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Seminario Parasitologia

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Por:   •  19/3/2015  •  3.338 Palavras (14 Páginas)  •  390 Visualizações

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Introdução

Caracterização dos parasitos

Os esporozoários são membros do filo Apicomplexa, cuja classificação, citando os gêneros de interesse, pode ser vista na Tabela 1 (Anexos). Tais protozoários parasitos são caracterizados por apresentarem um ciclo biológico onde se alternam a reprodução sexuada e a reprodução assexuada, além disso, em determinadas fases de sua vida, apresentarem o complexo apical, formado por estruturas celulares especiais, localizadas no pólo anterior de seu corpo alongado, sendo destinadas à fixação e penetração nas células dos seus hospedeiros.

Ciclo vital

Na evolução dos esporozoários alternam-se regularmente dois ciclos: um assexuado e outro sexuado.

Ciclo assexuado ou esquizogônico

O ciclo assexuado tem início com o esporozoíta, uma forma alongada e móvel do parasito dotada de complexo apical, formada no interior de um envoltório resistente chamado esporocisto (Figura 1).

Ao abandonar o esporocisto, o esporozoíta invade células do organismo hospedeiro e torna-se um parasito endonuclear, graças ao complexo apical. Aí sofre transformações morfológicas, como a perda desse complexo, nutre-se e cresce.

Após o crescimento, o núcleo começa a dividir-se por multiplicação assexuada, dando origem a uma forma multinucleada chamada esquizonte. Então, o citoplasma se divide formando um certo número de organismos-filhos uninucleados chamados merozoítas, que voltam a ter o complexo apical e invadem novas células hospedeiras. A partir daí, o ciclo assexuado pode repetir-se por várias gerações, ou então, a evolução encaminha-se para um processo de reprodução sexuada.

Ciclo sexuado ou esporogônico

Inicialmente os merozoítas diferenciam-se em células especializadas, os gametócitos, que podem ser de dois tipos: microgametócitos, destinados, destinados a produção dos gametas masculinos, e os macrogametócitos, destinados a produção dos gametas femininos. Os microgametas (gametas masculinos) são menores e flagelados, apresentando motilidade. Os macrogametas (gametas femininos) são maiores e imóveis.

Quando ocorre a cópula, forma-se um zigoto que logo se encista, passando a se chamar oocisto. No curso da primeira divisão do zigoto há meiose e, por isso, todas as formas parasitárias, exceto a célula ovo, são haplóides. Então, o oocisto aumenta de volume e produz em seu interior certo número de cistos secundários, que por sua vez contêm os esporozoítas, que são liberados no organismo de um outro hospedeiro (Figura 2).

Sarcocystis

Esse gênero compreende protozoários obrigatoriamente heteroxenos, ou seja, exigem um hospedeiro para a fase assexuada de seu ciclo e outro para a fase sexuada. Neste gênero encontram-se duas espécies que parasitam o homem: S. hominis (Railliet & Lucet, 1891), (Dubey, 1976) e S. suihominis (Tadros & Laarman, 1976), (Heydorn, 1977) e numerosas outras que ocorrem em animais silvestres e domésticos.

MORFOLOGIA

Dependendo da fase evolutiva, as formas encontradas são as seguintes:

• Merontes (esquizontes): presentes no endotélio dos vasos sanguíneos do hospedeiro intermediário, medindo em média 7 x 3µm. Dependendo da espécie pode haver mais de uma geração merogônica.

• Sarcocistos (cistos): presentes nos músculos e, ocasionalmente, em outros tecidos do hospedeiro intermediário. Eles podem, às vezes, ser vistos a olho nu e medem cerca de 720 x 240µm.

• Bradizoítos: presentes dentro dos sarcocistos e possuem forma alongada semelhante a uma banana, medindo cerca de 15 x 5µm. É a forma infectante para o hospedeiro definitivo.

• Oocistos: presentes nas fezes do homem (hospedeiro definitivo) com cerca de 20 x 15µm. É eliminado esporolado, contendo dois esporocistos e cada um deles possui quatro esporozoítos. Como aparede do oocisto é muito frágil, ela constantemente se rompe durante o trajeto intestinal, sedo liberados apenas os esporocistos junto com as fezes, os quais medem cerca de 15 x 9µm. É a forma infectante para o hospedeiro intermediário.

BIOLOGIA

Duas espécies de Sarcocystis foram identificadas como parasitos do homem:

1. Sarcocystis hominis: tem como hospedeiro intermediário o gado bovino. Esporocistos liberados nas fezes humanas cerca de 10 dias após infecção, mas seguem sendo eliminados durante 40 dias ou mais.

2. Sarcocystis suihominis: tem como hospedeiro intermediário o porco doméstico. O período pré-patente é de 10 dias, e a eliminação dos esporocistos nas fezes é de pelo menos 30 dias.

Ciclo biológico: Os hospedeiros intermediários se infectam ao ingerir oocistos esporulados ou esporocistos presentes nas fezes do homem. Os esporozoítos são liberados no intestino delgado, atravessam a parede intestinal penetrando em células endoteliais de veias do fígado, onde evoluem para merontes primários. Quando maduros, estes penetram em células endoteliais de veias de qualquer órgão originando os merontes secundários. Os merozoítos secundários são liberados e penetram em células musculares formando os sarcocistos, terceira geração de merontes, que origina os bradizoítos, que são formas infectantes para o hospedeiro definitivo. Estes, no intestino delgado do hospedeiro definitivo, dão origem a gametas, ocorrendo a fecundação e formando-se oocisto, que esporula na própria parede intestinal, sendo liberados nas fezes. Esta forma é infectante para o hospedeiro intermediário, mas não para o homem.

PATOGENIA

A sarcosporidiose não é, aparentemente, uma doença muito frequente ou bem conhecida no homem.

Estudos experimentais com S. suihominis em voluntários humanos puderam evidenciar a presença de diarréia, náusea, vômitos, distúrbios circulatórios, calafrios e sudorese, como sintomas mais comuns. Tais alterações aparecem de seis a 24 horas após a ingestão de carne suína infectada, desaparecendo, na maior parte dos casos, em aproximadamente 12 e 24 horas e em alguns, 36 a 48 horas.

Infecções com S. hominis são, aparentemente, subclínicas e autolimitantes, tendo sido descritos vários distúrbios gastrointestinais em pacientes infectados, como diarréia, anorexia, dores abdominais, náusea e cólicas.

Os

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