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TRICHOMONAS VAGINALIS ASSOCIADO AO CÂNCER CERVICAL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Por:   •  31/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.161 Palavras (9 Páginas)  •  124 Visualizações

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TRICHOMONAS VAGINALIS ASSOCIADO AO CÂNCER CERVICAL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO.

Alzira Maria do Nascimento;

Morgana Roberta da Silva.

Resumo

Trichomonas vaginalis é o agente etiológico da tricomoníase, a doença sexualmente transmissível (DST) não-viral mais comum no mundo. Esse protozoário flagelado atinge o parasitismo com sucesso em um ambiente hostil através dos vários mecanismos pelos quais estabelece sua patogenicidade e também por sua capacidade de evadir a resposta imune do hospedeiro. A infecção apresenta uma ampla variedade de manifestações clínicas, desde quadro assintomático até severa vaginite. A tricomoníase tem sido associada à transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV), à doença inflamatória pélvica, ao câncer cervical, à infertilidade, ao parto prematuro e ao baixo peso de bebês nascidos de mães infectadas.

1.0 INTRODUÇÃO

Mundialmente, o câncer de colo uterino é a quarta neoplasia maligna mais comum entre mulheres. Estima-se que, em 2018, cerca de 570 000 mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo do útero no mundo todo, com cerca de 311 000 mulheres morrendo em decorrência desta doença, e mais de 85% dessas mortes ocorreram em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (WHO, 2021).

No Brasil, em um universo estimado em 592 000 casos novos de câncer em geral no ano de 2020 o câncer de colo uterino também aparece como o quarto mais comum (excluindo-se os cânceres de pele não-melanoma), ficando em terceiro quando se consideram apenas mulheres, atrás apenas dos cânceres de mama e colorretal, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Representa 7,5% dos casos nesse grupo populacional, com incidência de 12,7; 100.000 e mortalidade de 6, 3:100.000, sendo assim o quarto câncer mais mortal em mulheres. A importância desta neoplasia é ainda maior nas regiões Norte e Nordeste, chegando, especificamente na região Norte, a se equiparar em incidência ao câncer de mama (INCA, 2020).

O câncer cervical é um processo de múltiplas etapas. Alterações no equilíbrio citogenético ocorrem na transformação do epitélio normal ao câncer cervical. Causadas pela infecção por papilomavírus humano (HPV) e coinfecções, como a tricomoníase.

A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível provocada por um parasita, Trichomonas vaginalis, que pode causar inflamação na mucosa vaginal, prurido, corrimento, dor pélvica, lesões hemorrágicas, infertilidade, câncer do colo do útero, parto prematuro, peso baixo em recém nascidos, e ainda pode facilitar a transmissão de HIV ou pode ser assintomática (COSTA, 2021). Além de ser uma das infecções sexualmente transmissíveis não virais mais comuns em todo o mundo (YANG,2018).

Nesta revisão de literatura iremos abordar principalmente a associação da tricomoníase e o câncer cervical e como o farmacêutico pode cooperar para a prevenção de riscos e agravos desta infecção. 

Estudos apontam que o Trichomonas vaginalis possui uma associação com o câncer do colo do útero, e isso foi possível observar por meio de dois métodos de exames: o histopatológico e o de Papanicolaou, onde o parasita esteve presente em um determinado grupo de mulheres diagnosticadas com o câncer cervical (LEMOS & AMARAL, 2015).

Entre os tratamentos mais comuns para o câncer do colo do útero estão a cirurgia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de preservação da fertilidade (INCA, 2000).

2.0 METODOLOGIA (OU MATERIAIS E MÉTODOS)

O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura de caráter descritivo e abordagem qualitativa, com o tema "Atuação multidisciplinar do farmacêutico: Trichomonas vaginalis associada ao câncer cervical''. Como fonte de informação para elaboração do trabalho, artigos científicos foram pesquisados em plataformas como: Google Acadêmico e Scielo, utilizando como palavras-chave: Trichomonas vaginalis, câncer cervical, diagnóstico e tratamento.

As publicações utilizadas foram escritas na língua portuguesa, utilizando como critério de inclusão trabalhos que possuam abordagem relevante referente ao tema, abrangendo ao período de publicação entre 2017 e 2022, já como critério de exclusão, foi levado em consideração trabalhos que não contemplem informações coerentes com a ideia central da revisão.

3.0 REFERENCIAL TEÓRICO

Como já falado anteriormente a T. vaginalis é o agente causal dentro das ISTs não viral mais comum no mundo (ALVES; SÁ; SILVA, 2014). Este parasita está presente em 39% das mulheres com neoplasia intraepitelial cervical, causa infertilidade em 20% dos casos devido a adesão tubária do parasito, induz parto prematuro, endometrite pós-parto e até mesmo levar a casos de natimortos. Aliado a estas causas, o protozoário pode ocasionar inflamação nos tecidos e favorecer a transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV), esta condição é devido ao parasito degradar o inibidor de protease leucocitária aumentando a secreção de Interleucinas, elevando a sensibilidade ao ataque do vírus (BRAVO et al., 2010; ALMEIDA et al., 2018).  

Esse parasita se apresenta normalmente com morfologia ovóide, provido de quatro flagelos anteriores livres e um entre a membrana ondulante, que permite a motilidade do protozoário. Diferente de outras infecções sexualmente transmissíveis, a tricomoníase afeta mais mulheres com faixa etária entre 40-50 anos (BRASIL, 2015).

Alterações na flora vaginal ocasionadas pelo período pré-menstrual e duchas, podem levar à alcalinização da vagina, promovendo um desequilíbrio da flora bacteriana normal, deixando a pessoa suscetível a desenvolver doenças. O correto é que o pH vaginal seja ácido, em decorrência da presença dos lactobacilos, produtores de ácido lático (SOPER, 1998).

Para o diagnóstico desse parasita os exames mais eficientes são cultura de secreção vaginal, teste de Papanicolau, análise do sedimento urinário e o diagnóstico molecular (PCR).

A cultura de secreção vaginal ainda é o padrão ouro para detectar a tricomoníase. As limitações desse método são o tempo de crescimento do parasita na cultura Diamond que pode levar até 7 dias, além do custo um pouco maior quando comparado a outros testes (FERRAZ et al., 2014). A limitação desse método é custo mais caro, desta forma acaba muitas vezes não sendo aplicado na rotina laboratorial. Outro problema é a contaminação da cultura por bactérias da flora vaginal feminina, mesmo adicionando antibiótico ao meio essas bactérias acabam crescendo, impossibilitando as vezes a visualização do parasita ou até mesmo o seu crescimento (GRAMA, 2011).

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