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Desenho Técnico Resenhado por Ananda Maria

Por:   •  29/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.336 Palavras (6 Páginas)  •  151 Visualizações

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Castro, Josué, 1908-1973.

Geografia da fome: (o dilema brasileiro: pão ou aço)

Josué de Castro. Rio de Janeiro: Edições Antares, 1984

   

                                                       Resenhado por Ananda Maria

O livro Geografia da Fome, busca retratar o Brasil em seus vários aspectos: físicos, biológicos e aqueles que influenciam as diversas partes do país em seus índices de subnutrição e fome.

Na introdução, o autor destaca o significado da fome no geral. De como tal é um fenômeno social generalizado e universal. Também se dá ênfase as questões alimentares em algumas áreas do Brasil, que são elas: Área da Amazônia, Área da Mata do Nordeste, Área do Centro-Oeste e Área do extremo Sul.

A alimentação dos brasileiros, segundo o autor, é pouco nutritiva, nas diferentes regiões do país, em algumas partes, os erros e defeitos são mais graves e em outras são mais discretos. Investigando-se a causa disso, chega-se à conclusão de que elas são mais produto de fatores socioculturais do que de fatores de natureza geográfica. Mas claro que tonta extensão territorial de que o país dispõe, com sua infinita variedade de quadro climato-botânicos, seria possível produzir alimento suficiente para nutrir racionalmente uma população várias vezes. Se isso não acontece é porque nossas estruturas econômicas-sociais mantem-se em um sentido desfavorável ao aproveitamento racional de nossas possibilidades geográficas.

É certo que a grande extensão territorial do Brasil, com seus diferentes tipos de solo e clima, e grupos humanos de distintas linhagens étnicas e diferentes culturas, não permite um tipo uniforme de alimentação.

Considera-se áreas de fome aquelas em que pelo menos metade da população apresente nítidas manifestações de carência nutricional, seja permanente ou transitória. Mas não é o grau de especificidade carencial que assina e marca área e sim a extensão numérica em que o fenômeno incide na população.

 

No segundo capítulo, o autor faz uma abordagem sobre a região amazônica. A alimentação nessa área é descrita como bem característica, têm-se como alimento básico a farinha de mandioca. Seu limite geográfico é bem nítido: suas terras atravessadas de lado a lado pela linha equatorial, ondem vivem cerca de seis milhões de pessoas.

Geograficamente esta paisagem natural é a mais vasta área de floresta equatorial do mundo. Demograficamente, representa um dos mais extensos desertos do planeta. A região tem uma alarmante desproporção entre desmedida extensão territorial e a extinguidade de gente. Apresenta uma população com um sistema de economia produtiva, num regime de economia destrutiva.

A alimentação do homem da Amazônia foi influenciada pela cultura indígena sobre a das outras culturas (portuguesa e negra).

Como já dito, a farinha de mandioca que é produto da mandioca amarga, é preparada por processos especiais que proporciona maior valor calórico do que a farinha produzida em outras áreas. Essa farinha constitui um complemento obrigatório de quase tudo que se come na região.

A possibilidade para a caça é limitada para abastecimento alimentar. A pesca rende muito e contribui para a dieta local.

A floresta é um obstáculo à criação de gado. Com suas grandes árvores, com as copas cerradas impedindo completamente a penetração da luz e assim não permitindo o crescimento da vegetação rasteira que forma pastagens.

A pecuária está limitada a algumas áreas de campo aberto, uma situada na ilha de Marajó, na Foz do rio, outra no alto Amazonas. Já em Rio Branco a zona é menos úmida, formada de savanas que escapam as inundações. Estas limitações que a natureza impõe à pecuária, a falta de transporte entre zonas de criação e o resto da região amazônica não facilitam o seu abastecimento nem de leite nem carne. Este são produtos que não entram praticamente na alimentação habitual desta zona. Carne só seca e salgada; o leite existe apenas em algumas poucas cidades importantes. Os derivados de leite, tais como a manteiga e o queijo, quase nunca são vistos nesta zona. De carne fresca resta somente o recurso da caça.

As inundações periódicas dos rios, quando ultrapassam o limite, representam um dos mais graves fatores de desiquilíbrio social da região.

As populações da área classificam os rios em dois grupos: os rios negros e brancos. Os negros tendo as águas translúcidas, carregadas apenas dos reflexos profundos das sombras escuras da floresta, e os brancos com as suas águas turvas, barrentas, ricas de materiais de aluvião.

O consumo de verdura e de legumes verdes sempre foi muito baixo nessa região. As frutas também, com exceção do açaí, entram em muito pouca quantidade no regime alimentar habitual. O excesso d’água dificulta a concentração do suco das frutas e seu amadurecimento, sendo as frutas locais raras e pouco saborosas. A falta de penetração da luz solar na espessura da floresta torna também o teor vitamínico dessas frutas mais baixo que o de outras regiões. Um fruto dessa região que merece destaque é a castanha-do-pará, que tem um extraordinário valor nutritivo, contém uma proteína com uma riqueza em ácido aminado idêntico ao da carne, porém encontra-se associada a uma proporção de alta gordura (68% de gordura e 17% de proteína) o que o torna indigestível, com baixo coeficiente de indigestibilidade, portanto pouco aconselhável numa zona de clima quente e úmido como o da Amazônia.

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