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Extensao Rural

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Por:   •  6/11/2013  •  2.753 Palavras (12 Páginas)  •  319 Visualizações

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3.1 Primórdios da agricultura brasileira

Em 21 de abril de 1500 Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil, primeiramente sua ocupação foi feita nas áreas litorâneas de forma pacífica (CARVALHO, 1992), uma vez que o interesse de Portugal na colônia era primeiro exploratório e extrativista, em busca de madeiras de construção ou de tinturarias como o pau-brasil, batizado posteriormente com o nome científico de Caesalpinia echinata. A terra descoberta pelos portugueses despertava interesse de espanhóis com os quais havia sido feito um acordo anterior a descoberta do Brasil o tratado de Tordesilhas em 1494 e a bula papal que dividia o mundo a ser descoberto entre portugueses e espanhóis através de uma linha imaginaria, porém o rei frances Francisco I não o respeitava por afirmar que desconhecia a cláusula do testamento de Adão que reservava o mundo aos portugueses e espanhóis. Nesse período Portugal não se encontrava com um grande número populacional na colônia e sua situação econômica também não era favorável para uma defesa efetiva de seu território, por isso adotou como estratégia o povoamento e a colonização, contudo encontrou em seu cominho um empecilho, o desinteresse pelo Brasil (JUNIOR, 1998).

Para solução deste problema foi lançada uma campanha de incentivo as empresas que viessem para a colônia, contudo mesmo assim foram poucos os interessados e dividiu-se a costa brasileira em doze setores, as capitanias (JUNIOR, 1998). As capitanias eram terras cedidas pela coroa portuguesa aos ocupantes com direito a hereditariedade, porém não existia a propriedade privada, sendo a terra apenas cedida, não doada (NAKATANI, et al., 2012).

Nesse cenário que se iniciou a agricultura de monocultura com a plantação de cana de açúcar, grande propriedade e de exportação (JUNIOR, 1998). Contudo a renda não era distribuída na própria colônia, ela era apropriada pela metrópole portuguesa ou holandesa, que possuía laços estreitos com Portugal, assim o Brasil se inseriu no comércio mundial como transferidor de rendas líquidas. É importante ressaltar que havia uma pequena agricultura de subsistência, produção de fumo, algodão e arroz e criação de gado e muares (CARVALHO, 1992). O tabaco mais tarde começou a ser cultivado para ser usado como escambo na África e logo teve uma boa aceitação na Europa, a água ardente retirada da cana de açúcar também foi usada como moeda de troca (JUNIOR, 1998).

No início a mão de obra utilizada foi escrava de índios, porém estes se mostraram relutantes a atividade organizada e sedentária da agricultura, e já não estavam mais tão interessados nos insignificantes objetos, com os quais os colonizadores pagavam seus trabalhos na época em que trabalhavam extraindo o pau-brasil, além de se mostrar um mau trabalhador, com pouca resistência física e eficiência mínima. Com isso os colonizadores resolvem começar a vigiar os indígenas e impedir fugas. Com isso houveram pequenas guerras entre indígenas e colonos. Para a solução deste novo problema resolveu-se buscar os escravos africanos e criar leis que coibissem a escravidão de indígenas, porém algumas regiões mais pobres continuaram não podiam pagar pelos caros escravos africanos e continuavam a escravizar os índios, que por sua vez continuavam a fugir e os colonos a irem cada vez mais para dentro do território brasileiro em busca de recuperá-los essas expedições ficaram conhecidas como bandeiras, que sem sequer terem consciência percorrerão o interior do continente e alargaram os limites de posse português, sendo essa uma das principais razões para o tamanho do território brasileiro de hoje (JUNIOR, 1998).

Houve então no século XVIII a descoberta de metais preciosos, e com isso a chegada de muitos portugueses em busca do enriquecimento rápido. Homens livres e escravos se embrenharam em meio às matas o que futuramente propiciou a ocupação e o possível estabelecimento em novas terras e a implementação de uma série de cultivos para dar suporte a corrente migratória. Porém a decadência do ouro veio logo e impulsionou o campesinato, que constituiu posteriormente uma das principais regiões agrícolas, onde se encontram hoje os estados de Minas Gerais e Goiás (CARVALHO,1992).

Como a mineração se mostrou mais promissora o momento a atividade econômica da colônia se voltou para ela e a agricultura entrou em decadência, contudo na segunda metade do século a mineração é quem começa a entrar em decadência e há o ressurgimento da agricultura, mas esse fato não se deu apenas pela derrocada da mineração, mas também por seus mercados se alargarem e seus produtos se valorizarem devido a acontecimentos na Europa, a Revolução Industrial. Outros fatores que contribuíram para que o Brasil tivesse sua agricultura tão estimulada nesse período foram as guerras em rotas marítimas, as quais valorizavam bastante os produtos do ultramar, uma vez que eles se tornavam escassos seu fornecimento; e as agitações políticas e sócias que desestabilizaram colônias inglesas e francesas das Antilhas; e por fim temos a valorização do algodão que até então era usado apenas para tecer roupas rústicas usadas por índios, escravos e classes mais pobres da população, contudo com a revolução industrial ele se tornou a principal matéria prima do momento, entretanto logo a fibra brasileira perde mercado para seus concorrentes e é quase excluída do mercado (JUNIOR, 1998).

No final do século XVIII e inicio do século XIX ocorreram a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas, que afugentaram a família real de Portugal para o Brasil, o que fez com que a colônia se desenvolvesse, uma vez que sem o entreposto comercial feito por Lisboa a própria colônia deveria comercializar seus produtos e mesmo que com certa dificuldade foram criados um sistema monetário e um sistema financeiro nacional. Em 7 de setembro de 1822, o Brasil passa à condição de Estado soberano, ou seja, tem a independência política em relação a Portugal (CARVALHO, 1992).

A economia brasileira sofre com a transferência da corte para o Rio de Janeiro e com a emancipação política do país. Para o reajuste da vida econômica do Brasil, começa-se a plantar um novo produto, o café (JUNIOR, 1998).

Com o cultivo do café surgem novas figuras, o cafeicultor quem plantava o café, o comissário quem financiava sua plantação e o ensacador quem de fato comprava o produto no mercado brasileiro e o revendia aos exportadores. O grande proprietário possuía custos fixos como terras férteis e abundantes, mão-de-obra escrava, mas não possuía dinheiro. E no final de sua safra a maior parte de se lucro ficava nas mãos dos comissários, chegando até em alguns casos ficar em debito. Com isso começou a se plantar em áreas

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