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RELAÇÃO NUTRIÇÃO-AMBIÊNCIA NO SISTEMA SILVIPASTORIL

Por:   •  11/5/2015  •  Artigo  •  6.046 Palavras (25 Páginas)  •  243 Visualizações

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RELAÇÃO NUTRIÇÃO-AMBIÊNCIA NO SISTEMA SILVIPASTORIL

DE OLIVEIRA, D.R1; SERAFIM, R.S2

¹ Pós-Graduando em Nutrição e Alimentação de Ruminantes, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG), e-mail: dan30h@hotmail.com.

² Doutora em Produção Vegetal, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG), e-mail: renataserafim16@hotmail.com

RESUMO: O Sistema Silvipastoril (SSP) consiste na combinação intencional de árvores, pastagem e gado, em uma mesma área, sendo simultaneamente ou seqüencialmente, manejados de forma integrada. A presença de árvores, dispostas de forma adequada, beneficia o bem-estar animal, bem como traz melhorias e proteção ao solo e à produção forrageira. A elevada temperatura ambiente, juntamente com a alta umidade relativa do ar, e outros fatores ambientais, são considerados elementos climáticos estressantes para os bovinos. O bovino, por ser homeotérmico, sofre ação direta dos fatores climáticos, os quais podem interferir na eficiência do animal de se conservar dentro de seus limites do conforto térmico. O efeito positivo da oferta de sombra para os animais de produção baseia-se na melhoria de suas condições fisiológicas (frequência respiratória, temperatura retal, batimentos cardíacos, etc.), no comportamento animal (consumo, ócio, ruminação, etc.) e na performance produtiva, percebendo-se diferenças marcantes nestas variáveis quanto menor for a tolerância dos animais às elevadas temperaturas. O Sistema Silvipastoril quando bem empregado pode apresentar-se como uma ótima possibilidade de manter o equilíbrio entre os componentes introduzidos no ecossistema pastoril com diversos benefícios para melhorar a produtividade animal e fornecer renda adicional ao produtor. Sendo assim o presente estudo tem por objetivo apresentar, por meio de revisão de literatura o Sistema Silvipastoril e a inter-relação nutrição-ambiência, apresentando não somente as vantagens, mas também as desvantagens do sistema, além de uma breve análise sob a ótica sustentável no processo produtivo pecuário.

PALAVRAS CHAVE: arborização; conforto animal; estresse; sombra. 

NUTRITION ENVIRONMENT IN RELATION-SILVOPASTORAL SYSTEM 

ABSTRACT: The Silvopastoral System (SSP) is the deliberate combination of trees, pasture and cattle in the same area, being simultaneously or sequentially, managed in an integrated manner. The presence of trees, arranged properly, benefits the animal welfare and brings improvements and protect the soil and forage production. The high ambient temperatures, together with high relative humidity, and other environmental factors are considered stressful climatic elements for cattle. Bovine, being homeotherm, suffers direct action of climatic factors, which may interfere with the efficiency of the animal to keep within their limits of thermal comfort. The positive effect of the shadow of supply for livestock production is based on the improvement of their physiological conditions (respiratory rate, rectal temperature, heart rate, etc.), in animal behavior (consumption, entertainment, ruminating, etc.) and productive performance, perceiving marked differences in these variables the lower the tolerance of animals to high temperatures. The Silvopastoral System when used well can be presented as a great opportunity to maintain a balance between the components introduced into the pastoral ecosystem with many benefits to improve animal productivity and provide additional income to the producer. Thus the present study aims to present, through the literature review Silvopastoral System and the interrelationship nutrition-ambience, not only presenting the advantages, but also disadvantages of the system, plus a brief analysis on the sustainable perspective in the livestock production process.

KEY WORDS: afforestation; cow comfort; stress; shadow.

INTRODUÇÃO

        A área ocupada por pastagens cultivadas, nativas e naturais no Brasil, é de 172 milhões de hectares (IBGE, 2010), representando aproximadamente 22% do território nacional e 50% do total utilizado com agricultura no país. Somente a área ocupada por pastagens cultivada atinge 120 milhões de hectares (MACEDO, 2010). Entretanto, a grande maioria se apresenta com evidente estado de degradação. Apesar dos bons índices de produtividade da atividade pecuária em algumas regiões do país, verifica-se que o aumento da produção de leite e carne bovina ainda é devido à expansão da área de pastagens e não ao aumento da produtividade.

Estima-se que pelo menos a metade das pastagens brasileiras estão em algum grau de degradação (DIAS-FILHO, 2005). Essa degradação implica em aspectos negativos para a imagem do agronegócio, devido às perdas de solo por erosão, redução da disponibilidade de água no solo, assoreamento dos corpos d’água e perda de biodiversidade vegetal e animal. A presença de árvores, dispostas de forma adequada, beneficia o bem-estar animal, bem como traz melhorias e proteção ao solo e à produção forrageira (SILVA, 2005).

Nesse contexto o Sistema Silvipastoril (SSP), uma modalidade que consiste na combinação intencional de árvores, pastagem e gado, em uma mesma área, sendo simultaneamente ou sequencialmente, manejados de forma integrada, pode ao mesmo tempo recuperar áreas em diferentes níveis de degradação ao passo que pode também aumentar a produtividade do sistema de produção. Esse sistema arboriza de forma apropriada as pastagens, melhorando a qualidade e a produtividade de todos os constituintes do sistema: animal, solo e pastagem, madeira, lenha, frutos, sementes, resinas, além de aumentar o sequestro de carbono e a biodiversidade (SUSTAINAGRO 2012).

Para Martins (2001), a pecuária brasileira caracteriza-se por ser predominantemente a pasto, contudo mal manejados e carentes de espécies arbóreas, isto devido ao desmatamento indiscriminado.

        O SSP reduz também os impactos ambientais negativos, próprios dos sistemas tradicionais de criação de animais, ajudando à restauração ecológica de pastos degradados e evitando erosões, diversificando a produção das propriedades, concebendo produtos e lucros adicionais ao produtor, auxiliando a reduzir a dependência externa de insumos, oportunizando e intensificando o uso do recurso solo e seu potencial produtivo a longo prazo, além de melhorar a conservação da água (FRANKE e FURTADO, 2001).

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