima glucosiltransferase (Gtf) a qual degrada a sacarose (açúcar) em glicose e frutose. Através da glicose, a bactéria sintetiza o membrano (polímero de açúcar) e o deposita na superfície dos dentes, onde passa a sobreviver. Toda vez que é ingerido açúcar, mais membrano é formado entre as bactérias, e o que constitui a placa de massa bacteriana, as bactérias produzem ácidos orgânicos que diminuem o pH bucal fazendo com que o dente se dissolve.

Esse fenômeno pode ser explicado pela reação da degradação e dissociação da hidroxiapatita, que se observa um aumento da ação das bactérias frente a presença de dejetos alimentares e desta maneira liberam ions H+, o qual reage com OH-, reduzindo a hidroxiapatita, principal constituinte do esmalte dentário, gerando a cárie dentária, conforme reação abaixo (Lima; 2007)

Ca10(PO4)6(OH)2(s) + H2O(l)10Ca2+(aq) + 6PO43-(aq) + 2OH-(aq)

[pic 4]

Figura 2: Pequena lesão cariosa cavitada na superfície oclusal de um molar mandibular. (fonte: GONZÁLEZ-CABEZAS,2010)

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