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Complexo Teniidoze - cisticercose

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Por:   •  6/11/2013  •  Resenha  •  2.250 Palavras (9 Páginas)  •  390 Visualizações

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Complexo Teníase - Cisticercose

Nomes populares

Teníase: Tênia, Solitária

Cisticercose: Canjiquinha, Lombriga na Cabeça

Agente causador

Taenia solium - Suínos

Taenia saginata - Bovinos

Espécies acometidas

Bovinos, suínos e humanos

Sintomas nos seres humanos

Teníase: dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação. A infestação pode ser percebida pela eliminação espontânea nas fezes de proglotes do verme. Em alguns casos, podem causar retardo no crescimento e no desenvolvimento das crianças e baixa produtividade no adulto.

Cisticercose (larvas da Taenia solium): sintomas neuropsiquiátricos (convulsões, distúrbio de comportamento, hipertensão intracraniana) e oftálmicos.

Sinais clínicos nos animais

Poucos sinais clínicos são observados nos animais in vivo. As lesões são visíveis apenas nas avaliações post mortem.

Formas de transmissão

Seres humanos: Teníase: ingestão de carne bovina ou suína mal cozida com larvas. Cisticercose: ingestão de ovos de T. saginata ou da T. solium

Diagnóstico

Seres humanos: Clínico, epidemiológico, de imagem e laboratorial.

Animais: Testes de ELISA e anatomopatológico.

Laboratórios e Serviços de Referência

Não possui.

Notificação Obrigatória

Sim. Compulsória nos estados do Paraná e Santa Catarina.

1. HISTÓRICO

A cisticercose foi escrita pela primeira vez no século XVI, entretanto ficou desconhecida até a metade do século XIX, quando pesquisadores demonstraram que as larvas de tênias eram responsáveis pela cisticercose em animais e humanos. Existem duas espécies que afetam o homem, Taenia solium e Taenia saginata, que necessitam do suíno e do bovino, respectivamente, para completarem o seu ciclo de vida (MEDEIROS et al., 2008).

Denominada de complexo teníase-cisticercose, constitui-se de duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie de cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de vida (PFUETZENREITER; ÁVILA-PIRES et al., 2000). A teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata no intestino delgado do homem. A cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos tecidos, ou seja, é uma enfermidade somática.

A teníase é uma parasitose intestinal que pode causar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação. Quando o parasita permanece na luz intestinal, o parasitismo pode ser considerado benigno e só, excepcionalmente, requer intervenção cirúrgica por penetração em apêndice, colédoco, ducto pancreático, devido ao crescimento exagerado do parasita. A infestação pode ser percebida pela eliminação espontânea nas fezes de proglotes do verme. Em alguns casos, podem causar retardo no crescimento e no desenvolvimento das crianças, e baixa produtividade no adulto.

As manifestações clínicas da cisticercose (larvas da Taenia solium) dependem da localização, tipo morfológico, número de larvas que infectaram o indivíduo, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. As formas graves estão localizadas no sistema nervoso central e apresentam sintomas

neuropsiquiátricos (convulsões, distúrbio de comportamento e hipertensão intracraniana) e oftálmicos (BRASIL, 2010).

2. CICLO EPIDEMIOLÓGICO

2.1 Característica epidemiológica

Estima-se que 50 milhões de indivíduos estejam infectados pelo complexo teníase-cisticercose no mundo e que 50 mil morram a cada ano. Cerca de 350 mil pessoas encontram-se infectadas na América Latina (TAKAYANAGUI et al. 2001). A América Latina sofre intensamente seus malefícios e tem sido apontada por vários autores como área de prevalência elevada de neurocisticercose, que está relatada em 18 países latino-americanos, com uma estimativa de 350 mil pacientes. A situação da cisticercose suína nas Américas não está bem documentada. O abate clandestino de suínos, sem inspeção e controle sanitário, é muito elevado na maioria dos países da América Latina e Caribe, sendo a causa fundamental a falta de notificação.

No Brasil, a cisticercose tem sido cada vez mais diagnosticada, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, tanto em serviços de neurologia e neurocirurgia quanto em estudos anatomopatológicos. Segundo Agapejev (2003) e Pfuetzenreiter & Ávila-Pires et al. (2000), a baixa ocorrência de cisticercose em algumas áreas do Brasil, como, por exemplo, nas regiões Norte e Nordeste, pode ser explicada pela falta de notificação ou porque o tratamento é realizado em grandes centros, como São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro, o que dificulta a identificação da procedência do local da infecção. O Ministério da Saúde registrou um total de 937 óbitos por cisticercose no período de 1980 a 1989. Até o momento não existem dados disponíveis para que se possa definir a letalidade do agravo (IASBIK et al. 2010).

No Brasil, a neurocisticercose é encontrada com elevada frequência nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. A prevalência populacional, contudo, não é conhecida pela ausência de notificação da doença (IASBIK et al., 2010; PFUETZENREITER; ÁVILA-PIRES et al., 2000). A neurocisticercose mostra-se endêmica na região de Ribeirão Preto/ SP, sendo responsável por 7,5% das internações na enfermaria de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP (TAKAYANAGUI .

1983). Em 1996, Takayanagui et al. constataram que a doença não estava controlada, pois 21% dos casos notificados apresentavam a forma ativa, isto é, cisticercos vivos no parênquima cerebral. Como os cisticercos sobrevivem por um período de três a seis anos, esses dados permitem supor que o processo de transmissão dos ovos da Taenia solium esteja presente. Devemos reconhecer, contudo, a total inexistência de programas de controle da cisticercose, ignorando-se os reais motivos pela elevada endemicidade

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