A Arquitetura Sustentável

1. INTRODUÇÃO

Seja nos meios acadêmicos, políticos ou sociais, as questões ambientais são cada vez mais discutidas em virtude do acentuado número de problemas gerados pelo aumento da população e processo crescente de urbanização das cidades, como a crise energética, os padrões insustentáveis de consumo da sociedade, os impactos da geração e descarte dos resíduos sólidos e os alarmantes índices de poluição, tanto pela contribuição atmosférica da frota de carros, quanto pela produção desenfreada de materiais sintéticos, como os produtos descartáveis, que ao final de sua vida útil são simplesmente rejeitados.

Entre os grandes responsáveis pelos impactos ambientais está o setor da indústria da construção civil. Dados apontam que o ambiente construído absorve em torno de 50% de todos os recursos extraídos da crosta terrestre e consome entre 40% e 50% da energia produzida no planeta (DAMASCENO et al, 2009).!

Nesse contexto, para minimizar os efeitos negativos gerados pelas edificações, surgem soluções eficientes na construção civil, que permitem utilizar de maneira adequada diversos recursos da natureza sem agredir o meio ambiente, como por exemplo, a utilização de um sistema de captação da água da chuva, tratamento e armazenamento para a reutilização, bem como a utilização de telhados verdes e materiais com certificações ecológicas entre outras tecnologias com vistas à sustentabilidade.

É importante destacar que o projeto de uma arquitetura sustentável deve se comprometer a difundir não somente maneiras de construir com menor impacto ambiental, mas também alternativas que não sejam inviáveis economicamente e que representem maiores ganhos sociais.  Para elaborar tal projeto, deve-se considerar todo o ciclo de vida da edificação, seu uso, manutenção e sua demolição ou reciclagem.

De acordo com Cavalcanti (2008), com projetos arquitetônicos que empreguem técnicas e materiais alternativos é possível construir residências que proporcionem uma economia de energia elétrica de, pelo menos, 40% e uma economia de água que pode chegar a 50%. Isso significa economia imediata na obra e economia ao longo de anos.

No Brasil ainda é pequeno o número de empreendimentos sustentáveis. A inserção de casas e edifícios sustentáveis nas cidades brasileiras nos próximos anos pode gerar efeitos benéficos, sugerindo novos comportamentos e sinalizando para a sociedade outros caminhos possíveis na ocupação do solo urbano.

É dentro desta perspectiva que o presente trabalho se enquadra, ao propor um projeto direcionado para a sustentabilidade baseado em referenciais bibliográficos que possibilitaram a escolha de alternativas construtivas mais sustentáveis.