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A Ergonomia e a Qualidade de Vida no Trabalho

Por:   •  1/6/2023  •  Trabalho acadêmico  •  761 Palavras (4 Páginas)  •  50 Visualizações

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Ergonomia – Unidade 2

Nilson Miranda de Moreira

Atividade 4 – A ergonomia e a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

Conforme menciona Ferreira 2011, as mudanças cada vez mais aceleradas nos ambientes de produção, com seus objetivos de aumento de produtividade e maximização de lucros, vem sempre trazendo consequências negativas para os trabalhadores ao longo da história da evolução dos sistemas produtivos. Por sua vez, é sabido que tais consequências negativas afetam diretamente a saúde dos trabalhadores, que doentes e trabalhando sob riscos de acidentes, tendem a ter suas capacidades produtivas afetadas. Dada essa relação direta entre segurança e saúde do trabalhador e produtividade, a construção de sistemas de produção e meio ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis ganha espaço e acena para a abordagens com base na qualidade de vida no trabalho (QVT).

A abordagem da QVT remonta da década de 1970, como descreve Ferreira, 2011 (apud Oldham, 1975; Walton, 1973), mas ganha novo interesse na última década do século XX, mas tem forte centralização no indivíduo como o único responsável pela QVT, tendo esta abordagem nas organizações, assumido a feição de atividades assistencialistas, com caráter puramente reativo e não de prevenção. A QVT nesse período se limitava às atividades de uma espécie de “recreação organizacional permitida”, com o intuito de aliviar o estresse, por exemplo. Em resumo a abordagem da QVT tinha como objetivo, de algum modo, realmente melhorar a qualidade de vida no trabalho, porém falhava ao não se aprofundar nas causas da baixa qualidade de vida no trabalho e não adotar o caráter da prevenção.

No sentido da explanação até aqui realizada sobre a QVT, considera-se que esta se encontrava conceituada como uma abordagem que tinha como objetivo melhorar as condições de trabalho nas organizações, porém estava muito centrada na produtividade, com uma olhar ainda tímido e inadequado para a saúde do trabalhador, portanto não atingia os reais objetivos que uma abordagem de QVT se propõem. Desta forma, a ergonomia através da análise Ergonômica do Trabalho (AET) vem agregar à abordagem de QVT um caráter de aprofundamento da análise e das causas, possibilitando à abordagem de QVT uma dimensão prevencionista. Para Ferreira 2011, a QVT aliada a AET deixa de agir sobre os efeitos negativos e passa a atuar sobre as causas que comprometem a Qualidade de Vida no Trabalho, pois ao invés de ter como foco o indivíduo, passa a considerar, analisar e atuar nas variáveis do contexto organizacional que estão na origem das mazelas impostas aos trabalhadores. Ainda segundo Ferreira 2011, a capacidade multifacetada da ergonomia aliada ao conceito de QVT, traz uma inversão de perspectiva de análise e de ação, inserindo através de uma forte base de pesquisa científica da ergonomia da atividade, a noção de que segurança e saúde do trabalhador, produtividade e compromisso social, são aspectos que caminham juntos e são fundamentais para uma verdadeira abordagem da QVT nas organizações.

Na esteira desta complementação que a ergonomia proporcionou para a QVT, existem artigos, dissertações e teses que corroboram para o sucesso desta interação. É neste contexto de estudo de casos de sucesso que podemos ressaltar o artigo de Mendes e Bergiante 2018, sobre a aplicação dos conceitos de ergonomia, através da AET, em uma biblioteca universitária, onde foi possível identificar as causas do mal-estar no meio ambiente de trabalho, através de recomendações de ajustes do trabalho aos trabalhadores. A aplicação da AET foi de suma importância para verificar que ruído, temperatura, iluminação e mobiliário, compuseram as causas de mal-estar no trabalho, mas não só a estes aspectos se limitou a análise, pois também foram identificados como causa, o ritmo excessivo de trabalho, falta de pausa para descanso, que são consequências diretas do mau dimensionamento da equipe para dar conta da realização das atividades. Também foram identificadas a insuficiência de treinamento decorrente de recente modernização do sistema informatizado da biblioteca. Diante da Análise Ergonômica da Atividade, problemas identificados e as recomendações para as respectivas soluções destes problemas, pôde-se não só se atuar na correção destes problemas encontrados, pós análise, mas também foi possível atuar de forma preventiva, antecipando melhorias e promovendo a efetiva Qualidade de vida no Trabalho.

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