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DIAGNÓSTICO DE MICROCEFALIA CONGÊNITA ATRAVÉS DE ULTRASSONOGRAFIAS DE GESTANTES COM SUSPEITA DE ZIKA VIRUS

Por:   •  17/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.474 Palavras (10 Páginas)  •  418 Visualizações

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DIAGNÓSTICO DE MICROCEFALIA CONGÊNITA ATRAVÉS DE ULTRASSONOGRAFIAS DE GESTANTES COM SUSPEITA DE ZIKA VIRUS: Relato de Caso Clínico

José Ney Nardes¹

RESUMO

O vírus Zika teve origem em Uganda em 1947, recebeu a mesma denominação do local de origem, a Floresta Zika, após detecção em macacos. No Brasil os principais casos apareceram na Região Nordeste no final do mês de fevereiro de 2015, com maiores numero de casos nos estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba. Em 29 de abril, pesquisadores da Universidade Federal da Bahia anunciam a identificação do vírus Zika, trantando-se de arbovírus, transmitida pelo Aedes aegypti, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e cefaleia. Além da microcefalia, a infecção pelo vírus Zika também está relacionada a síndrome neurológica, como a síndrome de Guillain-barré. Este estudo tem como objetivo relatar um caso clínico de Microcefalia e Ventriculomegalia cerebral em um feto, diagnosticado através de ultrassonografia. A ultrassonografia tornou-se um importante exame de imagem na identificação da microcefalia, preconizado pelo Ministério da Saúde. Contudo, é importante ressaltar o controle do agente causador e motivar o controle e a prevenção entre as gestantes.

Palavras-chave: Arbovírus, Diagnóstico Pré-Natal, Infecções por Arbovírus, Microcefalia, Ultrassonografia Pré-Natal

ABSTRACT

The Zika virus originated in Ungada in 1947, received the same designation of the place of origin, Zika Forest after detection in monkeys. In Brazil, the main cases appeared in the Northeast end of the month of February 2015, with the largest number of cases in the states of Bahia, Pernambuco and Paraiba. On April 29, researchers from the Federal University of Bahia announced the identification of Zika virus, trantando is arbovirus transmitted by Aedes aegypti, characterized by maculopapular rash pruritic, intermittent fever, no purulent conjunctival hyperemia and no rash, arthralgia, myalgia and headache. In addition to the microcephaly, Zika virus infection is also related neurological syndrome, such as Guillain-Barré syndrome. This study aims to report a case of microcephaly and cerebral ventriculomegaly in a fetus diagnosed by ultrasound. Ultrasonography has become an important imaging in identifying the microcephaly, recommended by the Ministry of Health. However, it is important to emphasize the control of the causative agent and motivate the control and prevention among pregnant women.

Keywords: Arboviruses, Arboviruses Infections, Microcephaly, Prenatal Diagnosis, Ultrasonography Prenatal.

  1. INTRODUÇÃO

O Vírus Zika (ZIKV) foi identificado no Brasil em abril de 2015, somando cerca de 4.180 casos suspeitos de microcefalia registrados até 23 de janeiro de 2015.O ZIKV é um RNA vírus, membro da família Flaviviridae e do gênero flavivirus, transmitido pelo mosquito do gênero Aedes, tais como Aedes aegypti. Em seres humanos, a infecção pelo vírus causa uma febre aguda e sintomas semelhantes à dengue e à febre Chikungunya, conhecida como febre Zika (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; ECDC, 2015; FAUCI & MORENS, 2016; PAHO, 2015; SBI, 2015; SVS, 2015; VASCONCELOS, 2015).

O ZIKV apresenta evolução benigna e os sintomas na maioria das vezes desaparecem espontaneamente após três a sete dias, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febreintermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgias, mialgia e cefaleia. Entretanto, há possibilidade da associação do vírus com outras doenças, como a microcefalia congênita na maioria dos estados brasileiros (ABC, 2015; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; ECDC, 2015; FAUCI & MORENS, 2016; PAHO, 2015; SBI, 2015; SVS, 2015; VASCONCELOS, 2015).

A microcefalia é uma doença grave, definida como a diminuição do perímetro cefálicodurante o desenvolvimento embrionário ou fetal, onde problemas genéticos que, por problemas na fontanela, impede o crescimento normal do cérebro. Apresenta atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor e um grau de atraso mental (BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; ECDC, 2015; FAUCI & MORENS, 2016; LEAL, 2013; OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA MELO, 2016; PAHO, 2015; PAHO, 2016; PINTO JR, 2002).

A microcefalia é diagnosticada ao nascimento ou durante os exames de rotina dos bebês (são medidos a altura, o peso e o perímetro cefálico) quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm (Ministério da Saúde adotava 33 cm, mas a medida foi alterada de acordo com parâmetros da Organização Mundial da Saúde) (BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; ECDC, PAHO, 2016; PINTO JR, 2002).

Os exames de imagens têm um papel fundamental na investigação, recorre-se frequentemente à ultrassonografia (USG), realizada varias vezes para confirmar a idade do feto e acompanhar a evolução da gestação. Pela USG, os médicos conseguem medir o crânio do feto e perceber se está menor do que o esperado. Ressalta-se que a USG do primeiro trimestre de gestação não identifica a microcefalia. O diagnóstico definitivo da microcefalia é realizado após exames seriados, onde se observa uma taxa de crescimento baixa da cabeça do feto (BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; PINTO JR, 2002).

Protocolos tem referenciado o exame de ultrassonografia como método de diagnóstico para detecção de alterações no feto relacionadas à ocorrência da doença. O Ministério da Saúde preconiza a realização de uma USG obstétrica por gestante (Portaria MS/SAS nº 650, de 5 de outubro de 2011), porém as gestantes que tiverem exantema, indica-se a realização de uma ultrassonografia adicional entre a 32ª e a 35ª semanas gestacionais. Caso o resultado da USG realizada antes do 32ª semana de gestação identifique alguma alteração sugestiva de microcefalia, o profissional obstetra deverá avaliar a necessidade da realização de uma nova USG (BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; PINTO JR, 2002).

O avanço técnico dos aparelhos de ultrassonografia fornece hoje uma resolução extremamente refinada para o diagnóstico de anomalias fetais. Essa resolução permite que as medidas anatômicas fetais sejam determinadas a cada semana de gestação e, consequentemente, que se estime a idade fetal e se pesquise a presença de todas as estruturas anatômicas (PINTO JR, 2002).

Há poucos anos, a ultrassonografia fetal ficou mais minuciosa e as análises no desenvolvimento do feto tornaram-se facilmente visualizada. Dessa forma a desarmonia de crescimento de órgãos e atraso no desenvolvimento fetal pode ser sistematicamente examinada com a mais rigorosa atenção médica. O diagnóstico da microcefalia intra-útero é feito quando a medida da circunferência cefálica (CC) é menor que 2 desvios padrões (DP) do limite inferior da curva de normalidade para a idade gestacional (BRASIL, 2015; ECDC, 2015; PINTO JR, 2002).

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