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A Síndrome do Membro Fantasma

Por:   •  28/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.231 Palavras (5 Páginas)  •  495 Visualizações

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SÍNDROME DO MEMBRO-FANTASMA: REVISÃO SISTEMÁTICA SOB A ÓTICA DA NEUROANATOMIA

Autor(es): Felype Lacet Dias Novo; Magda Larissa Barbosa de Sousa; Maridelson Luiz da Silva Júnior; Mikaelle de Sousa Abreu

Orientador: Alisson Cleiton Cunha Monteiro

RESUMO

                Reestruturando ou reconfigurando a imagem do corpo de acordo com a nova realidade corporal, constitui-se o que se conhece por membro fantasma, que surge após uma secção de um membro do corpo ou de órgãos internos, podendo ser acompanhado por dor, parestesia, e distúrbios psicológicos. Durante algum tempo acreditava-se que o fenômeno do membro fantasma era resultado de distúrbios psíquicos, porém, atualmente sabe-se que a síndrome do membro fantasma está relacionada a alterações anatômicas e fisiológicas do sistema nervoso. O trabalho propõe uma revisão sistemática de estudos publicados, acerca dos diversos fatores relacionados ao comportamento do sistema nervoso após uma amputação, destacando as principais alterações que explicam a sensação do membro fantasma. Foi realizada uma revisão sistemática, tendo como critérios de inclusão os estudos publicados em revistas científicas, no período de 2011 a 2016, nos idiomas pré-estabelecidos (português inglês e espanhol); foram excluídos artigos que não possuíam rigor metodológico que permitisse reprodução do estudo, bem como os que abordavam apenas informações sobre o tipo de população estudada e intervenções médicas. Dentre os artigos selecionados verificou-se uma concordância entre todos os autores os quais afirmam que a sensação de membro fantasma é proveniente de informações do córtex somatossensorial primário, localizado no lobo parietal e posterior do sulco central numa área denominada giro pós-central, resultantes da ativação do córtex motor aferenciado ou de uma interpretação errônea da aferência quando ocorrem respostas musculares, isso ocorre porque os neurônios corticais que previamente se relacionam aos motoneurônios dos músculos perdidos dirigem-se a motoneurônios nos músculos do coto remanescente. Assim, resulta na sensação do membro fantasma, na qual apresenta ativação voluntária da representação de um movimento fantasma distinta no córtex motor, situado na porção anterior ao sulco central, no giro pré-central no lobo frontal. O conhecimento e a dominação sobre os processos fisiológicos e estruturas anatômicas após uma intervenção cirúrgica, como a amputação, é fundamental para a criação de novos métodos de tratamento e cura para síndrome do membro fantasma, de forma que quanto mais se conhece a etiologia do problema mais estudos podem ser desenvolvidos para resolvê-los.                                              

Palavras-chaves: membro-fantasma; neuroanatomia; amputação.

1 INTRODUÇÃO

O referente trabalho é uma revisão sistemática da neuroanatomia para a fundamentação da Síndrome do Membro Fantasma (SMF). A SMF é a sensação da presença do membro ou do órgão após a sua retirada e pode ou não vir associada a dor (Demidoff et al., 2007). A primeira descrição sobre membro fantasma originou-se em 1866, quando o neurologista Silas Weir Mitchell ouviu relatos de soldados feridos na Guerra Civil Norte-Americana (Sarzi; Souza, 2015).

        Um estudo epidemiológico realizado pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 2010 relata a incidência da Sensação Fantasma (SF) e a Dor do Membro Fantasma (DMF). Onde 52 pacientes foram intervencionados a amputação de membro inferior devida a causa isquêmica e submetidos a uma entrevista, no qual resultado mostrou presença frequente de DMF pós-amputação (73,1%) enquanto a SF estava presente em quase todos os casos (98,1%).

        Durante algum tempo acreditava-se que o fenômeno do membro fantasma era resultado de distúrbios psíquicos, porém, atualmente sabe-se que a síndrome do membro fantasma é resultado de vários eventos neurais. O estudo trata de uma revisão meticulosa de artigos primários, onde foram evidenciadas as principais alterações anatomofisiológicas que provocam a SMF, devido ao mistério que cerca esse tipo de problema.

2 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada na base de dados LILACS, PUBMED e SCIELO, das quais foram escolhidos todos os artigos encontrados com os descritores dor, fantasma, sensação, fisiopatologia e plasticidade, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram incluídos nesta revisão estudos que demonstrem qualquer relação entre síndrome do membro fantasma e processos anatomofisiológicos do sistema nervoso, entres os períodos de 2011 e 2016.


  1. RESULTADOS

3.1 MECANISMO PERIFÉRICO

  • Estruturas anatômicas envolvidas: Nervos periféricos seccionados no procedimento cirúrgico.
  • Alterações Fisiológicas: Formação de neuromas que causavam estimulação excessiva nos nervos periféricos.

3.2 MECANISMO ESPINHAL

  • Estruturas anatômicas envolvidas: Corno posterior da Medula Espinhal.
  • Alterações dos neuromas: alterações morfológicas, fisiológicas e neuroquímicas no corno posterior da ME após lesão do nervo periférico, que incluem atrofia do terminal aferente primário com perda de vários peptídeos; alteração na despolarização do aferente primário; inibição e expansão do território receptor periférico. Todas estas alterações fazem com que os neurônios do corno posterior que tenham perdido o input aferente normal comecem a responder aos neurônios aferentes próximos, que estão intactos. A explicação possível é que os neurônios do corno póstero-medial, com territórios receptores na pele, localizados em partes distais do membro apresentem atividade espontânea do membro, o que resulta em que estas células possam se dirigir para áreas localizadas mais proximalmente. Estudos mais recentes mostraram depleção de substância P no corno posterior de animais após a secção do nervo periférico ou de raízes dorsais. Apesar de todos os achados e estudos feitos não se sabe com precisão o mecanismo medular na modulação da dor fantasma.

  1. MECANISMO SUPRA-ESPINHAL
  • Estruturas Anatômicas envolvidas: Córtex Cerebral
  • Alterações fisiológicas: Reorganização do córtex-cerebral e plasticidade neural.

Os tipos de mecanismos que fundamentam a síndrome do membro fantasma, suas estruturas anatômicas e os processos fisiológicos constam na tabela a seguir.

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