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CULTIVO DA BANANA - Histórico e importância socioeconômica

Por:   •  21/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.684 Palavras (19 Páginas)  •  314 Visualizações

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CULTIVO DA BANANA

- Histórico e importância socioeconômica

        A bananeira (Musa spp.) pertence à família Musaceae e é originária do Extremo Oriente. A planta se caracteriza por apresentar caule suculento e subterrâneo (rizoma), cujo "falso" tronco é formado pelas bases superpostas das folhas, folhas grandes e flores em cachos que surgem em série à partir do chamado "coração" da bananeira.

        É tipicamente tropical, exige calor constante, precipitações bem distribuídas e elevada umidade para o seu bom desenvolvimento e produção. Sua altura pode variar de 1,8 m a 8,0 m. Dada a característica de emitir sempre novos rebentos, o bananal é permanente na área, porém com as plantas se renovando ciclicamente. A banana é a fruta mais consumida no Mundo e segunda no Brasil (a primeira é a laranja), sendo um alimento energético, rico em carboidratos, sais minerais, como sódio, magnésio, fósforo e, especialmente, potássio. Apresenta predominância de vitamina A e C, contendo também as vitaminas B1, B2 e B6. Contém pouca proteína e gordura.

        No Brasil, o setor gera mais de 500.000 empregos diretos. Segundo dados do IBGE, no ano de 2001, a cultura foi a segunda mais produzida, ficando atrás somente da laranja. Apresentou uma área colhida de 510.313 ha, com uma produção de 6.177.293 toneladas de frutos, o que correspondeu a um volume de negócios superior a 1 bilhão e oitocentos milhões de reais no mesmo ano.

- Clima e distribuição geográfica da cultura

        A bananeira é uma fruteira de clima tropical e subtropical, com bom desenvolvimento em condições de alta umidade e temperaturas elevadas, uniformemente distribuídas, sendo 15° a 35°C, uma faixa segura para exploração. A temperatura ideal está em torno de 26°C. Abaixo de 15ºC a atividade da planta é paralisada, podendo ocorrer um distúrbio fisiológico, denominado "chilling ou friagem", que prejudica o fruto, devido a coagulação da seiva na região superficial dos tecidos da casca. Por outro lado, as temperaturas superiores a 35ºC inibem o desenvolvimento normal da planta, em decorrência da desidratação excessiva dos tecidos, especialmente das folhas.

        A pluviosidade é de importância primordial para o desenvolvimento da bananeira, pois esta exige um consumo elevado e constante de água, devido à necessidade de alto índice de hidratação dos tecidos da planta. Médias anuais de precipitação em torno de 1900 mm, com boa distribuição das chuvas no decorrer do ano, propiciarão condições de alta produtividade e qualidade dos frutos.

- Morfologia e fisiologia da bananeira e suas correlações com a produção

        Quando as condições climáticas são favoráveis, a bananicultura pode ser estabelecida em áreas de topografia inclinada (encostas) ou em áreas planas. Recomenda-se, entretanto, o cultivo nas áreas com declives inferiores a 8%. Contudo, os terrenos planos a suavemente ondulados são os mais adequados porque facilitam o manejo da cultura, a mecanização da lavoura, colheita e conservação do solo, além de propiciarem colheita de produtos de melhor qualidade, principalmente aqueles destinados à exportação.

        A bananeira desenvolve-se bem em diversos tipos de solo. Porém, a escolha do solo é de primordial importância para o sucesso do empreendimento. Um solo bem drenado constitui-se em fator essencial para o cultivo da bananeira, razão pela qual se dá preferência pelos solos areno-argilosos ricos em matéria orgânica, de boa profundidade (superior a 25 cm) e não sujeitos a inundações. Um solo pouco profundo ou que apresenta uma camada impermeável próximo a superfície, favorece o desenvolvimento superficial das raízes, não dando condições para a planta suportar a ação dos ventos e o peso do cacho. Solos arenosos devem ser evitados, pois geralmente apresentam baixa fertilidade, baixo poder de retenção de umidade e favorecem a disseminação de nematóides (Rodopholus similis).

        A aeração do solo é importante, pois a disponibilidade adequada de oxigênio é essencial para o bom desenvolvimento do sistema radicular da bananeira. A deficiência ou falta deste elemento causa o apodrecimento rápido das raízes, que perdem a rigidez e adquirem uma coloração cinza-azulada pálida. Para que não ocorra a falta de oxigênio junto às raízes da bananeira, deve-se evitar os excessos continuados de umidade no solo, por mais de três dias.

- Cultivares e variedades de bananas e suas relações com as condições edafoclimáticas, reprodução e mercado do fruto

        Apesar da existência de um número elevado de cultivares no Brasil, esse número reduz-se quando são considerados fatores essenciais como: a preferência pelo consumo, tolerância a pragas e doenças, resistência a seca e porte das plantas e características agronômicas para fins comerciais.

Maçã - de porte médio a alto, ciclo vegetativo de 15 meses, com peso médio do cacho de 15 kg. Seu rendimento esperado é de 10 t/ha/ciclo. Apresenta elevada suscetíbilidade ao mal-do-panamá, à sigatoka-negra e à broca (Cosmopolites sordidus). É medianamente suscetível à sigatoka-amarela. Devido a essa elevada suscetíbilidade, a tendência é sua substituição gradativa por materiais com maior resistência às principais doenças e pragas da cultura.

Comprida ou de fritar (Subgrupo Terra)- de porte alto (4 a 5 metros de altura). Possui frutos grandes, que são consumidos fritos ou cozidos, apresentam alto teor de amido, com ciclo vegetativo em torno de 19,5 meses, o peso médio do cacho está em torno de 25 a 30 kg. Seu rendimento esperado é de 15 a 20 t/ha/ciclo. A planta é resistente ao mal-do-panamá e a sigatoka-amarela. É suscetível a sigatoka-negra e a broca.

Prata (Subgrupo Prata) - de porte alto (4,5 a 5,5 m de altura), ciclo vegetativo de 16,5 meses, com peso médio do cacho de 14 kg. Seu rendimento estimado é de 13 t/ha/ciclo. Esta cultivar apresenta um sistema radicular agressivo, o que lhe permite sobreviver bem e produzir em solos de baixa fertilidade e com deficiência hídrica. É suscetível às sigatokas amarela e negra e moderadamente suscetível ao mal-do-panamá e à broca.

Nanica (Subgrupo Cavendish) - de porte baixo, com 1,50 a 2,00 m de altura. Esta estatura torna-a menos suscetível aos danos causados pelo vento, facilitando os tratamentos químicos, com fungicidas e inseticidas. Seu ciclo vegetativo é de 12,5 meses, peso médio do cacho de 25 kg. O rendimento estimado é de 25 t/ha/ciclo. É altamente resistente ao mal-do-panamá, muito suscetível às Sigatokas Amarela, Negra e a broca.

Nanicão (Subgrupo Cavendish) - originada da ‘Nanica’ por mutação, a qual assemelha-se muito, porém, apresenta porte, baixo a médio (de 2,20 a 3,20 m de altura), ciclo vegetativo de 12,5 meses, com peso médio do cacho em torno de 30 kg. Seu rendimento esperado é de 25 t/ha/ano. É altamente resistente ao mal-do-panamá e suscetível às sigatokas amarela, negra e à broca.

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