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FARMACOLOGIA APLICADA À MEDICINA VETERINÁRIA, SPINOSA

Por:   •  9/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.469 Palavras (6 Páginas)  •  422 Visualizações

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FARMACOLOGIA APLICADA À MEDICINA VETERINÁRIA, SPINOSA

Os imuno-moduladores são substâncias que modificam as reações imunológicas de modo positivo ou negativo, ou seja, regulam ou estimulam a resposta imunológica. Assim, estes agentes podem ter aplicação terapêutica como imunoestimulantes importantes no tratamento preventivo ou curativo de doenças que debilitam o sistema imunológico direta ou indiretamente, e os imunossupressores, indicados no tratamento de doenças manifestadas por uma resposta imunológica exacerbada. Embora já existam vários agentes imuno-moduladores de uso corrente na terapêutica, nem sempre o seu mecanismo de ação é totalmente conhecido; por outro lado, muitos outros agentes encontram-se em fase de estudo experimental, garantindo para o futuro novas perspectivas para o desenvolvimento e a comercialização de medicamentos com propriedades tanto imunoestimulantes, como imunossupressoras.

Na clínica veterinária, várias são as situações em que a modulação farmacológica do sistema imune do animal, tanto no sentido de induzir uma imunossupressão como de promover a estimulação deste sistema, é de grande valor terapêutico para o sucesso da cura, bem como para a melhor qualidade de vida do animal. O uso de agente imuno-moduladores se tornou mais comum na terapêutica veterinária devido aos avanços na metodologia diagnóstica de distúrbios autoimunes, e por maiores ocorrências de neoplasias, devido a longevidade dos animais.

O uso de imunossupressores ocorre em reações de hipersensibilidade, enquanto o uso de imunoestimulantes ocorre para tratar pacientes imunossuprimidos e portadores de neoplasias, para que a atividade de células imunes sejam aumentadas e possam desempenhar a ação efetora contra células neoplásicas. Ainda, os transplantes de órgãos, principalmente em gatos, têm sido uma realidade na veterinária, sendo necessário ao clínico conhecer os mecanismos de ação de medicamentos utilizados para evitar a rejeição de transplantes e as associações existentes que evitam a supressão demasiada do sistema imunológico.

IMUNOESTIMULANTES

  • Acemannan

Polissacarídeo derivado da planta Aloe vera que tem efeito imunoestimulantes sobre macrófagos, fazendo-os aumentar a síntese de citocinas pró-inflamatórias, como a IL-1, IL-G e TNF-α e também óxido nítrico. Estas citocinas aumentam a atividade fagocítica e citotóxica de macrófagos, bem como podem induzir a morte celular por meio da ligação do TNF- α e seus receptores na superfície de células neoplásicas.

Tal atividade estimulante sobre macrófagos tem utilidade na terapia contra neoplasias, sendo utilizado principalmente no tratamento de fibrossarcomas, tanto em gatos quanto em cães. O uso do acemannan tem o objetivo de diminuir a massa tumoral para posterior ressecção cirúrgica, já que a administração intratumoral deste polissacarídeo faz com que ocorra necrose e encapsulamento da massa tumoral, diminuindo, portanto, seu tamanho e, consequentemente, levando a uma menor retirada do tecido normal circunscrito ao tumor.

A dose recomendada é de 2mg por via intratumoral e 2mg/kg semanalmente por 6 semanas, por via intraperitoneal. Ainda, o uso de acemannan tem produzido resultados satisfatórios na melhora da qualidade de vida de gatos portadores de FIV e FeLV.

  • Levamizol

A atividade imunoestimulantes do anti-helmíntico levamizol é conhecida desde 1971. O mecanismo pelo qual este medicamento atua no sistema imune ainda é desconhecido; porém, sabe-se que ele restaura a atividade proliferativa de linfócitos T, promove aumento na produção de anticorpos, provavelmente dependente da atividade de linfócitos Th, e também promove aumento da quimiotaxia e da atividade fagocítica de macrófagos, especialmente em animais idosos ou, ainda, naqueles imunologicamente deprimidos e que apresentam infecções crônicas, doenças inflamatórias e algumas neoplasias malignas.

Em geral, o uso do levamizol reduz a frequência, a duração e a gravidade dos episódios patológicos destes animais. Observou-se que, em bovinos, o levamizol induziu uma recuperação mais rápida de bezerros acometidos por rinotraqueíte infecciosa bovina, diarreia viral bovina ou surtos vacinais de parainfluenza-3. Por outro lado, a administração injetável de levamizol mostrou-se capaz de aumentar a resposta de anticorpos produzidos após o uso da vacina polivalente de clostrídios.

Em bovinos, cães e gatos, um esquema de tratamento de 3 dias consecutivos, seguidos por 3 dias de descanso, novamente seguido por 3 dias de tratamento, é o procedimento recomendado. Deve-se usar ao redor de ¼ a 1/3 da dosagem anti-helmíntica em cada dia do tratamento, evitando doses excessivas, que podem causar imunossupressão. Pode ser administrado por meio de bolos, beberagem, aditivo alimentar e por outras vias, como injeção subcutânea e aplicação transcutânea.

IMUNOSSUPRESSORES

  • Glicocorticóides

São hormônios esteroides sintetizados pelo córtex adrenal amplamente utilizados para suprimir as manifestações de inúmeras reações inflamatórias e imunológicas, nem sempre muito fáceis de serem distinguidas. Muitas vezes, o uso destes como medicamentos anti-inflamatórios potentes induz efeitos colaterais graves, dentre os quais, a imunossupressão.

As atividades anti-inflamatórias e imunossupressoras dos glicocorticoides podem ser divididas em três categorias gerais: ação sobre o trânsito de leucócitos (elevam o número de leucócitos e reduzem o número total de linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos), capacidade de alterar funções celulares específicas (alteram a função dos linfócitos e monócitos) e outras atividades anti-inflamatórias diversas.

O medicamento mais indicado tem sido a prednisona, por induzir menos efeito metabólico e causar maior impacto sobre a atividade imunológica. Pode ser utilizado na anemia hemolítica autoimune, na trombocitopenia autoimune e no lúpus eritematoso sistêmico. A corticoterapia prolongada produz efeitos colaterais bastante graves para o organismo, sendo a síndrome de Cushing iatrogênica (supressão da liberação do hormônio adrenocorticotrófico, ACTH, pelas células da adeno-hipófise) o efeito que exige maior cuidado.

  • Ciclosporina

Inibidor da sinalização da transcrição gênica de linfócitos T. Atuam por meio da sua ligação a uma proteína citoplasmática formando um complexo que, por sua vez, liga-se à calcineurina impedindo-a de desfosforilar o fator de transcrição gênica NFAT, o qual fica impedido de se translocar do citoplasma para o núcleo, onde seria responsável por induzir a transcrição gênica de várias citocinas, entre elas a IL-2.

A ciclosporina é um medicamento com ação extremamente potente e seletiva sobre linfócitos T, levando ao efeito imunossupressor, especialmente na terapia contra a rejeição de transplantes de órgãos, podendo também ser utilizado em associações com outros imunossupressores no tratamento de algumas autoimunidades.

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