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ANÁLISE DO DESABAMENTO NO METRÔ DE SP

Por:   •  4/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.016 Palavras (9 Páginas)  •  142 Visualizações

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

GUILHERME HENRIQUE SANTOS

THAÍS REBECA SCHRANK

VAGNER MACEDO

VERONICA MANCUZO

DESABAMENTO NO METRÔ DE SÂO PAULO

Trabalho apresentado à disciplina Geologia Aplicada à Engenharia, do Curso de Engenharia Civil, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Câmpus Curitiba, como requisito avaliativo.

Orientadora: Profª Dra. Amanda Dalla Rosa Johann

CURITIBA

2017


  1. INTRODUÇÃO

        O termo Geologia deriva de dois vocábulos gregos: geo (“terra”) e logos (“estudo”) e é a ciência que estuda a origem, história, vida e estrutura da Terra (a crosta terrestre, a matéria que a compõe, seu mecanismo de formação, as alterações que está experimentando desde sua origem e a textura e estrutura que sua superfície possui atualmente).

           A Geologia e a Engenharia Civil são estudos que estão correlacionados, pois o conhecimento das características geológicas do terreno (condições do solo que influenciarão na estabilidade das fundações e estruturas) são importantes para garantir a segurança e qualidade da obra e assim evitar possíveis acidentes e catástrofes.

        Dentre os acidentes geológicos, o desmoronamento é um deles e sua ocorrência pode ocasionar inúmeras vítimas e em piores situações ele pode ser fatal. Com a movimentação do solo, a terra tende a deslizar devido a gravidade, e suas causas são inúmeras, podendo ser natural (erosão pela água da chuva, terremotos, intemperismo, etc) ou pela ação humana (desmonte de explosivos, perfuração e exploração de túneis, poços ou minas subterrâneas, desmatamento de encostas de morros ou das matas ciliares das beiras dos rios, etc).

          O estudo geológico dos terrenos deve ser feito antes de dar início a qualquer construção, para garantir e evitar possíveis desmoronamentos e outros problemas geológicos que afetem o ambiente e a população.

        O presente trabalho tem como objetivo mostrar e discutir as causas tragédia ocorrida durante a construção da Estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô de São Paulo em 2007, e sugerir formas de prevenção do acidente.

  1. O ACIDENTE

A tragédia ocorreu na data 12/01/2007 na estação 4 do metro de São Paulo, nomeada como Estação Pinheiros, durante sua construção. A estação era composta por dois tuneis, leste e oeste (Lado Faria Lima e lado Butantã, respectivamente) e situa-se na região oeste de São Paulo, local no qual pode-se evidenciar em sua superfície elevada densidade demográfica e um considerável fluxo de veículos.

Segundo a declaração dos presentes, que realizavam leituras de instrumentação no local, o túnel não apresentou sinais de colapso até minutos antes da ocorrência, quando se evidenciou que fissuras e trincas haviam surgido no topo dianteiro do túnel, bem como várias trincas na superfície, sendo a Rua Capri o epicentro do colapso. O súbito desmoronamento atingiu também o poço vertical de acesso da estação pinheiros, acarretando em um colapso parcial do mesmo e afetou o alinhamento da Rua Capri, onde se localizavam um estacionamento junto à superfície e tubulações contendo fluxo de água e esgoto ao longo do seu eixo.

As buscas duraram 13 dias e foram encontrados sete corpos soterrados no deslizamento. Muitos imóveis ao redor do acidente foram interditados e alguns condenados, sendo os respectivos usuários realocados em hotéis.

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FIGURA 1 - Planta da estação Pinheiros, SP.

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FIGURA 2 - Foto da estação Pinheiros, SP.

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FIGURA 3 - Cicatriz de ruptura do lado da Rua Capri.

     3.  GEOLOGIA E TIPO DE SOLO

O solo na região é composto por areia e argila e, logo abaixo, por rochas repletas de fissuras. Devido à proximidade ao Rio Pinheiros, o local sofre infiltrações provenientes da retificação executada no Rio em meados da década de 40. O subsolo da região é extremamente poroso, e consequentemente muito mais fácil de ceder. Embora o modelo geológico à época do projeto considerasse a existência de lentes menos resistentes, as mesmas eram descritas como localizadas e não contínuas e relativamente delgadas sendo de praticamente impossível localização espacial prévia por meio de sondagens. Após a catástrofe algumas condições geológicas foram verificadas, algumas previamente não conhecidas e as principais detecções foram:

1- Mergulho oposto das foliações sub verticais paralelas ao eixo do túnel, tendentes a isolar um bloco crítico de grandes dimensões diferentemente do projeto básico e do projeto executivo que previam mergulho da foliação condicionante sempre paralelo mergulhando somente para um lado.

2- Corpo tabular mais rígido de pegmatito mergulhando por detrás da parede norte (figuras 8, 9 e 10), cujo contato com o maciço predominante é constituído de extensa camada friável de biotita de espessura dessimétrica.

3- Presença de alteração argilosa de rochas metabásicas com baixíssima resistência residual e alta expansividade do lado Abril (Norte).

4- Concentrações no maciço de juntas transversais ao eixo do túnel, já de conhecimento prévio.

5- Bloco central de rocha mais resistente, menos alterada e, portanto, mais densa, já de conhecimento durante as escavações.

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FIGURA 3 -  Modelo geológico das fraturas e foliações identificado após as investigações.

4.  POSSÍVEL CAUSA DE RUPTURA DO TALUDE

Diversas são as causas e erros apontados para a ocorrência do desabamento do solo da região. Num primeiro momento, o consórcio das cinco maiores empreiteiras do país encarregado da construção da Linha Amarela atribuiu o acidente ao excesso de chuvas. Porém, de acordo com pelo menos dois especialistas, o consórcio não teria seguido recomendações internacionais nas análises de movimentação do solo. Segundo eles, na Europa e nos Estados Unidos a escavação deve ser precedida de uma prospecção do terreno a cada 5 metros e, na construção desse túnel, foi feita somente a cada 50 metros. Com isso, contaria com menos informações sobre o comportamento do terreno na hora das detonações das rochas.

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