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FINANÇAS COMPORTAMENTAIS

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Por:   •  9/10/2014  •  1.770 Palavras (8 Páginas)  •  301 Visualizações

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Introdução

PHIL COOLEY foi um dos primeiros pesquisadores a aplicar as descobertas dos psicólogos e estudar as atitudes de risco de administradores de portfolio, publicando seu trabalho em 1977 no ‘Journal of Finance’. No final da década de 80 e no começo da década de 90, o modelo vigente começou a apresentar sinais de desgaste, com a percepção de que o modelo não englobava anomalias do mercado financeiro, cada vez mais freqüentes. Nesta época, o estudo das Finanças Comportamentais ganhou adeptos e estudiosos e pôde concretizar seus conceitos. Apesar das diversas definições das Finanças Comportamentais há uma razoável concordância entre elas. LINTNER define como sendo “...o estudo de como os investidores interpretam e agem de acordo com a informação para fazer decisões de investimento”.

Metodologia

Este estudo teve como objetivo a compreensão das Finanças Comportamentais, através de levantamento bibliográfico. A dificuldade para encontrar material para a análise foi significativa. No mercado brasileiro a publicação de livros relacionados ao tema está apenas começando, nas bibliotecas, o tema ainda é novidade, e assim sendo, direcionei minha busca para arquivos na internet, em sistemas de Broadcast (Bloomberg) e no sistema Proquest.. Os materiais mais interessantes para a pesquisa têm sido coleções de artigos publicados sobre o tema como "Inefficient Market" de Andrei SHLEIFER (Oxford Publisher) e "Advances in Behavioral Finance" editado por Richard THALER, além do livro principal utilizado, “Beyond Greed and Fear” de Hersh SHEFRIN (Harvard Press).

Finanças Comportamentais

A disciplina de Finanças Comportamentais envolve a fusão inteligente de duas áreas de conhecimento distintas. Por um lado, a área financeira, pois estamos a tratar de investimentos. Por outro, da área da psicologia, pois sabemos que o dinheiro e tudo o que lhe vem associado tem uma componente de emoção muito significativa. A existência destes dois sistemas é responsável pela clara distinção entre Preço e Valor.

A lógia para a sua crescente aceitação prende-se fundamentalmente com o facto do comportamento humano seguir determinados padrões. James Montier, no seu livro “The little Book of Behavioral Investing” dizia-nos que o ser humano é irracional, mas o que é mais interessante é que o é de forma previsível. Comete os mesmos erros, de forma repetida e consistente no tempo. Daí que o conhecimento destes padrões e de mecanismos para os contornar poderá ser bastante útil quando queremos desenhar um processo de investimento e tomada de decisões correcto e consistente no tempo.

Finanças Comportamentais é construída na base que existem dois sistemas em operação no cérebro humano. Por um lado, o sistema emocional (o sistema mais antigo), que é o primeiro a entrar em funcionamento, sendo o filtro da informação antes de esta ser processada pela razão. O sistema emocional é capaz de processar uma grande quantidade de informação ao mesmo tempo. Por outro lado, o sistema racional, que envolve um processo mais lógico e dedutivo de tratamento e processamento da informação. Dado ser um processo mais complexo, este sistema consegue tratar menos informações que o sistema emocional, embora os seus resultados tendam a ser mais correctos e próximos da realidade.

Definição de Finanças Comportamentais

Antes de falar em de Finanças Comportamentais, é necessário lembrar rapidamente as teorias de finanças convencionais comumente aceitas, que podem ser resumidas na Hipótese dos Mercados Eficientes. A HME fundamenta-se em duas construções: a teoria da utilidade esperada e as expectativas racionais. Estas duas proposições combinadas afirmam que os indivíduos são perfeitamente racionais, conhecem e ordenam de forma lógica suas preferências, buscam maximizar a “utilidade” (ou seja, o benefício próprio) de suas escolhas e conseguem atribuir com precisão probabilidades aos eventos futuros quando submetidos a escolhas que envolvam incertezas. No modelo dos mercados eficientes, assume-se que as informações relevantes sobre os ativos são percebidas e processadas simultaneamente pelos investidores. Como estes são perfeitamente racionais, suas decisões serão lógicas. Assim, os preços de mercado deverão refletir com exatidão o valor fundamental dos ativos, incorporando a cada momento do tempo as melhores estimativas de valor destes bens.

Kahneman e Tversky conduziram uma série de estudos na qual os participantes faziam julgamentos entre decisões monetárias e potencial risco e ganhos. Em um desses experimentos, os participantes recebiam hipotéticos $1.000 (este valor correspondia a um terço da renda média do grupo social dos entrevistados). Sabendo disto, deveriam escolher uma das seguintes alternativas:

Receber $ 500 certos.

50% de chance de ganhar $ 1.000 e 50% de não ganhar nada.

A grande maioria dos entrevistados (84%) escolheu ficar com os $ 500 certos e evitar o risco de não ganhar nada na tentativa de ganhar mais. Numa outra situação, é colocado que os participantes ganhariam, de presente, $ 2.000, e agora deveriam escolher uma das seguintes alternativas:

Perder $ 500 inevitavelmente.

50% de chance de perder $ 1.000 e 50% de não perder nada.

Aqui, a maioria dos entrevistados (69%) prefere correr o risco de perder mais, na esperança, obviamente, de não perder nada.

Conclusão: os dois experimentos são muito semelhantes, mas os resultados são opostos. Na teoria, os resultados deveriam ser parecidos, mas, na prática, quando se trata de ganhar, nossa aversão ao risco é muito maior do que quando se trata de perder. Estamos dispostos a sacrifícios maiores para tentar evitar uma perda. Para não perder, estamos até prontos a correr o risco de perder mais ainda.

Em um artigo escrito para o jornal Valor Econômico, Martin Casals Iglesias cita que foi ao laboratório de economia experimental da Fundação Getúlio Vargas. Seguiu à risca todo o procedimento feito por Kahneman e aplicou a um grupo de participantes exatamente as mesmas perguntas feitas em um outro experimento de 1992 realizado nos EUA. Foi solicitado aos estudantes que optassem entre participar de 64 jogos, nos quais os ganhos (ou perdas) dependiam de probabilidades, ou receber (ou pagar) um valor fixo e desistir de jogar. Todas as perguntas seguiram o seguinte modelo: "Suponha um jogo no qual você tem 90% de chance de ganhar zero e 10% de chance de

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