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HISTÓRIA DO ESTADO TOCANTINO

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Por:   •  7/4/2014  •  Tese  •  8.337 Palavras (34 Páginas)  •  300 Visualizações

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HISTORIA DO ESTADO DO TOCANTINS

1) DESBRAVAMENTO E POVOAMENTO DA REGIÃO

A partir das Grandes Navegações, iniciadas no século XV, começa a constituição de impérios coloniais na América.

Os portugueses, pioneiros no processo das navegações, acabaram por garantir para seus domínios parte das novas terras descobertas através da assinatura, em 1494, do Tratado de Tordesilhas, onde dividiu com a Espanha não apenas as terras americanas, mas todo o mundo a ser ainda descoberto.

O tipo de colonização aqui implantado atendia aos interesses mercantilistas da época, ou seja, cabia à colônia ser fornecedora de riquezas para sua metrópole através da exploração dos recursos naturais coloniais, tais como madeiras, especiarias, ouro e pedras preciosas, além de ser uma área de comércio restrito (Pacto Colonial).

Além da exploração econômica, cabe ressaltar a questão da catequese. A exploração se dava em nome do lucro e de Deus.

Foram os franceses quem descobriram o rio Tocantins ao encontrarem sua foz, explorando-o entre os anos de 1610 e 1613. Caminho natural em direção ao interior do Brasil, o rio Tocantins nasce no Planalto Central e corta a região no sentido Sul-Norte. A catequese dos nativos foi deixada a cargo do padre capuchinho frances Yves d'Evreus. Na área hoje compreendida pelos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Amazonas e com a ajuda dos índios Tupinambás tiveram a pretensão de colonizar a Amazônia: foi a chamada França Equinocial. Nessa época não havia nem a vila de Belém, nem as capitanias do Maranhão e Pará. Eles subiram o Rio Tocantins pela foz, foram aprendendo a língua e os hábitos dos indígenas da região e fundaram feitorias no Baixo e Médio Tocantins e Alto Araguaia.

Só mais de quinze anos depois dos franceses foi que os portugueses iniciaram a colonização da região pela "decidida ação dos jesuítas". Eram as chamadas descidas, movimentos de penetração do interior realizados pelos jesuítas e incluídos, por alguns autores, no contexto do movimento bandeirante. E ainda no século XV0II os padres da Companhia de Jesus fundaram as aldeias missionárias da Palma (atual Paranã) e do Duro (atual Dianópolis).

Impossibilitado de penetrar no território pela vigência do Tratado de Tordesilhas, Portugal contratou secretamente expedições particulares, as Bandeiras. Os bandeirantes eram mercenários que, saindo da Capitania de São Paulo, iam em busca de riquezas, seja na forma de índios para a escravização, seja na forma de ouro ou no pagamento por serviços prestados.

A primeira bandeira que se dirigiu para a região estava sob o comando de Antônio Macedo e Domingos Luís Grau; ela partiu de São Paulo em 1590 e após três anos, provavelmente, chegou aos sertões de Goiás, no leste do Tocantins.

Foi o bandeirante vicentino (saído da vila de São Vicente) Antônio Rodrigues Arzão o primeiro a encontrar ouro em quantidade em Minas Gerais, no atual município de Cataguases, em 1693; mais tarde, em 1718, encontrou-se ouro em Cuiabá, de forma que Goiás, geograficamente situado entre as duas capitanias, passou a ser considerado uma área que também guardava o precioso metal em seu subsolo.

Partindo dessa idéia o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, chamado de Anhanguera (“diabo que põe fogo na água”]) conseguiu licença do rei de Portugal para explorar a região. Daí vem o povoamento da região de Goiás. Anhanguera não foi o primeiro a chegar à região, mas sim seu primeiro povoador, já que os bandeirantes e jesuítas não se fixaram na região.

Anhanguera não foi o primeiro bandeirante a colocar “fogo na água”. Acredita-se que tal ardil era comum entre os bandeirantes, e que o primeiro a fazer isso foi Francisco Pires Ribeiro.

A bandeira comandada por Bartolomeu Bueno da Silva Filho (filho do primeiro Anhanguera) saiu de São Paulo em 3 de julho de 1722, seguindo a rota que já era conhecida até o Rio Grande. As dificuldades climáticas e vegetacionais do cerrado fizeram muitos dos bandeirantes morrerem de fome, além de obrigar os sobreviventes a comerem macacos, cachorros e até alguns dos próprios cavalos. Após várias mortes, seja por causa da fome, doenças ou ataques de índios hostis, finalmente Anhanguera encontrou ouro nas cabeceiras do rio Vermelho, na região da atual cidade de Goiás. Estavam descobertas as Minas dos Goyazes. Com a descoberta de ouro, a região logo tornou-se foco de grandes deslocamentos populacionais. Bartolomeu Bueno da Silva foi declarado Superintendente das Minas de Goiás, ligada a São Paulo na forma de uma Intendência. A capital era a Vila de Sant’Ana, mais tarde chamada de Vila Boa e, depois, Cidade de Goyás. Vila Boa tinha uma densidade irregular e instável Cabia ao Intendente manter a ordem legal e instaurar a os tributos. No seculo XVII toda a região que é o atual Estado do Tocantins era hábitada por índios.

Apenas três zonas povoaram-se com certa regularidade, sendo elas: Centro-sul, que era composta por Sta. Cruz, Sta. Luzia (Luziânia), Meia Ponte (Pirenópolis), Jaraguá, Vila Boa e Arraias, Pirenópolis chegou a disputar a categoria de Sede do Governo, dada sua importância como centro de comunicações; A segunda zona era na região de Tocantins, composta por Alto do Tocantins ou Maranhão, Traíras, Água Quente, São José (Niquelândia), Santa Rita, Muquém, etc. Enfim mais ao norte a capitania atingia uma extensa zona entre o Tocantins e os chapadões limitando-se com a Bahia. Arraias, São Félix, Cavalcante, Natividade, São José do Duro (Dianópolis), e Porto Real (Porto Nacional) o arraial mais setentrional.

1730 e 1740 foram décadas importantes ocorrendo as descobertas de ouro no lado norte de Goiás, formando os primeiros arraiais no território do hoje estado do Tocantins(Natividade e Almas - 1734, Arraias e Chapada - 1736, Porto Real e Pontal - 1738). Em 1740, Conceição, Carmo, Taboca e, mais tarde, Príncipe, este último em 1770. Alguns como: Príncipe, Taboca e Pontal foram extintos. Outros resistiram ao fim da mineração e no século XIX tornaram-se vilas e mais tarde cidades.

Norte de Goiás

O Norte de Goiás foi visto de três formas distintas ao longo de sua evolução histórica. Esta região (norte de Goiás) deu origem ao atual Estado do Tocantins. Segundo a historiadora Parente (1999), esta região foi interpretada sob três versões. Inicialmente, norte de Goiás foi denominativo atribuído somente à localização geográfica dentro da região das Minas dos Goyazes na época dos descobrimentos auríferos no século XVIII. Com

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