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O Aborto em Equinos

Por:   •  24/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.542 Palavras (7 Páginas)  •  418 Visualizações

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  1. Introdução

As perdas gestacionais são problemas comuns na equideocultura, sendo alvo de muitas  preocupações entre os profissionais da área, pois gera diversos prejuízos econômicos ao setor do agronegócio. As perdas gestacionais precoces são mais incidentes que tardias.

A morte do embrião, nas fases inciais de desenvolvimento embrionário, não resulta em sua expulsão, mas sim num processo de reabsorção, sendo esses casos denominados como reabsorção embrionária. (GRUNERT, 2005), que é caracterizada pela perda gestacional do momento da concepção até o 40o dia de prenhez correspondendo ao momento de transição do estágio embrionário para o estágio fetal de desenvolvimento (BALL, 1988). Caso haja expulsão do embrião nas fases de desenvolvimento, é designado como abortamento embrionário (GRUNERT, 2005). O abortamento refere-se à perda de prenhez após a conclusão da organogênese, que ocorre por volta de 55 dias de gestação (TROEDSSON, 2003). 

  1. Aborto em equinos

Os abortamentos dos animais domésticos podem ser de origem infecciosa ou não infecciosa. Dentre os fatores etiológicos responsáveis por abortamentos de origem não infecciosa, temos: distúrbios hormonais, traumatismos, exercícios violentos e intervenções cirúrgicas, predisposição hereditária, uso inadequado de medicamentos, normas inadequadas de alimentação, frio, doenças de órgãos genitais da fêmea e distúrbios inerentes da gestação (KUNST, SCHATS, 1997)

Já os abortamentos de origem infecciosa possuem grande impacto econômico na equideocultura.  (GRUNERT et al, 2005). Na espécie equina, a maioria dos abortamentos não é de origem infecciosa, sendo cerca de 10 a 20% de todos os abortos por esta causa e podem ser ocasionados por bactérias, vírus e fungos (TROEDSSON, 2003). Atualmente estuda-se também a causa por protozoários como Neospora caninum e Neospora hughesi, sendo associado a problemas reprodutivos, doença neonatal e aborto (VERONESI et al. 2008).

As bactérias que comumente produzem aborto são: Streptococcus spp, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Proteus vulgaris, Micrococcus spp, Pseudomonas aeruginosa, Brucella abortus, Salmonella abortusequi, Klebsiella spp Leptospira sp. Os virus causadores de aborto são os da Rinopneumonite Viral Equina e da Arterite Viral Equina. Os principais fungos são Aspergyllus sp, Mucor sp Allescheria boydii.(THOMASSIAN, 2003).

  1. Infecção por Salmonella abortus-equi do equino

A infecção por  Salmonella abortus-equi provoca tanto aborto como afecções septicêmicas gerais ou alterações orgânicas crônicas supurativas em cavalos e potros, que afetam pricipalmente as articulações além de transtornos genitais. A etiologia é caracterizada pelo ingresso do agente nas áreas de reprodução ou manadas de éguas é realizada por novos equinos contaminados (BEER, 1999).

Após isso, segundo Beer 1999, é difundida por:

- Ato sexual;

- Microrganismos excretados nos abortos que contaminam o local ingressando por via oral em outros animais.;

-Intervenções não assépticas como a ajuda no parto;

- Urina contaminada nos pastos

- Contágio intra-uterino ou na vida pós-natal.

 

A sintomatologia é muito variável, o que dificulta tirar conclusões sobre o grau de infecção. O sintoma mais significativo é o aborto, que acontece a partir do  4º mês de gestação e principalmente entre o 7º e 10º mês depois de uma prévia septicemia acompanhada de febre mantida por poucos dias. O aborto leva a outros sinais e sintomas. As fêmeas infectadas podem parir potros com debilidade vital, que em poucos dias podem desenvolver diarreia hemorrágica, dificuldade respiratórias, perda de forças e artrites. Também apresenta apresentam fístulas da cruz e abscessos sob a pele do tórax. Na infeção em garanhões tem se constatado também orquite e epididimite. (BEER, 1999).

Para diagnosticar, deve-se submeter a exame exaustivo amostras de distintos órgãos, para informação do grau de infecção e sua evolução na população. Existe certa dificuldade em realizar o cultivo devido a não existirem meios de cultivo adequados.

É feito isolamento da bactéria através de amostras de lóquios, membranas fetais, conteúdo gastrointestinal, órgãos dos fetos, órgãos alterados de animais doentes e mortos, muco vaginal, pus dos abscessos e esperma. O título 1:800 é considerado positivo e de 1:400 como duvidoso. Os títulos são máximos 8 a 14 dias após o aborto e podem persistir durante anos. Quanto ao tratamento, é  recomendável antes de iniciar a terapêutica efetuar um antibiograma do agente especifico do estábulo. É feito tratamento sintomático das alterações cardíacas e circulatórias, além de medidas contra desidratação e intoxicação.No tratamento especifico utiliza-se antibióticos como neomicina e cloranfenicol, podendo também utilizar furaminas, sulfamidas, soros imunes e imunoglobulinas. É utilizado sulfamidas de absorção lenta e furaminas para tratar as manifestações intestinais. As infecções latentes e eliminação de microrganismos não são influenciadas pelo tratamento (BEER, 1999).

 

Como medidas profiláticas, não deve-se comprar ou vender nenhum equino até realizar saneamento no rebanho infectado. Os potros devem ser separados por idade e ficam separados das éguas, realizando separação dos grupos por valor dos títulos.

É importante desinfetar os utensílios utilizados nos partos e os produtos do aborto serem eliminados de forma inócua. Os potros e equinos adultos com reação positiva devem ser castrados. Vacinação deve ser realizada nas éguas mães. O prognóstico é desfavorável quando existem outras doenças graves na propriedade ou quando não há estado nutritivo adequado dos animais acometidos. O saneamento das populações infectadas costuma ser conseguido em poucos anos (BEER, 1999).

  1. Neosporose equina

A neosporose eqüina é uma doença causada pelos protozoários Neospora caninum e Neospora hughesi, parasitas intracelulares obrigatórios que causam aborto, mortalidade neonatal, doenças neurológicas e viscerais em equinos. A neosporose foi diagnosticada em cavalos adultos com sinais clínicos semelhantes aos da mieloencefalite protozoária equina.Os sinais clínicos em equinos são cegueira, perda de peso, paralisia dos membros posteriores, comportamento bizarro, dificuldade de mastigação, incoordenação, ataxia e aborto. (DITTRICH, et. al, 2006).

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