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ADAPTAÇÃO DE INSETOS-PRAGA À CULTIVOS FLORESTAIS

Por:   •  28/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.700 Palavras (23 Páginas)  •  279 Visualizações

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RESUMO:

Os povoamentos florestais, como qualquer cultura, são acometidos por uma série de fatores que podem comprometer o desenvolvimento das plantas. Dentre os fatores que contribuem para a baixa produtividade das florestas, as perdas ocasionadas por insetos-praga são de grande importância. Fatores como: condições climáticas, tratos silviculturais inadequados, monocultivos, nutrição da planta e a longa rotação dos plantios podem favorecer a adaptação e estabelecimento de pragas em espécies vegetais que antes não eram encontradas. Para entender como essa adaptação dos insetos corre foi realizado uma revisão de literatura com base em pesquisa feita na internet em sites especializados sobre o tema, artigos e revistas científicos e livros da biblioteca da Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT) campus de Alta Floresta.

Palavras Chaves: evolução de inimigos naturais, dano econômico, desenvolvimento de organismos fitófagos.

1 INTRODUÇÃO

Os povoamentos florestais, como qualquer cultura, são acometidos por uma série de fatores que podem comprometer o desenvolvimento das plantas. Dentre os fatores que contribuem para a baixa produtividade das florestas, as perdas ocasionadas por insetos-praga são de grande importância. (WILCKEN et al., 2010).

As plantas e os insetos apresentam um processo evolutivo dependente. Certos insetos fitófagos conseguem sequestrar e sintetizar compostos tóxicos de plantas, visando defesa contra inimigos naturais e adaptação no hospedeiro. Entretanto, os inimigos naturais através de processos evolutivos são capazes de se adaptar a tais circunstâncias. (SILVA,2012)

Toda via, as culturas florestais, quando plantadas na forma de povoamentos homogêneos, proporcionam condições favoráveis para a ocorrência de insetos-praga, devido à simplificação do ecossistema, mudanças ambientais, oferta excessiva de alimento e ineficiência de inimigos naturais, contribuindo, assim, para o aumento de suas populações, e consequentemente com maiores prejuízos à cultura (FIGUEIREDO; OLIVEIRA; BARBOSA, 2005).

O combate às pragas florestais não faz aumentar a produtividade das árvores, mas permite eliminar a maior parte das perdas na produção das culturas florestais e isto tem de ser feito conciliando-se o interesse econômico humano com a preservação do ambiente. Além disso, é necessário interpretar corretamente os fatores ambientais, em especial as variações climáticas, e ter marcante capacidade de decidir sobre a conveniência do uso das técnicas disponíveis para o manejo integrado das pragas (SILVA,2012).

Na floresta os insetos benéficos estão principalmente em dois grandes grupos: predadores que se alimentam externamente e devoram suas presas e parasitoides que vivem sobre o hospedeiro ou dentro dele e, gradualmente o consome. Já os insetos destrutivos fazem parte do ecossistema florestal e tem impacto significativo na produtividade e outros valores florestais. (WILCKEN et al., 2010).

Deste modo o objetivo deste trabalho é enfatizar a evolução da adaptação de insetos-pragas em cultivo florestais.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi realizado com base em pesquisa feita na internet em sites especializados sobre o tema, artigos e revistas científicos e livros da biblioteca da Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT) campus de Alta Floresta.

3 ADAPTAÇÃO DE INSETOS-PRAGA

A introdução, estabelecimento e dispersão de pragas estão associadas à presença de alguns indicadores de risco como, plantações monoespecíficas, com alta densidade de plantas, plantios mal manejados ou localizados em sítios ruins, utilização de técnicas para atingir alta produtividade (plantios clonais), entre outros (IEDE, 2005).

Os insetos fitófagos são favorecidos pela maior disponibilidade de alimento e pela diminuição da resistência ambiental devido aos monocultivos, que não favorecem condições de abrigo e/ou alimento durante as fases de desenvolvimento de inimigos naturais, para sobreviver no ambiente modificado. Desta forma, os insetos fitófagos tornam-se pragas (IEDE, 2007).

A substituição de áreas de vegetação nativa por extensas áreas de monoculturas, como vem ocorrendo com muitas culturas no Brasil, faz com que, uma vez privadas de suas plantas hospedeiras naturais, espécies de insetos nativos podem, por pressão de seleção, se adaptar a espécies plantadas em monoculturas, passando a se constituir em novas pragas (FLECHTMANN; OTTATI, 1997).

Segundo Andow, (1991) a alta disponibilidade de alimento, aliada à baixa diversidade vegetal, tem provocado uma interferência no equilíbrio ecológico, causando alterações na diversidade e na estrutura da comunidade de toda a entomofauna.

A presença de predadores ou parasitoides pode induzir a migração de insetos pragas para outros cultivos onde os inimigos naturais não são encontrados. Holtz et al. (2003) observaram que Thyrienteina arnobia Stoll (Lepidoptera: Geometridae) pode ter migrado de seu hospedeiro de origem (goiabeira) para outros hospedeiros como o eucalipto a fim de fugir da pressão que inimigos naturais exercem sobre sua população. O percevejo predador é mais eficiente na procura por herbívoros em plantas de goiaba do que em plantas de eucalipto.

Em sistemas de cultivos de florestas, onde muitas vezes o sub-bosque é mantido ralo, favorece-se a seleção de indivíduos com maiores tendências à monofagia, por falta de chance de escolha por planta hospedeira, que poderia estar presente no sub-bosque (FLECHTMANN; OTTATI, 1997).

De acordo com Wilcken, Orlato e Ottati (2005) a longa rotação dos plantios de florestais pode favorecer a multiplicação dos insetos, com aumento dos danos em plantios novos.

Algumas plantas podem possuir mecanismos de defesa, tais como compostos químicos e atributos morfológicos que influenciam na escolha alimentar do herbívoro, sua sobrevivência e fecundidade. Segundo Maurício e Rausher (1997), as defesas químicas das plantas podem atuar como repelentes e também reduzir a digestibilidade de insetos herbívoros, além de afetar a sua performance no hospedeiro e seu desenvolvimento na população atual, bem como nas próximas gerações. Porém, os herbívoros podem evitar plantas com os mecanismos de defesa letal, procurando outros hospedeiros que, possivelmente, não afetam sua performance.

A adubação desiquilibrada é outro fator que pode influenciar o ataque de insetos-praga, uma vez que plantas estressadas ou mal nutridas são mais susceptíveis ao ataque de

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