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Fenomeno de transporte

Por:   •  1/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.570 Palavras (11 Páginas)  •  366 Visualizações

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1. DESASTRES NUCLEARES (Chernobyl, Goiânia e Fukushima) 1.1 Chernobyl, Ucrânia 1986 O acidente nuclear que ocorreu em 26 de abril de 1986, na Usina de Chernobyl, na Ucrânia, ex-república da antiga União Soviética, vem sendo considerado há muito tempo como o maior acidente nuclear de todos os tempos e tem causado muito medo quanto ao uso desse tipo de fonte de energia. O que aconteceu foi que, naquele dia, o reator 4 da usina estava parado para uma manutenção periódica e para o teste de um novo mecanismo de emergência. Para tal, algumas normas de segurança deveriam ter sido seguidas; porém, não foi o que ocorreu. Os operadores da Sala de Controle do Reator não foram treinados segundo essas normas internacionais de segurança e não obedeceram aos cuidados mínimos – com isso perderam o controle da operação. Para citar um exemplo desse descuido, temos o fato de que, visto que estavam realizando testes na parte elétrica, o reator estava funcionando em potência baixa. Entretanto, ele não pode permanecer assim por muito tempo. Ainda assim, a operação continuou dessa forma. Inclusive quando soaram os alarmes, o operador não tomou a providência de desligar urgentemente o reator; em vez disso, ele desligou os alarmes e essa experiência continuou por 24 horas. Houve então uma reação em cadeia descontrolada, atingindo temperaturas elevadíssimas, pois o sistema de resfriamento por água do sistema primário foi interrompido. Para controlar a velocidade de fissão, usavam-se, nessa instalação, barras de grafite, que entram em combustão espontânea quando aquecidas. Visto que houve um superaquecimento do reator e como as águas que ainda circulavam nos tubos foram rapidamente transformadas em vapor, o

resultado foi a formação de uma bola de fogo no edifício da planta que explodiu. Como a cobertura da usina não havia sido feita para aguentar esse impacto, a tampa de concreto e o teto do prédio foram destruídos, liberando 400 vezes mais material radioativo para a atmosfera do que a bomba atômica de Hiroshima. Os níveis de radiação cresceram cada vez mais, até que radiações em altos níveis foram detectadas ao longo de toda a Europa, principalmente na França. Os bombeiros que foram chamados para controlar o incêndio receberam altas doses de radiação: 31 pessoas morreram na hora, 132 foram hospitalizadas e 130 000 pessoas tiveram que ser evacuadas da região. Outras pessoas morreram dias depois. Calcula-se que esse acidente causou a morte de cerca de 28 mil pessoas, deixando muitas outras com graves sequelas, causadas pela exposição ao material radioativo. Ao longo do tempo, começaram a aparecer vários casos de câncer; principalmente na glândula tireoide de crianças. Adultos e crianças contraíram leucemia após lesões na medula óssea e muitas mulheres grávidas de até quatro meses tiveram filhos com malformação genética. A região permanecerá contaminada por muitas décadas; mesmo assim, atualmente, as outras unidades da Central Nuclear de Chernobyl continuam em operação. Construiu-se um “Sarcófago”, ou caixão de cimento, na unidade acidentada para evitar que se libere mais radiação para o meio ambiente. No entanto, esse sarcófago necessita de ajustes e reparos ao longo do tempo. 1.2 Goiania, Brasil 1987 No ano de 1987, ocorreu em Goiânia, capital do estado de Goiás, o segundo maior acidente radioativo do mundo, ficando atrás somente do acidente de Chernobyl, na Ucrânia. Entretanto, é considerado o maior acidente nuclear do Brasil e do mundo, fora de usinas nucleares. Esse é mais um exemplo que mostra como a falta de conhecimento por parte das pessoas e o descaso com o tratamento do lixo atômico podem resultar em tragédias irreparáveis.

O acidente teve início no dia 13 de setembro. Somente dezesseis dias depois a contaminação das pessoas por material radioativo foi descoberta pelas autoridades e foram tomadas medidas necessárias para a descontaminação. Um hospital (Instituto Goiano de Radiologia – IGR) havia sido desativado após sofrer uma ação de despejo. Entre os escombros do hospital havia um aparelho de radioterapia com uma cápsula de chumbo contendo cerca de 20 gramas do sal cloreto de césio 137. Essa quantidade gera um volume de mais de 7 toneladas de lixo atômico. Dois sucateiros, Roberto dos Santos e Wagner Mota, invadiram o prédio abandonado e removeram o aparelho de radioterapia a fim de vendê-lo para um ferro-velho. Eles arrombaram a máquina, dando inicio à contaminação. Posteriormente, eles venderam a peça para o dono de um ferro-velho (Devair Alves Ferreira), que tirou a cápsula de chumbo com o césio-137 e ficou maravilhado com a substância, acreditando que o pó era sobrenatural, pois brilhava no escuro, apresentando um tom azulado. Levando para casa, vários de seus familiares, vizinhos e amigos queriam ver o misterioso pó brilhante, pegando-o com a mão, passando-o no corpo e se contaminando cada vez mais. Dentro de algumas horas, as pessoas que entraram em contato com esse material começaram a sentir os primeiros sintomas da contaminação radioativa, como náuseas, vômitos, tonturas e diarreia. Porém, as pessoas continuavam manipulando o material e distribuindo-o entre parentes e amigos. Devair ainda chegou a fazer um anel para a sua esposa, Maria Gabriela, com fragmentos do Césio-137 – porém, o resultado foi que ela teve que amputar o seu braço no dia seguinte, em razão da alta intensidade de raios gama. No dia 19, o irmão de Devair, chamado Ivo, levou a substância para casa e ela foi ingerida por sua filha de 6 anos, Leide das Neves. Essa criança se tornou o símbolo desse acidente em Goiânia, pois foi considerada a maior fonte de radiação humana do mundo e, ao morrer, em virtude da contaminação, precisou ser enterrada em um caixão de chumbo erguido com um guindaste. Acreditava-se que os sintomas das pessoas eram apenas uma doença infecciosa, mas, enquanto isso, a contaminação se alastrava rapidamente. Para citar um exemplo, Odesson Ferreira, outro irmão de Devair, que era

motorista de ônibus, entrou em contato com a substância e contaminou vários passageiros. Em 29 de setembro de 1987, descobriu-se que a fonte da contaminação era o material radioativo, pois a esposa de Devair suspeitou do pó e levou a cápsula para a sede da Vigilância Sanitária. Chamaram o físico Walter Mendes e ele descobriu que se tratava de uma substância radioativa. Ele chegou a tempo de impedir que os bombeiros jogassem a cápsula dentro do rio Meia Ponte, principais fonte de abastecimento da cidade. 1.3 Fukushima, Japão 2011 Fukushima é uma das províncias localizada na região de Tohoku no Japão. O estado ficou conhecido após o acidente nuclear que liberou material radioativo, contaminando toda a região. O forte terremoto de 8,9 pontos na escala Richter, ocorrido em 11 de março de 2011, gerou um tsunami que causou muitos

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