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A RECUPERAÇÃO PISO SOBRE PISO

Por:   •  16/5/2020  •  Ensaio  •  2.166 Palavras (9 Páginas)  •  99 Visualizações

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Artigo 6

1 – Introdução

 

A busca pela agilidade, facilidade de mão de obra, diminuição dos custos, sustentabilidade e praticidade na construção civil, fez com que ocorresse a busca por novos materiais, um exemplo disso é a argamassa piso sobre piso, uma boa alternativa para evitar a geração de entulhos, poeiras e também ganho de tempo no serviço com a secagem rápida das argamassas. Essas argamassas são criadas com adição de polímeros, apresentam boas propriedades no estado fresco, alguns aumentos na incorporação do ar resultam na melhora da trabalhabilidade e capacidade de reter a água, causando a formação de uma membrana polimérica que diminui a perda de água por evaporação para o ambiente e para a absorção do substrato, aumentando o tempo de hidratação do cimento.

Em alguns estudos, foram apresentadas algumas propriedades da argamassa com adições de polímeros e sílica ativa na fixação de porcelanato. Essas adições contribuíram para solucionar problemas relacionados a falta de aderência. Segundo Almeida e Sichieri (2006) a adição de polímero e sílica resulta em excelentes propriedades, ideais para reparos e revestimentos que exijam maior desempenho, viabilizando o estudo de fixação do porcelanato, independente do substrato aplicado.

2 – Objetivo

Avaliar o desempenho de argamassas industrializadas, sendo uma aplicação rolada e outra convencional, piso sobre piso e verificar a influência do preparo do substrato na resistência de aderência do sistema.

3 – Metodologia

Em relação ao desempenho quanto a aderência de um sistema piso sobre piso, foi utilizado uma pesquisa laboratorial, com as seguintes variáveis:

  1. 2 tipos de argamassas industrializadas diferenciadas pela forma de aplicação, uma aplicada com desempenadeira e outra com rolo de textura;
  2. 2 tipos de preparo do substrato – um limpo com ácido e outro apicoado;
  3. 2 idades de avaliação das argamassas colante – 3 e 28 dias.

Todo experimento foi realizado no laboratório da PUC – GO e monitorado pelos técnicos laboratoristas. As condições ambiente do laboratório eram de 26,9ºC de temperatura ambiente e 51% de umidade relativa do ar.

Primeiramente foram preparadas as bases a serem fixados os ensaios. Para isso foram utilizados substratos padrão em concreto, onde foram fixadas as peças simulando o piso antigo. Essas peças foram placas de grés retiradas de pisos verdadeiros de aproximadamente 15 anos de uso. As placas foram retiradas de uma edificação e preparadas de duas formas: parte que foi limpa e parte apicoado. Não foi possível a retirada das peças por inteiro, devido as peças estarem em uso, tendo sido empregados pedaços das placas. Para o XIV ENTAC - Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído - 29 a 31 de Outubro/2012 - Juiz de Fora 2062, o tratamento de limpeza com ácido foi empregado um produto comercial (Fermalimp Cerâmica) composto por éter poliglicólico de álcool graxo, óxido de propileno e etileno polimerizados e acidulantes. O apicoamento foi realizado logo após a retirada das placas de grés e com o auxílio de uma serra mármore foram feiras nervuras ao longo das peças retirando o esmalte das peças.

As peças foram coladas no substrato padrão com cola plástica do tipo universal e armazenadas até o momento da aplicação das argamassas propostas, conforme pode ser visto na Figura 1. A aplicação das placas novas ocorreu três dias após a colagem do grés à base e em um só dia, conforme a Figura 2. As placas novas, aplicadas sobre as antigas de grés, foram peças cerâmicas de porcelanato de 60 cm x 60 cm, com espessura de 10 mm e absorção de água inferior a 0,5%. A peça foi cortada e transformada em corpos de prova com 5 cm x 5 cm, de acordo com o especificado na norma ABNT NBR 14084: 2004.

Foram usadas duas argamassas colantes comerciais para teste, uma argamassa piso sobre piso convencional (aplicada com desempenadeira denteada) e uma argamassa piso sobre piso rolada, cujas características e especificações são descritas no Quadro 1.

[pic 1]

As argamassas foram preparadas dentro das especificações do fabricante aplicadas da seguinte forma:

  1. Para o piso preparado com o ácido, o grés foi limpo com estopa umedecida com o ácido sem diluente, em seguida a superfície foi limpa com pano seco e aplicada os dois tipos de argamassa.
  2. Para o piso apicoado, o preparo foi feito antes da colagem da peça à base, portanto, no momento da aplicação da argamassa o piso foi apenas limpo com pano seco.
  3. Para aplicação da argamassa rolada foi usado um rolo de textura médio e para a argamassa convencional foi usado uma desempenadeira denteada.

Assim, foram testadas, quanto à aderência, 4 situações: Ensaio 1 – argamassa piso sobre piso rolada em piso limpo com ácido; Ensaio 2 – argamassa piso sobre piso convencional em piso limpo com ácido; Ensaio 3 – argamassa piso sobre piso rolada em piso apicoado; Ensaio 4 – argamassa piso sobre piso convencional em piso apicoado.

[pic 2]

Cada ensaio para a verificação da aderência foi composto por 10 corpos de prova, e foram realizados em duas idades, a primeira com 3 dias e a segunda aos 28 dias após a aplicação com a argamassa colante.

Cada peça foi limpa em seu tardoz e coladas obedecendo à distância mínima de 2 cm entre uma e outra, conforme a figura. Foi realizada no dia seguinte a colagem das pastilhas metálicas, para realização do ensaio de arrancamento. Na figura a seguir são apresentadas as pastilhas metálicas coladas com cola de Cianocrilato, prontas para o ensaio.

[pic 3]

O ensaio de aderência foi realizado conforme prescrito na ABNT NBR 14084:2004 e o aparelho utilizado para o ensaio foi o Mano Piccolo Type DM, Dyna Proceq Haftprufer Pull off Teather Z16. Para cada peça ensaiada foi anotado o valor de resistência de aderência encontrado no momento da ruptura, o tipo de ruptura (coesiva ou adesiva) e qual a proporção entre a superfície descolada, sendo todas as etapas devidamente fotografadas e documentadas. A figura abaixo ilustra os tipos de rupturas encontrados nos ensaios.

[pic 4]

4 – Resultados e Discussão

        Observa-se, que os valores médios para todas as situações analisadas os resultados da resistência de aderência foram superiores à 0,3 Mpa. Conclui-se que apenas a argamassa aplicada de forma convencional na superfície apicoada não apresentou ganho de resistência de aderência do 3° dia para o 28° dia, o que proporcionou falha na colagem de algumas pastilhas do ensaio; enquanto todos os outros apresentaram ganho de resistência. A argamassa aplicada de forma convencional (desempenadeira) em superfície limpa obteve um ganho de resistência de 69%, enquanto que as argamassas aplicadas com rolo em superfície limpa e em superfície apicoada obtiveram um ganho de resistência de 56% e 28%, respectivamente, de 3 para 28 dias.

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