A Elasticidades Na Economia

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GUSTAVO FERNANDES MACIEL

LUÍS FERNANDO RIBEIRO DE PAULA

RAFAEL BONATO GONÇALVES DE CARVALHO

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RESENHA CRÍTICA SOBRE O ARTIGO ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA E A COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA

Congonhas

2017

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Artigo: RIBEIRO, Márcia Maria Rios; LANNA, Antonio Eduardo; PEREIRA, Jaildo Santos. Elasticidade-preço da demanda e a cobrança pelo uso da água. Anais do XVIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, 1999.

Com a relevância de determinar parâmetros elasticidade-preço referentes ao consumo de água nos setores que mais impactam a arrecadação, é feito um estudo sobre a importância de modernizar a Política de Recursos Hídricos no Brasil e seu impacto frente à demanda e alterações no preço da água.

A cobrança pelo uso da água é uma das ferramentas que, tanto em esfera federal quanto estadual, vem ganhando cada vez mais importância. Diversos estudos hídricos visam aplicar o instrumento em bacias brasileiras, porém, variáveis relevantes não são consideradas nesses estudos como a disposição em pagar por água, assim como a elasticidade-preço da água e renda dos consumidores. Esses estudos, por mais que sejam considerados incompletos, conseguem levantar informações relevantes que influenciam na tomada de decisão, podendo ser aprimorados com a inserção de algumas ferramentas e análises.

Desde a década de 60, a estimativa da função de demanda por água visa conhecer as variáveis que determinam a quantidade demandada, realizar uma estimativa sobre as elasticidades-preço e renda da demanda, estudar a influência que diferentes organizações de tarifa possam ter sobre a receita e o consumo de água, além de fazer a projeção da quantidade consumida de água para determinar a necessidade da população. A elasticidade-preço e a elasticidade-renda ganham destaque, já que definem o preço da água e o serviço de abastecimento/esgotamento cobrados pelas empresas, inclusive nos diferenciais tarifários em função do nível social dos consumidores.

A demanda residencial por água é um dos temas específicos na área mais pesquisada. Os Estados Unidos, por exemplo, possui uma elasticidade-preço na demanda residencial que varia bruscamente entre os estados com o decorrer dos anos, mostrando que a demanda residencial é inelástica. Pesquisas sobre elasticidade-preço na demanda residencial nos Estados Unidos mostra que a faixa de variação desses valores foi de 0,02 a 3,33 estando cerca de 90% das estimativas entre 0 e 0,75.

Em países em desenvolvimento, como Brasil, México e Costa Rica, o preço da água representa grande importância nas demandas, tendo em vista que o valor atribuído à conta de água representa apenas uma pequena porção do orçamento da residência, sendo a oferta e demanda de água de poder público por intermédio de baixas tarifas.

A elasticidade-preço da demanda industrial são superiores aos valores para o uso residencial da água. Quanto mais substitutos houver para o bem em questão, maior será a elasticidade-preço da sua demanda. Na indústria, a água é considerada um bem de consumo intermediário, tendo em vista a flexibilidade em adotar medidas de conservação, reciclagem, reuso de efluentes, faz com que seja menos inelástico que o setor residencial.

A elasticidade-preço da demanda agrícola, até 1999 foi uma área pouco estudada. Com tudo, de acordo com as características dessa área, pode-se concluir que sua elasticidade é superior em comparação com o uso residencial. Como na indústria, a água é um bem de consumo intermediário, podendo ser utilizado de formas alternadas e de modo mais eficiente. No Brasil, percebe-se o contrário, a elasticidade da demanda de água na irrigação é considerada grandemente elástica nos cultivos tradicionais, com baixo valor agregado, não enfatizando questões relacionadas ao consumo de água. Isso mostra que apesar de baixos valores de cobrança de água poderão significar inviabilização da atividade. De toda forma, é importante entender a vulnerabilidade econômica da agricultura no Brasil, que ao contrário de alguns países desenvolvidos, não recebe subsídios significativos.