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O uso de técnicas miofasciais para liberação de cadeias posturais posteriores combinadas com alongamentos estáticos em um paciente com lombalgia por encurtamento muscular

Por:   •  11/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.414 Palavras (10 Páginas)  •  544 Visualizações

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O uso de técnicas miofasciais para liberação de cadeias posturais posteriores combinadas com alongamentos estáticos em um paciente com lombalgia por encurtamento muscular

Priscila Menon dos Santos

RESUMO

        A flexibilidade pode variar de acordo com a idade, o gênero e a etnia. Porém, o que se sabe é que o treinamento e a atividade física podem ter uma influência maior sobre a flexibilidade, do que os fatores genéticos. O alongamento muscular é um recurso utilizado tanto em reabilitação quanto em atividades esportivas, sendo muito útil para prevenção de lesões e ganho de flexibilidade. Várias técnicas são utilizadas na tentativa de melhorar a flexibilidade do indíviduos e há muita divergência de opiniões no que diz respeito às condutas que dever ser adotadas para se obter êxito no tratamento. A retração muscular pode ter como consequência a dor, e no momento em que a causa primária, ou seja, a flexibilidade diminuída é resolvida, os sintomas também desaparecem. Esta pesquisa consistiu em um estudo de caso, onde se avaliou a dor e o encurtamento muscular do indivíduo, e foram aplicadas técnicas na tentativa de minimizar os sintomas e aumentar a flexibilidade. Os resultados foram significativos e observados em um número muito reduzido de sessões, afirmando a efetividade da combinação das técnicas utilizadas.

INTRODUÇÃO

        A flexibilidade é influenciada pela idade, pelo gênero e possivelmente pela etnia. Alguns médicos acreditam que a flexibilidade diminua com a idade, mas não existem estudos a fundo sobre isso, porém, observa-se que as crianças perdem a flexibilidade ao longo do seu crescimento, pois os ossos alongam-se em uma taxa mais rápida do que seus músculos. Sabe-se ainda que o treinamento e a atividade podem ter uma influência maior que os fatores genéticos sobre a flexibilidade dos indivíduos (1).

Quando um músculo perde sua flexibilidade normal, ocorre uma alteração na relação comprimento-tensão, incapacitando-o de produzir um pico de tensão adequado, o que desenvolve fraqueza com retração muscular. O encurtamento muscular pode ser decorrente de diversos fatores, tais como alinhamento postural incorreto, imobilização do músculo, fraqueza muscular e envelhecimento (2).

O alongamento muscular é um recurso utilizado tanto em reabilitação quanto em atividades esportivas, sendo muito útil para prevenção de lesões e ganho de flexibilidade (2).

Todo músculo do nosso corpo é revestido por um tecido conjuntivo, denominado fáscia, que envolve também as vísceras, as artérias e a veias, sendo assim um complexo intermitente com extensão do crânio aos pés (3,4).

Com o tempo as fáscias começam a enrijecer e perdem sua capacidade adaptativa fisiológica. A rigidez se espalha, diminuindo assim a flexibilidade e a capacidade espontânea do movimento, expondo, desta forma, o corpo a traumas, dores e limitação nos movimentos (5).

A Liberação Miofascial (LMF), é uma técnica manual que produz um efeito chamado histerese nas fáscias. O trabalho para deformar o tecido gera calor, portanto, perda de energia, proporcionando movimento nos tecidos, liberando barreira por barreira, até que ocorra liberação da fáscia. Os objetivos da LMF são: aumentar a amplitude de movimento, aliviar a dor, melhorar a quantidade e qualidade dos movimentos. (5, 6, 7, 8, 9).

Existem várias formas de mensurar encurtamento muscular. O Teste de Dedos ao Chão é uma forma simples e direta de avaliação de encurtamento muscular de isquiotibiais e paravertebrais (1,10).

O objetivo deste trabalho foi aplicar técnicas manuais de liberação miofascial em paravertebrais e isquiotibiais combinadas com técnicas de alongamento passivo estático para ganho de flexibilidade da cadeia postural posterior e redução de quadro álgico em um paciente com encurtamento muscular e lombalgia.

MATERIAIS E MÉTODOS

        Este estudo foi realizado na cidade de Porto Velho, Rondônia, com um paciente de 24 anos, com encurtamento muscular. O paciente procurou o serviço de fisioterapia com queixas de dores lombar, grau 6 na EVA (Escala Visual Analógica).

        O encurtamento muscular foi mensurado através do Teste Dedos ao Chão. A distância entre os dedos do paciente e o chão foi medida por uma fita métrica, além de registro fotográfico. A mensuração ocorreu em todas as sessões, antes e depois da aplicação das técnicas.

        Além do encurtamento, também foi medido o tamanho do dedo médio e da palma da mão do paciente, por meio da fita métrica.

O número total de sessões foi 6. Cada sessão foi dividida em duas partes. A primeira parte consistiu em uma série básica de alongamentos passivos e estáticos, para posteriores de coxa, quadrado lombar, panturrilha, paravertebrais, piriforme, grande dorsal e tensor da fáscia lata, além de dois exercícios de estabilização lombar: ponte isométrica estática com as duas pernas sobre uma bola suíça e abdominal isotônico com uma medicineball de 2kg nas mãos. Foram realizadas 3 séries de 30 segundos de cada alongamento, bilateralmente, 5 séries de 30 segundos para a ponte e 3 séries de 20 repetições para o abdominal.

Na segunda parte, foram aplicadas técnicas manuais de Liberação Miofascial (LMF), como pinçamento e quebra, deslizamento e rolamento. Sendo que no deslizamento e rolamento foi utilizado um deslizante à base de vaselina sólida.

RESULTADOS

        Na primeira avaliação o resultado do Teste Dedos ao Chão, tendo como referência a ponta do dedo médio, foi de 16 centímetros.

[pic 1]

Figura 1. Primeiro Teste Dedos ao Chão realizado com o paciente.

        Ao término da segunda sessão, observou-se que o paciente alcançou ao chão com a ponta dos dedos. Ou seja, em duas sessões conseguiu-se ganhar 16 centímetros de flexibilidade, e o paciente não relatava mais queixas de dor (grau 0 na EVA).

[pic 2]

Figura 2. Teste realizado ao final da segunda sessão.

        Ao término da sexta sessão, não havia mais queixas de dor lombar, e o paciente apresentou uma melhora muito significativa no Teste Dedos ao Chão, chegando a encostar os dedos por completo e metade da palma da mão no solo, totalizando um ganho de 26 centímetros de flexibilidade.

[pic 3]

Figura 3. Teste realizado ao final de seis sessões.

        A média de ganho de flexibilidade por sessão foi de 5,1 centímetros, com desvio padrão aproximado de 2,2 centímetros.

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