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Controle Biológico O milho (Zea mays)

Por:   •  13/2/2017  •  Seminário  •  2.740 Palavras (11 Páginas)  •  434 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays) é um produto agrícola muito cultivado em todo o mundo. Isso porque esse cereal é extensamente utilizado como alimentação humana e para ração animal, considerando-se seu alto valor nutritivo. A produção do milho no Brasil é superavitária, ou seja, o lucro ao final da venda é maior que o custa de produção. Portanto, são feitos grandes investimentos para o desenvolvimento da cultura no país (CUSTODIO et al., 2016).

Uma das características da cultura do milho é a possibilidade de plantios escalonados durante todo o ano para a produção de milho destinado à venda in natura (como o uso de irrigação) ou mesmo produção de grãos em duas safras, a primeira denominada safra principal, coincidindo com o início das chuvas, e a segunda também denominada safrinha, que é a exploração do milho naquelas regiões em que a precipitação seja suficiente para suprir a demanda de água. Em função da disponibilidade de hospedeiro durante todo o ano e até mesmo devido ao uso de algumas práticas culturais, tem-se verificada a presença de insetos, causando perdas significativas e às vezes sem atingir o nível de dano econômico (CRUZ, 2002).

Dentre os insetos que atacam a cultura, a lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda, demanda um alto investimento para o seu controle, sendo a principal praga da cultura do milho no Brasil (VALICENTE & CRUZ, 1991). Essa praga pode comprometer a produtividade da cultura se não controlada, tendo em vista que se alimenta de todas as fases vegetativas da mesma. Em plantas adultas alimenta-se do parênquima das folhas, do broto central da planta (cartucho-do-milho) e dos grãos de espiga (FIGUEIREDO; DIAS; CRUZ, 2006).

O ataque de pragas é um dos fatores de maior relevância para a redução da produção do milho. O uso de inseticidas é usualmente utilizado para o controle dessas. Entretanto, essa prática, com uso desordenado, afeta negativamente o agroecossistema, ao reduzir a população de inimigos naturais e ocasionar uma possível resistência à pragas. Desse modo, é estimulada a utilização de métodos alternativos. Dentre eles, o controle biológico, o qual oferece benefícios quanto à diminuição dos riscos à saúde humana e ao meio ambiente (SOUZA, 2003).

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão do uso de diferentes agentes de controle biológico natural sobre a lagarta-do-cartucho na produção do milho, visando analisar a atuação e eficiência de cada um deles.

  1. REVISÃO

  1.  Controle Biológico

Devido á problemas do uso desordenado de inseticidas, a utilização de medidas alternativas de controle, como o uso de controle biológico (inimigos naturais) tem sido encorajado na cultura de milho. O mesmo não causa problemas com poluição, intoxicação humana e desordem ecológica devida sua alta especialização.

ENTWISTLE & EVANS (1985, citado por VALICENTE, 1991), o controle biológico pode ser definido como sendo o uso de parasitóides, predadores e patógenos no controle de insetos.  Algumas das características que os tornam desejáveis para sua utilização são a sua especificidade, compatibilidade com outros inimigos naturais e segurança aos humanos.

O controle biológico é uma ocorrência natural. O reajuste do número de plantas e animais pelos predadores naturais, os agentes bióticos de mortalidade, envolve  estruturas de densidade recíproca, o qual atua de tal forma que sempre uma população é regulada por outra população. Assim, um ser vivo é sempre explorado por outro ser vivo e com efeitos na regulamentação do crescimento populacional, mantendo assim o sistema em equilíbrio (BUENO et al., 2011).

Existem dois tipos de controle biológico “natural” e “aplicado”. O controle biológico natural é a redução da população de uma espécie de praga por seus inimigos naturais, sem a manipulação desses pelo homem. Já o controle biológico aplicado é a redução da população de uma espécie por inimigos naturais manipulados pelo homem (CRUZ, 2007).

Várias espécies de insetos são reconhecidas como agentes de controle biológico de pragas. Didaticamente, tais agentes são agrupados em parasitoides e predadores. Além desses também dos insetos também temos os endopatógenos.  

  1.  Parasitoides

Os parasitoides restritos de ovos são os mais importantes dentre todos os outros tipos de agentes biológicos, tendo em vista que eliminam a praga antes que atinjam o estádio larval, e sejam causados danos à cultura (CRUZ, 2007).

Parasitoides de ovos do gênero Trichogramma, desenvolvem-se exclusivamente nos ovos da praga e demonstram grande potencial no controle biológico (BESERRA & PARRA, 2004). Esse gênero possui ampla distribuição geográfica e facilidade de criação em laboratórios, utilizando-se para isso, hospedeiros alternativos.  Por esse motivo, têm sido alvo de muitos estudos e utilizado em programas de controle biológico (Magalhães et al. 2002).

As espécies desse gênero depositam a maior parte dos seus ovos durante o dia, por serem fototrópicas positivas. A forma mais recomendada de sua liberação no campo é por meio de vespas adultas. Para que haja eficiência no controle, sua liberação deve coincidir com o aparecimento dos primeiros ovos da praga, com uma frequência proporcional ao número de ovos produzidos pela praga (CRUZ, 2002).

Juntamente com o Trichogramma, o Telenomus sp. é um potencial controlador biológico exclusivo de ovos. Segundo Cruz (2004), o Telenomus apresenta alta especificidade para com a S. frugiperda e o processo de liberação no campo é o mesmo utilizado com o Trichogramma. Como parasitam os ovos da lagarta do cartucho os quais se localizam nas camadas internas da planta, lhes são conferidas vantagens sobre outros parasitoides de ovos, uma vez que conseguem alcançar a massa de ovos, impossibilitando, assim, a eclosão de lagartas do hospedeiro (ABREU; ROVIDA; CONTE, 2015).

De acordo com Cruz & Monteiro (2004), fatores climáticos podem interferir na eficiência da atuação desses parasitóides no campo. Ao fazer a liberação é imprescindível ter conhecimento sobre a direção do vento, o excesso de radiação solar (calor) e a presença de chuvas.

O Chelonus insularis tem sido alvo de muitos estudos como um parasitoide de ovo-larva. É um inseto que mede cerca de 20 milímetros. A fêmea insere seus ovos dentro dos ovos de S. frugiperda, sendo seu período larval variando entre 17 e 23 dias. A larva desse parasitoide perfura o abdômen da lagarta para que possa sair e, em pouco tempo se transforma em pupa, e posteriormente em adulto (FERREIRA, 2009).

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