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A Anestesia e Infecção Peroperatória: Temos Muito a Evoluir

Por:   •  25/2/2020  •  Artigo  •  1.004 Palavras (5 Páginas)  •  223 Visualizações

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Anestesia e infecção perioperatória: Temos muito a evoluir

Plínio da Cunha Leal

Ed Carlos Rey Moura

Julio Cezar Brandão

        

As infecções de sítio cirúrgico são provavelmente as mais evitáveis ​​das infecções associadas aos cuidados de saúde. Apesar da existência de diretrizes internacionais baseadas em evidências de combate a esta afecção as taxas de infecção não tem melhorado. A recomendação para a prevenção inclui métodos para remoção pré-operatória de cabelos, tricotomia (quando apropriado), profilaxia antibiótica racional, prevenção da hipotermia perioperatória, controle da glicemia perioperatória e preparação eficaz da pele com assepsia e antissepsia.1-4

Infecções de sítio cirúrgico ocorrem em 2% a 5% dos pacientes operados nos Estados Unidos, aumentando de 2 a 11 vezes o risco de morte, aumentando o tempo de permanência hospitalar em média entre 7 a 10 dias, além do enorme incremento financeiro.4-5 

A conduta anestésica pode influenciar no desfecho perioperatório e isto já é amplamente sabido e divulgado na literatura há muito tempo. Atualmente se especula como a anestesia pode influenciar na infecção de sitio cirúrgico. Esta revisão procura abordar os principais aspectos relacionados entre anestesia e infecção de sítio cirúrgico.

         

        Hipotermia intra operatória

        A hipotermia intraoperatória, definida como temperatura central <36,0C durante a cirurgia, é uma complicação comum em pacientes cirúrgicos. A hipotermia está associada a numerosas consequências adversas, incluindo eventos cardiovasculares pós-operatórios, hemorragia perioperatória, metabolismo inadequado dos fármacos e infecção pós-operatória. A incidência de hipotermia foi relatado entre 4% e 72% e até 90% em alguns estudos. O combate agressivo da mesma reduz significantemente a incidência de infecção pós-operatória.2-3

        Perda sanguínea

        A perda de sangue durante um procedimento operatório foi associada à infecção em vários tipos de procedimentos cirúrgicos. Em cesariana, houve um aumento de 1,3 x o risco por cada 100 mL de sangue perdido. Além de relatos em cirurgias de histerectomia e artrodese de coluna. As razões pelas quais a perda de sangue e transfusão podem estar associados a infecção baseiam-se em níveis sanguíneos inadequados de antibióticos, comprometimento da perfusão tecidual, alterações da temperatura corporal ou imunossupressão relativa.5-7

        Tempo cirúrgico

        Infecção de sitio cirúrgico é mais prevalente em cirurgias de mais longa duração. Estudo em procedimentos neurocirúrgicos demonstraram esta relação.8

        Tipo de anestesia

        O tipo de anestesia, geralmente geral versus regional, tem sido associada, em algumas áreas cirúrgicas, em aumento do risco de Infecção. Em um estudo de artroplastia total do quadril com 13.000 pacientes, a prevalência de infecção foi significativamente menor no grupo de anestesia regional versus no grupo anestesia geral (OR = 0,38; IC95% = 0,20-0,72; p <0,01). A associação entre anestesia e infecção não é totalmente compreendida; no entanto, a anestesia geral pode estar associada a alterações mais significativas na perfusão tecidual, temperatura e efeitos farmacológicos imunomediadores.4-6,9        

Além do uso amplamente adotado de depilação apropriada, profilaxia com antibióticos adequados e no tempo certo, prevenção de hipotermia e controle glicêmico perioperatório. A eficácia do banho/ducha pré-operatória, profilaxia com antibióticos para cirurgia limpa e suplementação perioperatória de oxigênio para reduzir o risco das infecções perioperatorias ainda não está claro na literatura ou com evidências significativas. Por outro lado, o uso de clorexidina a 2% na preparação da pele com álcool, terapia de feridas com pressão negativa no pós-operatório e curativos cirúrgicos anti-sépticos são promissores.

Aparentemente eliminar a infecção de sítio cirúrgico não é muito simples, porém compreendendo mais os fatores de risco, podemos nos esforçar para reduzir o mesmo. Estratégias baseadas em estabelecer processos e diretrizes, educação da equipe cirúrgica e prevenir os fatores evitáveis parece ser a melhor forma de equacionar este problema. Seguir o protocolo de cirurgia segura recomendado pela Organização mundial de Saúde(OMS) mostrou-se um ponto significativo na redução da infecção hospitalar, além da diminuição de vários índices de complicações hospitalares.10

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