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Analise Do Conto

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Por:   •  26/5/2014  •  2.551 Palavras (11 Páginas)  •  557 Visualizações

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ANÁLISE CRÍTICA DO CONTO "A CARTOMANTE"

Galerinha jovem: Agredeço o interesse pelo texto,mas se possível nunca esqueçam de colocar como referência no final da sua produção.Beijos e congratulações a todos e a todas.

APRESENTAÇÃO

Este presente trabalho é fruto de uma constante leitura e reflexão acerca das obras de Machado de Assis. De acordo com as discussões feitas sem sala de aula neste semestre foi proposto pelo professor uma análise critica de uma determinada obra machadiana. DEmodo que viesse a produzir um diálogo entre meus conhecimentos e alguns autores como Alfredo Bosi; Nádia Battella, Afrânio Coutinho entre outros, a análise será em torno do conto “A Cartomante”, que nos mostrará mais uma vez a eloqüência; a intertextualidade; a mesquinhez social; o adultério; amores proibidos tão bem mostrados por Machado em suas obras tanto romance quanto crônicas, contos, poesia e teatroINTRODUÇÃO

Na segunda metade do século XIX uma nova tendência literária começa a “gritar” suas idéias contrapondo as concepções romanescas vigente na época. Dentro dos parâmetros das leis da realidade, fundamentadas em concepções biológicas, físico-químicos e sociais o Realismo surge como defensor de uma literatura realista, Istoé, a literatura que expõe abertamente a mesquinhez da sociedade; os sentimentos amorosos sem esconder os devaneios e loucuras amorosas.

Enquanto o Romantismo se caracteriza na subjetividade da realidade, no escapismo, isto é, na fuga do espaço urbanizado com seu caos e capitalismo; o Realismo baseava-se nas idéias de racionalidade, concreticidade e objetividade. As propostas realistas buscavam cada vez mais estar perto da burguesia e do caos capitalista pra explicar, denunciar, desnudar e criticar um ambiente modelado por falsidades medos.

A ênfase nas relações entre o homem e a sociedade burguesa, atacando suas instituições e seus fundamentos ideológicos são características intrínsecas do Realismo, sendo que tal realização somente aconteceu porque houve no Brasil, escritores além do seu tempo como Aluísio Azevedo e Machado de Assis que maravilhosamente nos deixou grandes obras com temáticas vivenciadas após um século.

Em destaque devido o eixo norteador deste trabalho, fica importante abordarmos a relevância que Machado tem em nossa literatura, pois este soube penetrar nos mais pequenos e profundos segredos e lugares da alma sem jamais revela-los como,mas sugeri-los.

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1889 e veio a falecer em 1908 no Rio de Janeiro. Assis desde pequeno lidou e vivenciou os dramas da alma e do meio, pois veio de uma família muito pobre, ficando órfão ainda pequeno e como não bastasse era mulato e gago. Embora os fatos cronológicos da vida de Machado não tenha tido um saldo positivo, este soube aproveitar do sofrimento a capacidade de analisar, criticar e refletir o que via, tornando-se assim um grande escritor literário.

Machado realiza em suas obras uma ruptura aos padrões tradicionais da narrativa, seu enredo é não-linear, ou seja, não apresenta uma ordem cronológica dos fatos, do espaço; usa constantemente a analise psicológica, destruindo as ilusões românticas. Suas obras sugerem do leitor uma atenção rebuscada e muita curiosidade.

A exemplo no conto “A Cartomante”, o escritor narra uma a história do triângulo amoroso entre Vilela, Rita e Camilo, evidenciando o adultério, tema abordado em várias histórias do autor. Mostra a visão objetiva e pessimista da vida, do mundo e das pessoas. O autor faz uma análise psicológica das contradições humanas na criação de personagens imprevisíveis, trabalhando com insinuações em que se misturam ingenuidade e malícia, sinceridade e hipocrisia.

O conto sem final feliz foi publicado por Machado de Assis em 1896 em Várias Histórias. O livro é representativo da segunda fase do escritor, que abandonou o Romantismo para inaugurar o Realismo.

Assim este conto é o objeto de estudo desta análise, já que como tantas outras relatam de forma sutil e intrigante aspectos tão presentes em nossa sociedade.

O conto começa focalizando a figura de Rita primeiro através do narrador e, a seguir, através de própria fala da personagem. Esposa de Vilela, grande amigo de Camilo, ela está tendo um caso amoroso com o segundo. Este caso é que lhe desperta a necessidade de recorrer a uma cartomante. Camilo, evitando despertar suspeitas no amigo, ultimamente escasseara suas visitas ao casal e Rita, insegura, duvidava da sinceridade de seu amor.

Sendo o narrador onisciente, ou seja, aquele que sabe de tudo, Machado de Assis provoca no leitor uma curiosidade demasiada, pois estrategicamente o narrador cede aos personagens espaço no enredo do conto, o que poderíamos pensar realmente na abertura, no entanto, é próprio do narrador que modela construir e desconstruir num jogo de ilusão óptica, até que ponto o leitor está preparado para enfrentá-lo e criar suas próprias assertivas.

A respeito do narrador onisciente fulando de tal salienta que “em toda história há uma voz que narra. No cenário da ficção, a figura do narrador deve ser entendida fundamentalmente como categoria textual á qual cabe a tarefa de enunciar o discurso... Sendo assim, a narrativa constrói-se através de uma série de convenções que se revelam a partir do ponto de vista escolhido”.

O interessante é que Machado de Assis aborda neste conto o adultério, a traição, a busca astrológica e a paixão proibida de forma literal como cada uma é entendida pelas análises objetivas,isto é, o que há na ‘A Cartomante” como em tantas outras obras é a ruptura aos padrões romanescos, nos quais a mulher e o homem sofriam de amor e/ou reprimiá-os por ter medo. A inadaptação á vida e á sociedade conduziam-nos ao escapismo, às fantasias, ao sonho e ao culto da morte.

Rita, a personagem principal da trama, é construída ao longo do texto como uma mulher corajosa e amante da paixão, pois enfrenta não somente o medo de Camilo (amante), mas a sociedade vigente para viver uma profunda e alucinante paixão. ”... Rita estava certa de se amada, Camilo, não só o estava, mas via-a estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir lisonjeado”. De fato Assis não usa de restrições para expor fielmente os desejos carnais mais íntimos de uma pessoa,ao contrário, os liberta de maneira sutil e questionante.

Segundo Nádia Batella (1985, p.77), [...] os contos de Machado traduzem perspicazes compreensões da natureza humana, desde as mais sádicas às mais benévolas, porém nunca ingênuas. Aparecem motivadas por um interesse próprio,

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