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INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA ENTRE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E ANTIBIÓTICOS: uma revisão de literatura

Por:   •  27/7/2017  •  Artigo  •  4.611 Palavras (19 Páginas)  •  518 Visualizações

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INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA ENTRE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E ANTIBIÓTICOS: uma revisão de literatura

Resumo

O uso de medicamentos faz parte do dia-a-dia da população. E muitas vezes, o uso concomitamente com outro medicamento é a realidade de muitos pacientes, podendo gerar as interações medicamentosas, que podem trazer malefícios ao corpo humano se não forem observadas com atenção sob o cuidado de um especialista. Os anticoncepcionais orais são utilizados por cerca de cem milhões de mulheres no mundo (no Brasil são aproximadamente nove milhões) desde a década de 1950. Em outra esfera, estão os antibióticos, que nasceram com a descoberta da penicilina. São consumidas no mundo mais de 63 mil toneladas de antibióticos, sendo o Brasil o terceiro colocado na lista dos maiores consumidores (atrás de China e Estados Unidos). A interação entre ambos os medicamentos pode causar diversos efeitos, especialmente quando utilizado juntamente com o anticoncepcional, fazendo com que o objetivo contraceptivo dos hormônios orais seja invalidado. No presente artigo, estudou-se a relação existente entre os contraceptivos orais e os antibióticos, pretendendo-se, aqui, apresentar as principais interações, discutir e levantar o questionamento para tais. Verificou-se que este é um tema que ainda merece longo estudo, uma vez que diferentes mulheres reagem diferentemente a terapias diferentes. Desta forma, não percebeu-se uma constante na literatura estudada, mas sugestões de que apenas alguns medicamentos, como a rifampicina, podem oferecer maiores riscos de neutralizar os efeitos contraceptivos das pílulas orais.

Palavras-chave: Anticoncepcionais. Antibióticos. Interação Medicamentosa. Contraceptivos.

1 INTRODUÇÃO

O uso dos fármacos é, sem dúvidas, um dos mais impressionantes sucessos da era moderna, uma vez que medicamentos são utilizados de maneira a revolucionar o bem estar das pessoas, aumentando sua expectativa de vida e auxiliando no tratamento da dor e do sofrimento (SILVA; ROCHA, 2016, p. 1).

A utilização de um ou mais fármacos simultaneamente é prática comum seja para potencializar os efeitos do tratamento desejado, seja no caso de tratamentos diferenciados e concomitantes (SILVA; ROCHA, 2016, p. 1).

Já é sabido no âmbito farmacológico que anticoncepcionais e antibióticos interagem uns com os outros. No entanto, para diferentes tipos de fármacos, há diferentes tipos de interação. Para tanto, o artigo apresentará os mais diversos tipos de interação de antibióticos com contraceptivos orais – excluindo, assim, os injetáveis e demais tipos – com o objetivo de compreender o momento da interação e quais os resultados isso acarreta ao paciente.

Os contraceptivos orais (CO) são utilizados atualmente por cerca de cem milhões de mulheres em todo o planeta e consumidos não somente para prevenir uma indesejada gravidez (apesar de ser este o principal motivo), mas, também, como reguladores do ciclo menstrual, reguladores de níveis hormonais, prevenção de câncer de ovário, e tratamentos como o de endometriose, dismenorreia e síndrome do ovário policístico (LAGE, 2015, p. 1).

A principal descoberta de cientistas no caminho que levaria à principal revolução feminina da história da humanidade veio em 1963, quando os cientistas Rock, Pincus e Garcia observaram que o uso de agentes progestogênicos permitia a supressão da ovulação quando e por quanto tempo a mulher julgasse necessário (SOUZA et al, 2005, p. 221).

O funcionamento do contraceptivo oral (CO) acontece por meio de uma extinção de “fatores hipotalâmicos de liberação (FSH-hormônio folículo estimulante; LH-hormônio luteinizante): 3328 -, o que provoca uma deficiência na secreção dos hormônios gonadotróficos FSH e LH, impedindo o crescimento dos folículos ovarianos” (SOUZA et al, 2005, p. 221).

Entretanto, há algumas ocasiões em que o medicamento perde sua eficácia, como é o caso de vômitos, diarreias e o uso concomitante de outros medicamentos. Os antibióticos são uns deles e o objeto de estudo do presente artigo.

Segundo Souza (2015, p. 9), o uso de antibióticos associados aos COs pode contribuir para a perda de eficácia destes, situações em que o uso de outros métodos contraceptivos ou o consumo de anticoncepcionais com níveis de estrógeno mais alto são recomendadas.

O objetivo deste artigo foi apresentar as possíveis interações medicamentosas entre os contraceptivos e os antibióticos e o que pode ocorrer no corpo humano uma vez que podem trazer malefícios para o organismo da mulher que consome os dois medicamentos ao mesmo tempo.

Para chegar ao resultado esperado, foi realizada extensa pesquisa bibliográfica que trata do tema nos mais diversos aspectos. Entre os autores que auxiliaram na elaboração do artigo se encontram Back et al (1982), Gorenstein (1998) e Madigan et al (2016), que esclareceram os mais diversos pontos da teoria.

Entre os meses de setembro e novembro de 2016, foram reunidos artigos, livros e matérias jornalísticas de todas as regiões do país de do mundo que pudessem acrescentar de maneira fidedigna a realidade da interação medicamentosa no Brasil e no mundo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A utilização de medicamentos concomitantemente a outros é prática comum na vida moderna e, muitas vezes, necessária para maximizar o efeito do tratamento desejado (SILVA; ROCHA, 2016, p. 1). É importante, entretanto, se atentar às relações entre os medicamentos utilizados, já que podem ocorrer, com essas interações, efeitos indesejados e imprevisíveis.

Souza (2015, p. 20), no entanto, sugere que a monoterapia deve ser preferida sempre que possível, especialmente quando se desconhece o resultado terapêutico de algumas interações. Segundo a autora, até 5% das internações hospitalares atuais se devem a interações medicamentosas malsucedidas, sendo que, destas, 1,9% corresponde a interações graves.

De outra volta, como afirma Gorenstein (1998, p. 17), em algumas situações a interação é necessária para que o efeito do tratamento atinja os resultados esperados. Em outros casos, é necessário que farmacêuticos, médicos e demais profissionais da saúde estejam atentos aos princípios farmacológicos dos medicamentos utilizados para que possam dar ao paciente todas as orientações fundamentais acerca do uso dos fármacos.

Sucar (2007, p. 37) define as interações medicamentosas como “um fenômeno que se expressa no interior do organismo, quando os medicamentos administrados ao paciente passam a

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