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Manejo integrado de pragas e doenças

Por:   •  18/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.629 Palavras (7 Páginas)  •  509 Visualizações

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1 – INTRODUÇÃO

        De acordo com WWF (s.d.), manejo integrado de pragas e doenças (MIP) é uma estratégia utilizada para controlar as infestações na lavoura, realizada basicamente de forma ecológica ocasionando a morte natural do agente patogênico. Para tais efeitos, utiliza-se feromônios, biopesticidas, erradicação de hospedeiros alternativos, retirada e queima das partes vegetais afetadas (Kovaleski et al., 2003). Além disso, o sistema visa desenvolver novas formas de controle que interfiram pouco, ou nada, no habitat natural do agente, e dessa forma diminuir as chances dos insetos ou doenças se adaptarem a alguma prática defensiva utilizando produtos químicos.

        Esse sistema visa manejar a cultura de forma que as plantas expressem sua resistência natural às pragas e patógenos e que os organismos benéficos sejam conservados e continuem promovendo melhorias na planta e no solo (KOVALESKI et al., 2003).

        Miranda (2007) descreve ainda que, o MIP tem como ferramentas de trabalho, basicamente, o monitoramento da população de insetos, pragas e doenças. Isso ocorre com o intuito de favorecer o aparecimento de inimigos naturais, tornando-se cada vez menos necessário o controle químico, que passa a ser utilizado somente quando o ataque à lavoura atinge o nível de dano econômico, ou seja, passe a causar prejuízos para na lavoura.

        No Brasil, o MIP é adotado normalmente em cultivos de frutas, como banana, goiaba, citros e manga para exportação, pois países desenvolvidos que são consumidores desses produtos exigem que, no cultivo, seja utilizada essa técnica como forma de boas práticas agrícolas (SANTIAGO; ROSSETTO, s.d.).

        Ultimamente, a cana-de-açúcar vem sendo uma das culturas onde o MIP está mais difundido, o controle biológico de alguns insetos considerados pragas é o foco na cultura. Isso se explica pela dificuldade de controlar os insetos pelos meios convencionais (químicos) na cultura, visto que sua densa massa verde impede que o produto, que é pulverizado na parte superior da planta, chegue às regiões mais baixas, local onde ocorre a maior concentração de pragas. O emprego desta técnica tende a aumentar, já que com o corte da cana verde ocorre o aumento da infestação de insetos no solo, como a cigarrinha-da-raiz (SILVA, 2012).

2 – IMPLANTAÇÃO DO MIP

        Ao se planejar implantar o MIP em uma propriedade, existem três etapas que são cruciais, são elas: a avaliação do ecossistema local, a tomada de decisão e a escolha da estratégia de controle que será utilizada.

2.1 – Avaliação do ecossistema

        O conceito de MIP exige não só o interesse pela prática, como também amplo conhecimento acerca do conjunto agricultura/ecossistema como um todo, pois a técnica de controle biológico de uma praga nada mais é que trabalhar nessa junção. Sendo assim, para o programa de MIP é necessário conhecer as espécies com potencial de causar danos e de seus principais inimigos naturais dentro da localidade em que se irá trabalhar.

        No ramo da agricultura, o conceito de praga está diretamente relacionado com os efeitos econômicos produzidos. Esse conceito só passa a ser usado quando uma determinada população de inseto se evidencia com seus estragos, afetando a produção. Assim, a presença do inseto na cultura nem sempre evidencia a presença de uma praga, desde que sua população seja tal que não cause estragos no plantio (BOARETTO; BRANDÃO, 2000).

        Buaretto e Brandão (2000) descrevem pragas-chave como sendo aqueles insetos que são vistos com frequência na cultura em níveis populacionais relativamente altos e que o nível de estragos provocados pode refletir em perdas significativas na produção. Já pragas ocasionais seriam aqueles insetos, cujas populações são mantidas em níveis relativamente baixos provocando reflexos menos significativos na produção. Para se chegar a uma dessas definições, é necessário o estudo do crescimento populacional e suas relações com os danos causados à lavoura e, consequentemente, a economia.

                        Para entender o crescimento populacional de uma determinada espécie, é necessário certo conhecimento dos fatores ecológicos que atuam sobre essa população, sendo os independentes da densidade (climáticos, edáficos, da planta cultivada), e os dependentes da densidade, alimentação e bióticos (disponibilidade de alimento, competição intra e interespecífica).  Não são apenas os fatores ecológicos influencia no crescimento populacional, mas também os fatores genéticos, em que está relacionado a capacidade reprodutiva de determinado grupo de insetos. O potencial biótico é dado pelo potencial reprodutivo e pela resistência do ambiente, esta considerada principal agente de regulação do crescimento populacional, determinando oscilações ao longo do tempo (CARVALHO; BARCELLOS, 2012).

                        Uma das ferramentas indispensáveis para programas de estudo das populações é a amostragem, também conhecida como monitoramento. Hoje existem diferentes programas de amostragens para varias culturas, porem todas  buscam um mesmo objetivo, que é estabelecer de previsões de possíveis danos, ou seja, relacionar densidades populacionais com prejuízos. Só assim é possível estabelecer os níveis populacionais de equilíbrio, de controle e de dano econômico. O nível de equilíbrio representa a densidade populacional média, durante um longo período de tempo sem que ocorram mudanças permanentes. O nível de controle é a densidade populacional na qual medidas de controle devem ser tomadas para evitar prejuízos econômicos. O nível de controle representa a menor densidade populacional capaz de causar perdas significativas para o agricultor (BOARETTO; BRANDÃO, 2000).

2.2 – Tomada de decisão

        A tomada de decisão baseia-se na verificação dos aspectos econômicos da cultura e na relação custo/benefício do controle de pragas, onde é realizado um estudo acerca do mercado e analisado se é ou não rentável entrar com recursos de controle.

         Para determinação do momento de controle, utiliza-se a variável ND como a densidade populacional que causa perda econômica igual ao custo de controle. Esse prejuízo ou dano é uma porcentagem do valor da produção equivalente ao custo de controle e pode ser obtido pela fórmula:

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