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Controle de cescospora

Por:   •  14/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.051 Palavras (17 Páginas)  •  347 Visualizações

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Controle da Cercospora


1. HISTÓRIA DA DOENÇA

Historiadores relatam que a primeira utilização de plantas com cafeína em sua composição pode ter ocorrido por volta de 600.000 a.C.

Realmente não temos provas concretas que comprovem a origem do café, mas existem diversas lendas e historias que tentam mostrar a origem desta tal especiaria. A versão mais conhecida ocorreu na região referente à Absínia, hoje Etiópia, há cerca de mil anos. Esta relata que um pastor ao pastorear suas ovelhas, percebeu que elas entravam em estado de euforia, com uma energia que não as pertenciam sempre que mastigavam e ingeriam uns frutos de coloração amarela às vezes vermelha, dos arbustos existentes em alguns campos de pastoreio. Assim o pastor notou que as frutas eram fonte de energia com a ingestão do fruto o rebanho conseguia caminhar por vários quilômetros por subidas infindáveis. O tal pastor procurou um monge para relatar o ocorrido, o monge curioso colheu um pouco dos frutos e levou consigo até o monastério. Preparou uma infusão, e notou que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava ou em suas longas horas de leitura do breviário. Esta descoberta se espalhou rapidamente entre os monastérios, criando uma demanda pela bebida. As evidências mostram que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Yemen (ABIC, 2008).

A região de Kafta e da bacia do Nilo azul, regiões do continente africano, localidade que tem por característica o relevo acidentado montanhoso e a altitude entre 1000 a 2000 metros, local que hoje corresponde a Etiópia, foi palco da origem do cafeeiro (Coffea arabica) (Graner et al., 1967).

O cafeeiro, planta perene de forma de arbusto, da família Rubiaceae, produtora de frutos tipo baga. É tetraplóide, com 2n igual a 44 cromossomos e predominantemente autógama (Thomaziello, 2000).

O cafeeiro planta que desenvolveu um grande potencial agrícola e econômico pelo mundo, também chegou ao Brasil por meio de sementes e mudas de que foram introduzidas no Brasil em Belém do Pará e se espalhou pelo país, passando pelo Maranhão, Bahia (1770), Rio de Janeiro (1774) e em 1825 pelo Vale do Paraíba, São Paulo e Minas Gerais (Matiello et al., 1985).

O café já fez muita história no desenvolvimento de nosso país, desde que aqui chegou em 1727. Faz 280 anos dessa cultura no Brasil. No inicio os cafezais ocupavam as terras de mata, agora em terras fracas, exigem mais cuidados nutricionais (Matiello, 2008)

Apesar de o país ocupar a posição de maior produtor e exportador mundial de café Matiello (2005) considera que a cafeicultura brasileira não é uma das mais competitivas do mundo. Além de nossa mão-de-obra ser mais cara, ainda temos uma clima muito seco e um solo mais pobre. Isso provoca um desequilíbrio nutricional e o conseqüente aumento de pragas e doenças do cafeeiro.

Com 4 bilhões de cafeeiros produzindo em média 25 milhões de sacas, o Brasil se desponta como o maior produtor de café beneficiado do mundo segundo dados de 2000, que classifica o Estado de São Paulo como terceiro maior produtor de café do país, eram 29.000 produtores, 24.000 hectares plantados, 417 milhões de pés e 4 milhões de sacas por ano de produção potencial. No Estado de São Paulo, o café gerava um movimento de 5 bilhões de reais por ano, proporcionando cerca de 500 mil empregos diretos e indiretos (Thomaziello, 2000).

O Brasil possui apesar do título de maior produtor de café mundial, inúmeras desvantagens segundo expõem Matiello et al. (2006), que são, maior custo de mão-de-obra; menor produtividade; condições ambientais menos favoráveis (seca e frio); propriedades maiores e com maior custo fixo; pior qualidade nos cafés ofertados.

Existem alguns problemas técnicos e econômicos presentes na cafeicultura brasileira que são: solos pobres que exigem maiores gastos com correção e adubação; clima desfavorável, ocorrendo geadas ocasionais e períodos de seca; lavouras velhas necessitando de recuperação ou substituição; produtividade baixa por área; baixo adensamento; ataque severo de pragas e doenças devido a desequilíbrios climáticos e outros que causam perdas na produção e qualidade; baixa motivação para qualidade sem diferenciação de preço; descapitalização do produtor; carência de financiamentos; custo crescente de insumos e custo elevado de mão-de-obra; preços pouco remuneradores e muito voláteis (Matiello et al., 2005).

Diversas doenças atacam o cafeeiro, dentre as doenças fúngicas esta a Cercosporiose do café, ou mancha de olho pardo popularmente conhecida.

A Cercosporiose é causada pelo fungo Cercospora coffeicola, tem como regiões de sua preferência aquelas que apresentam déficit hídrico. E uma doença que ataca folhas e frutos, causando prejuízo em mudas de plantio novo, normalmente ate o terceiro ano de plantio (Malavolta et al.).

O objetivo deste trabalho foi buscar informações sobre a cercosporiose do cafeeiro, visando conhecimento de sua biologia e métodos de controle.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Etiologia da Doença

A cercosporiose, doença que é causada pelo fungo Cercospora caffeícola, não causava danos econômico ate que a implantação dos cafezais migraram para regiões de solos pobres e de solos de cerrado (Malavolta et al., 1986)

A cercoporiose, conhecida também como olho pardo, ou olho de pombo, ou mancha circular, mancha parda, é uma doença bastante antiga nos cafezais brasileiros e das Américas, no Brasil; teve como primeira vez registrada em 1887. No Brasil, a cercosporiose atua de forma endêmica em quase todas as lavouras cafeeiras, sendo que, nas regiões que apresentam condições favoráveis (seca, solos pobres), atingiu um patamar de doença de importância econômica (Embrapa 1997).

O fungo Cercospora coffeicola é o agente causal dessa doença, da classe Deuteromycetes, da ordem Moniliales, família Dematiaceae.  Segundo Matiello et al.(2008) o período de incubação médio é de 16 dias. No centro das lesões, em ambos os lados da folha, formam-se os esporodóquios (frutificações) escuros do fungo, nos quais os conidióforos septadose cilíndricos são agrupados em fascículo mais ou menos compactos. Os conídeos (estruturas produtoras de esporos) do patógeno, tipicamente hialinos, aciculares e multisseptados, originam-se nas extremidades dos conidióforos, em condições de umidade relativa alta e temperatura entre 10 e 25º C. De modo geral, os conídios podem sobreviver por mais de sete semanas em folhas destacadas e permanecerem viáveis por quase nove meses na superfície foliar aguardando condições favoráveis para germinarem, como temperatura ótima em torno de 24ºC. O patógeno possui duas fases de sobrevivência nas folhas caídas embaixo das plantas, e assim como no fruto mumificado que são restos culturais de um ano para o outro, a assexuada, e principalmente a fase sexuada. Prossegue que a disseminação pode ser causada pelo vento, quando carregam conídios e ascoporos e os depositam na superfície foliar de uma planta suscetível. Outra forma de disseminação é através das sementes e mudas doentes. Períodos de chuva prolongados, alta umidade relativa, temperaturas amenas entre 10-25°C, solos arenosos ou deficientes em nutrientes, plantas expostas ao sol e estresse hídrico são as principais condições que favorecem o desenvolvimento da doença (Agrofit 2008).  

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