Estudo da Composição Corporal de Jogadores de Basquetebol de Elite
Por: ECBM • 5/11/2019 • Artigo • 7.259 Palavras (30 Páginas) • 199 Visualizações
Estudo da composição corporal de jogadores de basquetebol de elite
Elaine Cristina Braga Mazon*
*Universidade Estadual Paulista, Departamento de Ciências Nutricionais da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara, São Paulo, Brasil.
Autor (a) correspondente:
Elaine Cristina Braga Mazon
Email: elainemazon@hotmail.com
RESUMO
Determinar o perfil antropométrico e a composição corporal de um grupo de atletas no qual se pretende intervir, pode ser um diferencial entre sucesso e fracasso, na programação da estratégia do treinamento desportivo. Alterações nos valores dos componentes do peso corpóreo (massa magra, massa gorda) em atletas de elite, podem comprometer o resultado em competições. Apesar de certos estudos fixarem um peso e ou uma composição corpórea ideal para maximizar o desempenho, parece ser necessário reconhecer que esses valores podem variar de acordo com a modalidade e especificidade do treinamento na qual o atleta esteja inserido. Diante deste quadro, o objetivo do presente estudo foi o de determinar a composição corporal de jogadores de basquetebol de elite, verificando se existem diferenças entre as mesmas, de acordo com as posições específicas de quadra dos atletas. Foram avaliados 15 jogadores da equipe masculina adulta de basquetebol de Araraquara - SP, no início e final do período preparatório para o campeonato estadual. A composição corporal foi determinada através das medidas antropométricas do peso corpóreo, estatura e dobras cutâneas. Os resultados evidenciaram a existência de composições corporais distintas entre os jogadores, sendo que os “pivôs” apresentaram as maiores médias de estatura, peso corpóreo, massa magra e porcentagem de gordura corporal, o que parece refletir em uma específica da posição.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, o basquete nacional parece não viver um bom momento em função do descontentamento de alguns clubes com a Confederação Brasileira de Basquete (C.B.B.), aliado à ausência de resultados significativos internacionais (MOREIRA, 2002). O mesmo, atribui esta queda de qualificação, principalmente do basquetebol masculino, à desorganização administrativa, bem como à carência de estudos relevantes sobre este esporte no Brasil. Aponta ainda, a falta de consenso entre os profissionais da área na organização e controle do treinamento (técnico, tático, físico) em função da escassez de discussões e publicações sobre o assunto.
Fernandes Filho (1999), julga que determinar o perfil de um grupo, no qual se pretende intervir, pode ser o diferencial entre o sucesso e o fracasso, na programação da estratégia de treinamento esportivo.
A Avaliação Antropométrica tem sido alvo de estudos de cientistas do exercício e freqüentemente utilizada como uma forma de configuração de perfil em atletas (HEYWARD et al, 2000).
Através dela, é possível mensurar por métodos convencionais características como: peso, estatura, dobras cutâneas, diâmetros ósseos entre outras (SETTINERI, 1987).
O peso corpóreo é a soma de ossos, músculos, órgãos, líquidos e tecido adiposo. Alguns fatores como alimentação, crescimento, envelhecimento, atividade física, podem alterar um ou
mais componentes do peso (LAQUATRA et al, 1998).
A estatura é a distância do ponto vértex à região plantar. Pode ser tomada com o avaliado em pé ou deitado com a utilização de estadiômetro ou antropômetro (CARNAVAL, 2000).
As medidas das dobras cutâneas ou pregas cutâneas se faz necessária para a quantificação da gordura corporal (MCARDLE et al, 2001). A utilização desta técnica como procedimento no estudo da gordura do corpo, está baseada no princípio de que existe uma significativa relação entre gordura subcutânea (situada diretamente abaixo da pele) e quantidade total de gordura corpórea (CARVALHO, 1998).
A disposição da gordura não se apresenta de forma uniforme no corpo. Portanto, as medidas devem ser feitas em várias regiões para se obter um valor médio da mesma (GUERRA et al, 2001).
O valor de cada dobra deve ser medido por três vezes não-consecutivas e o local deve ser identificado e marcado. As dobras cutâneas mais utilizadas são as do tríceps, a subescapular, axilar média, a supra-ilíaca, do bíceps, a torácica, a abdominal, coxa e panturrilha medial (COSTA, 2001).
Através da avaliação da composição corporal é possível mensurar variáveis como massa magra, massa gorda, massa óssea e massa residual. Esta avaliação pode ser realizada por meio de métodos diretos (dissecação de cadáveres), indiretos (ultra-som, raios-X, densitometria) e duplamente indiretos (medidas antropométricas, condutividade elétrica) (POLLOCK e WILMORE, 1993). Estes autores, sugerem o fracionamento do corpo humano
em dois componentes: a massa corporal magra (peso muscular,
peso ósseo e peso residual) e a massa gorda (peso de gordura).
A avaliação precisa da composição corporal é um componente importante para um programa de aptidão física (MCARDLE et al, 2001).
Além do estabelecimento de perfis fisiológicos, podem-se utilizar as informações da composição corporal para estimar o peso do atleta (HEYWARD et al, 2000).
Alterações nos valores dos componentes do peso corpóreo como por exemplo peso de gordura, massa magra, podem ameaçar o desempenho nos desportos (MCARDLE et al, 2001).
Silva (1998), define que uma importante variável a ser controlada no processo de treinamento é a massa corporal magra pois está intimamente ligada à melhoria da capacidade física em diversas modalidades.
Santos (2003), sugere que o excesso de gordura corporal pode influenciar negativamente na performance de muitos esportes como é o caso do culturismo onde a aparência física, a configuração e os formatos corporais, buscam a excelência estética.
O mesmo preconiza a existência de um peso e composição corporal ideal para cada esporte específico baseados na média dos valores de percentual de gordura e massa corporal magra obtidos de várias amostras de atletas de elite.
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